Luiz Ventura (São Paulo SP 1930)
Pintor, gravador, desenhista, muralista, cenógrafo, ilustrador, decorador, diretor de arte e ficcionista.
Na década de 1940, Luiz Enjolras Ventura realiza suas primeiras gravuras em madeira; a partir de então, faz várias exposições individuais e participa de mostras coletivas no Brasil e no exterior. Trabalha como auxiliar de cenografia de Bassano Vaccarini (1914-2002), no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Entre 1949 e 1951, viaja pela Europa, e reside por dois anos em Paris, onde freqüenta a Académie de la Grande Chaumière. É auxiliar de Clóvis Graciano (1907-1988), Di Cavalcanti (1897-1976) e Candido Portinari (1903-1962) na execução de painéis e murais. É um dos fundadores do Clube de Gravura de São Paulo, em 1953. Parte das décadas de 1960 e 1970, vive na Europa e na China, onde atua como professor de português no Instituto de Línguas Estrangeiras, em Pequim, e estuda a técnica oriental de gravura em madeira. Leciona esta mesma técnica na Unversidade Católica de Santiago, Chile, alguns anos depois. Escreve o Manual de Grabado en Madera - Técnicas Cccidental y Oriental, publicado em Honduras. Em 1980, funda o Centro de Arte de Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro.
Acervos
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (SP)
Críticas
"Salões, Bienais, nunca significaram muito para Ventura, aplicado, como se poderá constatar, no ofício da pintura. Uma pintura de elevada qualidade, de onde não está ausente um certo sabor de nostalgia. Ele mesmo, envolvido pela temática do ambiente simples do interior, como do litoral do Rio, mostra-se consciente de que precisamos reconhecer nossas fontes pictóricas. Daí, talvez, que pareça emergir, cristalizada, em muitos destes trabalhos, a admiração pela pintura de um Segall, pelo Di dos anos 20, um certo clima de Tarsila, por vezes Ismael Nery ou mesmo Cícero Dias dessa década".
Aracy Amaral
AMARAL, Aracy. In: VENTURA, Luiz. Luiz Ventura: o pintor da gente. São Paulo: Tema Arte Contemporânea, 1987., s. il. [Texto escrito originalmente em 1982].
" ... A preferência de Luiz é pelas formas conhecidas das pessoas e dos entornos ambientais. Convenhamos que a produção desse artista, tem explícito, um conteúdo de crítica social. Para encaminhar o seu discurso plástico/político, ele faz uma pintura com os tons e as gamas absorvidos do cromatismo usado, popularizado, anônimo, massivo, da sociedade. Ele não aprecia a pintura cult ou cool. Há áreas em que as cores de seus quadros são doces, como o colorido de algodão-doce e dos doces coloridos, vendidos nas barracas das periferias. Difundiu-se no meio da 'elite artística' que a pintura deve ser mínimal, tratando de mínimos assuntos e de mínimas cores. Luiz, entretanto, assunta a vida que está ao seu redor, transplanta-a para o quadro. As lânguidas cores, quentes e as figuras de todas as gentes ocupam galhardamente as suas composições".
Radha Abramo
ABRAMO, RADHA. In: VENTURA, Luiz. A Ventura em ser Brasil. São Paulo: Paço das Artes, 1993. folha dobrada, 3 il. color.
Exposições Individuais
1952 - São Paulo SP - Individual, na sede da Associação Brasileira de Escritores - ABDE
1953 - São Paulo SP - Individual, na sede da Revista Fundamentos
1964 - Pequim (China) - Individual, no Hotel da Amizade
1975 - Rio de Janeiro RJ - Ventura: 20 anos depois, na Galeria Graffite
1975 - São Paulo SP - Ventura: 20 anos depois, no Gabinete de Artes Gráficas
1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, organizada por Márcio Osório e Mônica Silveira
1982 - São Paulo SP - Pinturas de Luiz Ventura, na Marques Galeria
1983 - Rio de Janeiro RJ - Quadros de uma exposição, na Galeria Tolouse
1985 - São Paulo SP - Ventura, na Galeria Seta
1986 - Campinas SP - Pinturas de Ventura, na Galeria Croquis
1987 - São Paulo SP - Gente Brasileira, na Galeria Tema Arte Contemporânea
1991 - Rio de Janeiro RJ - As duas faces de uma mesma moeda, no Sindicato dos Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro
1991 - São Paulo SP - As duas faces de uma mesma moeda, no Saguão do Conjunto Nacional em comemoração do Centenário da Avenida Paulista
1993 - São Paulo SP - A Ventura em Ser Brasil, no Paço das Artes
1998 - Paris (França) - 500 Anos do Brasil 2000, na Unesco. Salle Miró
2000 - Campinas SP - A Carta, no Centro de Convivência Cultural da Cidade
2001 - Jundiaí SP - Viva o Povo Brasileiro, no Complexo Cultural e Educacional Argos
2001 - Ribeirão Preto SP - O Recado, no Museu de Arte de Ribeirão Preto
2002 - São Roque SP - O realismo caboclo de Luiz Ventura, no Centro Cultural Brasital
Exposições Coletivas
1946 - São Paulo SP - Mostra dos alunos do Colégio São Paulo - primeiro prêmio
1946 - São Paulo SP - Salão de Artes Plásticas do Colégio São Paulo
1949 - Santos SP - Exposição de Artistas Modernos, nas salas da Associação de Cultura Franco-Brasileira
1949 - São Paulo SP - Coletivas e debates no Clube dos Artistas e Amigos da Arte, Galeria Itapetininga e Instituto dos Arquitetos de São Paulo
1953 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio aquisição
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Ribeirão Preto SP - Primeira Mostra de Arte Moderna
1954 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Jovens Artistas Plásticos - primeiro prêmio
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição
1969 - Santiago (Chile) - Salão Nacional de Artes Plásticas do Chile
1980 - Colônia (Alemanha) - Mostra, Coleção de Arte Brasileira
1980 - Hannover (Alemanha) - Mostra, Coleção de Arte Brasileira
1980 - Dusseldorf (Alemanha) - Mostra, Coleção de Arte Brasileira
1986 - Assunção (Paraguai) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Bogotá (Colombia) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Buenos Aires (Argentina) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Caracas (Venezuela) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Cidade do México (México) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Lima (Peru) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Montevidéu (Uruguai) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Quito (Equador) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - Santiago (Chile) - O futebol visto por 22 Pintores Contemporâneos Brasileiros, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1986 - São Paulo SP - 3 gravadores Paulistas, no CCSP
1993 - São Paulo SP - A Aventura em Ser Brasil, no Paço das Artes
1996 - São Paulo SP - Mostra do Acervo, na Sudameris Galleria
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mail Art: Brasil 500 anos, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo
1999 - São Paulo SP - Modernistas e Contemporâneos: obras do acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, no Museu Brasileiro de Esculturas Marilisa Rathsam
1999 - São Paulo SP - Primeira Exposição Virtual - Arte em Painéis Eletrônicos
2000 - Rio de Janeiro RJ - Mail Art: Brasil 500 anos, no MNBA
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
Fonte: Itaú Cultural