Rubens Matuck

Obras de arte disponíveis

Rubens Matuck - Pantanal

Pantanal

óleo sobre tela
80 x 180 cm
Rubens Matuck - Retrato de Aldemir Martins

Retrato de Aldemir Martins

óleo sobre madeira
122 x 100 cm

Biografia

Rubens Matuck (São Paulo SP 1952)

Ilustrador, gravador, pintor, escultor, desenhista, designer gráfico, professor.

Forma-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, em 1977. Freqüenta ateliês de pintura de Aldemir Martins e Flexor; de gravura de Evandro Carlos Jardim e Renina Katz, e de escultura de Van Acker. Na década de 1980, completa a sua formação com cursos de fotogravura, com Thereza Miranda; de linguagem fotográfica, com Cláudio Kubrusly; de fabricação de papel artesanal, com Otávio Roth; e de pintura a óleo, com Jorge Mori. Entre 1968 e 1994, trabalha como ilustrador para diversos jornais e revistas, como Última Hora, Jornal da Tarde, Folha da Tarde, O Estado de S. Paulo, Playboy, Visão, Exame, Claudia, IstoÉ, entre outros. Produz logotipos, trabalhos de tipografia, além de ilustrações e capas para livros infantis. Em 1979, funda a Editora João Pereira, em São Paulo, com Feres Lourenço Khoury, Luise Weiss e Rosely Nakagawa. Escreve e ilustra uma série de livros infantis, como O Cerrado, O Pantanal, A Amazônia, série de 1987; Tudo É Semente, 1993, com Carlos Matuck; Plantando uma Amizade, 1996; Aldemir Martins, 1999, com Nilson Moulin. Em 1993, recebe o Prêmio Jabuti pela ilustração do livro infantil O Sapato Furado, de Mario Quintana.

Comentário crítico

A obra de Rubens Matuck se beneficia do aprendizado e da experiência com diferentes modalidades de expressão artística: pintura, aquarela, desenho, gravura e fotografia. A gravura, que ocupa papel destacado nessa produção, tem início em 1972. No trabalho observa-se a opção pelas técnicas diretas (como a ponta-seca), que prescinde de ácidos e de elementos mediadores entre o gesto, a madeira ou a chapa de metal. Em relação à obra gráfica, os críticos assinalam a precisão técnica do desenhista e a preocupação com a composição. As paisagens, figuras humanas e animais, como em Peixes, 1985/1987, anunciam preferências do artista, que também realiza retratos.

O interesse pelo Brasil - meio físico, tipos humanos e modos de vida - se manifesta cedo e dá origem a uma série de viagens pelo país, que passam a constituir o eixo central dessa obra. A cada viagem, um caderno (mais de 80 no total), em que são registrados topografias, morfologias, ecossistemas, plantas e animais de todo tipo. Nos roteiros traçados, o artista-viajante, de forte vocação etnográfica, recolhe e classifica o que encontra: sementes, folhas de árvores, fotos, escritos, brinquedos populares etc. E, como um bricoleur, constrói suas obras com o auxílio de técnicas diversas: aquarela, pastel, lápis de cor, fotografia. Os escritos completam os registros plásticos. Nesse sentido, nota-se uma continuidade entre as produções visual e literária, realizadas de modo paralelo e complementar, além de fortemente comprometidas com a educação e com a defesa do meio ambiente. Não por acaso, o público infantil é alvo privilegiado do trabalho formador e engajado de Rubens Matuck.

Críticas

"Recolhe vários objetos e ferramentas, sementes e folhas, recortes de revistas, fotos de animais, brinquedos populares, que frequentemente são ponto de partida de seus trabalhos, exposições e publicações. Adora papéis, costuma fabricar suas próprias folhas, sobre as quais desenha e caligrafa poesias. Tem uma predileção especial pelos papéis japoneses, que podem ser recortados e tingidos".
Flávio Motta
RUBENS Matuck. Apresentação de João Cândido Galvão. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1987.

"Desenhista dos mais finos e senhor da mão que revela os mistérios das coisas e seres. Conhecedor de peixes, passáros, animais e pessoas. De corpo inteiro aí está Rubens Matuck que conhece e capta a leveza dos traços e a crueza dos sonhos, o mapa da amizade e leva para o papel as dúvidas e certezas das artes. Eis meu amigo que conhece e trilha os caminhos do Nordeste e calca em seda os caminhos de Marco Polo, na poesia dos tempos, como caravaneiro e artista. Da poeira dos tempos sugere retratos, pesquisa de almas, senhor do preto e branco, dono das riquezas das cores, senhor do carinho arabe, misturados nestes sonhos o cadinho da amizade. Meu amigo".
Aldemir Martins
MATUCK, Rubens. Rubens Matuck. São Paulo, Escritório de Arte Val de Almeida Jr., 1993.

"A gravura de Rubens Matuck pertence às passagens: o que nela se concebe se estende às outras artes, nele, regradas, proporcionais. A passagem manifesta, pois, o poder da analogia, que também aproxima figura e letra, desenho e caligrafia, natureza e artifício, tudo, enfim, pois, como em Terêncio, nada do humano é alheio a Matuck. Tudo conspira com tudo, de modo que a gravura não sobressai como arte primeira, mas como primeiro exemplo das demais. Linhas, sistemas: a gravura centra, exemplar, as mais artes e, excêntrica, põe em evidência artista e artista, Leonardo, cujos desenhos e textos de uma natureza hiperbolizada no Tauro ou no turbilhão reverberam no suporte de ouro folheado de Matuck, que àquele admira, mimetizando-lhe, êmulo, a cena que impede mergulho além do suporte; ricocheteante, o ouro torna a perspectiva leonardiana opaca no brilho, que recusa seu Século e seu vidro aberto para a história. Na passagem, o tempo pode circular, sobrenadando, como passado, figuras da mestria: o gravador Rubens Matuck se vê principiando em 1972 com Marcelo Grassmann, prosseguindo com Evandro Jardim no domínio da técnica, equilibrando-se depois com Guyer Salles, que o alivia do peso do apego, sacudindo as limitações culturais com Renina Katz. Nessa linha memorante, a passagem revela-se inclusiva, aproximando-se termos fora dela arbitrários, desentranhando-se sistemas apenas virtuais em alguma multiplicidade: a analogia é a evidência da homologia de sistemas e seqüências. Exemplo disso é a ordenação, por Rubens Matuck, das técnicas diretas em detrimento das mediadas, nas quais o ácido das águas-fortes e águas-tintas fere sem mão. Na exclusão destas, fortalece-se inclusão das eleitas em conjunto, de sorte que até as de mais difícil aproximação confraternizam, como a maneira-negra de berceau, brunidor ou rascador e as pontas-secas ou buris das incisões imediatas. Tal aliança estende-se às ferramentas, classificadas, colecionadas, afiadas, amadas, em movimento que, deslocante, não se centra, atraindo parcerias, como a de impressor, Roberto Grassmann, muito ativo na obra".
Leon Kossovitch e Mayra Laudanna
INVESTIGAÇÕES : A Gravura Brasileira. Apresentação Ricardo Ribenboim; texto Leon Kossovitch, Mayra Laudanna. São Paulo: Itaú Cultural, 2000.

Exposições Individuais

1973 - São Paulo SP - Trabalhos sobre Papel, na FAU/USP
1978 - São Paulo SP - Aquarelas, na Galeria Tenda
1978 - São Paulo SP - O Papel como Suporte, na Pinacoteca do Estado
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Kairós
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Lácio
1981 - São Paulo SP - Individual de Gravura em Metal, na Galeria Sesc Paulista
1981 - São Paulo SP - Arte sobre Papel, na Galeria Suzana Sassoun
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Tenda
1983 - Assuncion (Paraguai) - Individual, no Instituto Cultural Brasil-Paraguai
1983 - São Paulo SP - Paisagens Caligráficas, na Galeria Anos 50
1987 - São Paulo SP - Madeira, Instrumentos e Objetos, no Sesc Pompéia
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1990 - São Paulo SP - Caricaturas, na estação Sé do Metrô
1993 - São Paulo SP - Pinturas, no Escritório de Arte Val de Almeida Jr.
1993 - São Paulo SP - Pinturas, na Casa da Cultura São Carlos
1994 - São Paulo SP - URUPIN, no Museu de Arte de São Paulo - Masp
1995 - São Paulo SP - Homenagem a Leonardo da Vinci, no Escritório de Arte Val de Almeida Jr.
1995 - São Paulo SP - Poesias Dada, na Teuto Escola de Idiomas
1997 - São Paulo SP - Paixão pela Letra, na PUC/SP - Biblioteca Nadir Gouvêa Kfouri
1998 - São Paulo SP - Califilografosofia: Caligrafias de Nietzsche, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Comunicação e Filosofia
1998 - São Paulo SP - Homenagem a Leonardo da Vinci, na Galeria Compasso
2000 - São Paulo SP - Óleo, Ouro e Prata, na Galeria Val de Almeida

Exposições Coletivas

1969 - São Paulo SP - Caricaturas da Imprensa, no Colégio Equipe
1970 - São Paulo SP - Alunos da Sanson Flexor, no Galeria Chelsea
1971 - São Paulo SP - Caricaturistas, no Paço das Artes
1973 - São Paulo SP - Alunos da FAU/USP, no Serviço Social do Comércio - Sesc 
1974 - São Paulo SP - 4 Caricaturistas do Jornal O Estado de São Paulo, na Galeria Azulão
1975 - Angouleme (França) - Mostra Internacional de Histórias em Quadrinhos
1975 - São Paulo SP - 4 Artistas Novos, na Galeria 167
1975 - São Paulo SP - Xilogravura, na FAU/USP
1977 - Porto Alegre RS - Gravura, no Sesc
1978 - São Paulo SP - A Arte e seus Processos: o papel como suporte, na Pinacoteca do Estado
1979 - Belo Horizonte MG - Aquarelas do Brasil, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1979 - Brasília DF - Panorama da Jovem Aquarela Brasileira, na Galeria Oscar Seraphico
1979 - São Paulo SP - Madeira, na Galeria Tenda
1981 - San Juan (Porto Rico) - Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericano y del Caribe
1981 - São Paulo SP - Coletiva, no MAC/USP
1981 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva das Edições João Pereira, na Pinacoteca do Estado
1981 - São Paulo SP - Proteção à Baleia, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento de São Paulo - IAB/SP
1981 - São Paulo SP - Trabalhos sobre Papel, na Galeria Suzana Sassoum
1982 - São Carlos SP - Aquarela, na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
1982 - São Paulo SP - 15 Artistas, no Galeria Sesc Paulista
1982 - São Paulo SP - Trabalhos em Madeira, na Galeria Tenda
1983 - San Juan (Porto Rico) - Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericano y del Caribe
1984 - São Paulo SP - Gravura em Metal, no Metrô
1984 - São Paulo SP - O Livro como Obra de Arte, no CCSP
1984 - São Paulo SP - Reencontre, na Livraria Pena Azul
1985 - São Paulo SP - Gravuras, na Traço Galeria de Arte
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 18º Panorama das Artes Plástica, no MAM/SP
1987 - Taipei (Taiwan) - Coletiva, na Escola de Belas Artes
1988 - Belo Horizonte MG - 10º Salão Nacional de Aquarela - artista convidado
1988 - São Paulo SP - Coletiva, na Escola Ibeji Equipe
1988 - São Paulo SP - Juréia, na Sadalla Galeria de Arte
1988 - São Paulo SP - 1º Salão Nacional de Aquarelas da FASM, na Faculdade Santa Marcelina
1989 - São Paulo SP - Exposição 10 Anos de João Pereira, na Pinacoteca do Estado
1990 - São Paulo SP - 1000 Palavras, na Galeria Box Blue
1991 - São Paulo SP - A Mata, no MAC/USP
1992 - São Paulo SP - Amazônia Legal, na Fundação Memorial da América Latina - Fmal
1992 - São Paulo SP - Homenagem a Aldemir Martins, na Galeria Forma
1992 - São Paulo SP - Os Araweté - um povo Tupi na Amazônia, no CCSP
1993 - São Paulo SP - 100 Anos de Futebol e Arte, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1995 - Bratislava (Eslováquia) - Bienal de Ilustração de Bratslava
1995 - São Paulo SP - 16 Anos das Edições João Pereira, na Galeria Alliance Française
1995 - São Paulo SP - Ilustração do Livro Infantil no Brasil e na Alemanha, na Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato
1995 - São Paulo SP - Caracol da Ilustração, no Goethe Institut
1995 - São Paulo SP - Ateliê Calcográfico Iole: 15 anos, no Sesc Pompéia
1996 - Cidade do México (México) - Aquarela do Brasil, no Museu Nacional de la Acuarela
1996 - São Paulo SP - Cem Anos de Belmonte, no Espaço Cultural Citibank
1996 - São Paulo SP - Ubu, a Patafísica dos Trópicos, na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes
1997 - Budapest (Hungria) - Coletiva do Núcleo de Aquarelistas da Fasm, na Galeria Panónia
1997 - São Paulo SP - 10 Anos do Núcleo de Aquarelistas da Faculdade Santa Marcelina, na Fasm
1997 - Sechuan (China) - Coletiva de Artistas Brasileiros
1998 - Maracaibo (Venezuela) - 3ª Bienal Barro de América, no Centro de Arte de Maracaibo Lia Bermúdez
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
2000 - Berlim (Alemanha) - Homem/Natureza/Tecnologia, no Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha
2000 - Penápolis SP - Homem/Natureza/Tecnologia, na Galeria Itaú Cultural
2000 - São Caetano do Sul SP - Arte e Ofício, no 1º Circuito de Artes Visuais de São Caetano do Sul
2000 - São Paulo SP - Acervo de Gravura em Metal, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
2000 - São Paulo SP - Imagem e Violência/O Corpo Invisível, no Sesc Vila Mariana
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Investigações: O Trabalho do Artista, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Pratos para arte, no Museu Lasar Segall
2000 - São Paulo SP - Tipografia Brasilis, na Faap
2001 - Brasília DF - Homem/Natureza/Tecnologia, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Tipografia Brasilis, na Faap
2001 - São Paulo SP - Rubens Matuck e Cláudia Simões, na Galeria Val de Almeida Júnior
2003 - São Paulo SP - Lugar de Encontros: Amélia Toledo entre nós, na Unicid

Fonte: Itaú Cultural