Di Cavalcanti (Rio de Janeiro RJ 1897 - idem 1976)
Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo.
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, conhecido como Di Cavalcanti nasceu na Rua do Riachuelo, no velho centro do Rio, na casa do célebre abolicionista José Carlos do Patrocínio (1853-1905), o maior de todos os jornalistas da abolição, que se casou com sua tia materna Maria Henriqueta de Senna. “Na minha primeira infância, recebi a influência de Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, Machado de Assis, e tantos outros intelectuais que freqüentavam a casa de meu tio. Amava-se Victor Hugo, Castro Alves, a música romântica de Chopin, a Marselhesa, onde a palavra Liberdade era um leit-motiv.[1]”, Di Cavalcanti.
“A arte brasileira depende da realidade brasileira
e é ao mesmo tempo reveladora dessa realidade.
Por isso nossa expressão é ainda em grande parte lírica.
Como pode o Brasil ter uma arte trágica e grandiosa
sem que se faça a revoluição social?”
Di Cavalcanti
Capa da revista Fon-Fon ilustrada por Di Cavalcanti.
Com onze anos, recebeu aulas do pintor Gaspar Puga Garcia, paisagista de formação acadêmica, o qual, em 1911, se suicidou em virtude de uma acusação de plágio envolvendo uma exposição no Salão Nacional de Belas Artes e a(s) obra(s) do pintor Rodolfo Amoedo, até hoje não completamente esclarecido.
1914: Com a morte de seu pai começou a trabalhar fazendo ilustrações para a Revista Fon-Fon[2].
1916: Entrou para a Faculdade de Direito no Rio de Janeiro, continuou seus estudos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, quando da sua mudança para São Paulo, mas os abandonou em 1922 ca., exercendo a atividade de ilustrador de livros e vivendo a maior parte das duas décadas entre São Paulo e o Rio de Janeiro e realizando sua primeira exposição individual de caricatura em 1917 – Livraria “O Livro” – na capital paulista.
Capa do catálogo da "Semana" de autoria de Di.
1922: Di Cavalcanti ajudou a idealizar e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, verdadeiro ponto de inflexão no modo de ver o Brasil.
Vale um pequeno comentário cuja finalidade última é aguçar ulteriores pesquisas por parte do amigo leitor (vide bibliografia). No Brasil, o internacionalismo – recurso utilizado para o rompimento com o academismo passadista – e o nacionalismo são, simultaneamente, as correntes básicas do movimento modernista nas letras e artes, a partir da segunda década do século passado. A "redescoberta" do país, no entanto, é motivada pelas constantes viagens dos modernistas à Europa e ao reconhecimento de uma cultura brasileira, ao retornarem do exterior! A idéia da “Semana” atribuída à senhora Paulo Prado – Marinette Lebrun – se materializa com sua sugestão para que se faça algo como se costuma ver nas temporadas em Deauville[3], França: temporadas com diferentes festivais, mesclando moda, exposição de quadros, concertos e outras atrações. Di Cavalcanti se entusiasma e leva adiante a proposta do evento, que marca o início do modernismo no Brasil[4].
Cabeça de mulata, pastel, 38x30, 1920's
1923-1925: Durante o período, o pintor fez sua primeira viagem à Europa. Instalou-se em Paris e expôs em diversas capitais européias[5]. Talvez seu passado ligado às artes gráficas o conduziu à Academia de Paul-Élie Ranson – pintor pós-impressionista francês, fundador do “Movimento Nabis” e profundamente ligado aos “Simbolistas” – na qual estudou a simplificação do desenho e da cor.
Certamente tomou conhecimento das vanguardas européias da época através das obras de Picasso, Braque, Matisse, Léger, Di Chirico e muitos outros, revestindo-as de novas roupagens e reinterpretando-as através de uma ótica nacionalista e popular. O Picasso que conheceu através da Academia Ranson foi o “Ingresque” ou o do “Le rappel à l’ordre” – segundo a terminologia do poeta Jean Cocteau – representado pela substituição das experimentações cubistas, por uma pintura de matriz clássica, cujas obras conservou na memória e delas extraiu sua própria linha criativa.
P. Picasso, Mulheres correndo na praia, ost, 1922
A Europa que Di visitava, emergente da Primeira Guerra Mundial e de suas mazelas fortemente subestimadas quando do seu início, mostrava sinais do movimento artístico do “Rappel à l’Ordre” que propusera, aos artistas da então vanguarda – os mesmos que haviam contribuído a renovar as antigas fórmulas expressivas ligadas à tradição – uma releitura de inspiração clássica, baseada também na necessidade de reconstrução que se havia tornado uma necessidade impositiva para toda a Europa[6]. Não obstante pintarem figuras de proporções monumentais – relembrando os antigos pro tótipos gregos e romanos – tais pinturas são produzidas de uma maneira não-clássica, com movimentos inusitados, às vezes conturbados [7].
Tal foi o impacto que ele próprio descreveu:
“…Paris pôs uma marca na minha inteligência. Foi como criar em mim uma nova natureza e o meu amor à Europa transformou meu amor à vida em amor a tudo que é civilizado. E como civilizado comecei a conhecer a minha terra.”
“... dois acontecimentos marcaram minha vida: conheci Picasso e assisti às comemorações fúnebres da morte de Lenine.”
“Aumenta dia a dia o número de meus amigos parisienses”: Cocteau, Blaise, Matisse, Jules, Supervielle, Eric Satie, Marcel Achard, Elie Faure, Carco... mas a revolução de 1924 fechou o Correio da Manhã – de quem era correspondente – uma miséria cinzenta ... imobiliza-me, em 1925 volto – ao Brasil.”
Di, O nascimento de Venus, 1922 – poder-se-ia dizer inspirado em Botticelli – Adalva Franco, Blog Artes Visuais, set., 2011.
1935: Durante esta década, apesar de participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais e sucessivas prisões de caráter político volta a Europa em 1935 permanecendo por cinco anos.
1940: Retorna ao Brasil, fixando-se em São Paulo, iniciando através de conferencias e escritos a combater o abstracionismo. Continua a expor no Brasil e no Exterior, sempre rodeado por muitas mulheres, sua marca registrada.
1950-1960: É convidado e participa da I Bienal de São Paulo, 1951, nega-se porém a participar da Bienal de Veneza. Novamente convidado participa da II Bienal de São Paulo, e recebe o prêmio de melhor pintor brasileiro, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Realiza exposições no MAM-RJ, Montevidéu, Veenza e Trieste. É homenageado com uma Sala Especial na Bienal Interamericana do México, recebendo Medalha de Ouro. Continua sua rotina de viagens; o golpe de 1964 o impede de tomar posse como adido cultural brasileiro em Paris, lança um novo livro e desenha jóias para Lucien Joallier.
1970: A musa da vez é Marina Montini. Grande homenagens são a retrospectiva, e o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Comemora seus 75 anos no Rio de Janeiro, em seu apartamento do Catete.
Falece no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1976. Ainda naquele ano a Prefeitura de São Paulo cria a Rua Emiliano Di Cavalcanti na Vila Regente Feijó – Grajaú. As exposições póstumas continuaram com alta demanda, justo prêmio paar quem contribui para inserir a arte brasileira no mundo moderno.
Obras comentadas
Noturno na Gamboa
E. di Cavalcanti (1897-1976)
Óleo sobre tela
69x50 cm, 1963
"Eu não poderia viver sem o Rio de Janeiro,
porque tudo que vejo como pintor
se integra na paisagem carioca."
E. di Cavalcanti.
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (1897-1976) é sempre lembrado por sua participação na Semana de 1922 – tendo seguido, segundo suas próprias declarações, a indicação de Marinette Lebrun da Silva Prado que havia sugerido uma "Semana" nos moldes daquelas que se realizavam na cidade balneário de Deauville (La Manche) – e por ter pintado ao longo de sua carreira, miríades de mulatas, que ele entendia como o símbolo da miscigenação de raças que componham seu ideário da nação brasileira.
Desde seus primeiros retratos de Maria, seus subseqüentes pierrôs e "pierretes" e mesmo a antológica obra "Samba" de 1925, demonstram que seu contato com Picasso, Braque, Matisse, Léger, Sironi, Di Chirico e demais tendências então vanguardistas européias como o "cubismo", o "retorno à ordem", etc. resultaram numa releitura pessoal e adquiriram tratamento lírico, talvez nacionalista ou mesmo carioca que ele tão profundamente sentia.
Além da figura humana em suas múltiplas variáveis, Di pintou cenas carnavalescas, bordéis, paisagens, naturezas-mortas, etc. sem a preocupação de retratar a "realidade", mas através de códigos, signos e filtros que a interpretaram e permitiram uma nova metanarrativa, materializando seu conceito que
"Do carnaval tirei o amor à cor, ao ritmo e a sensualidade de um Brasil original"
É o caso da obra em questão. A Gamboa está fielmente representada e perpetuada com suas casas com grandes portas e janelas, escadarias sinuosas, pessoas sentadas nas calçadas; em síntese, quatro séculos de representação figurada de um Rio de Janeiro que já desapareceu. Toda aquela cena está banhada por uma contida luminosidade e por vasta policromia que bem caracteriza a produção de todo o seu cinqüentenário artístico festejado naquela década.
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2004.
Florilégio
“Moço continuarei até a morte, porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono.”
Emiliano Di Cavalcanti
"... A arte de Di Cavalcanti, bem como sua pessoa humana, bem como seu método de ofício, está fundada na liberdade. Uma vocação de liberdade que tem sido a linha dominante de sua vida que fez dele - em certa época o único pintor social militante do Brasil - um revoltado contra as imposições drásticas dos partidos, um homem que sempre examina seus problemas, e que atingiu um elevado nível de consciência artística. Debaixo de aparências ligeiras, a carreira do Di Cavalcanti tem assumido aspectos patéticos de alto drama intelectual: este homem inquieto tem vivido em encruzilhadas, à procura de soluções plásticas, políticas e críticas, debatendo continuamente o caso do Brasil, o caso da anarquia universal e seu próprio caso que se misturou com outros."
“Eis o aparente paradoxo de Emiliano Di Cavalcanti: este grande individualista é um pintor social, este boêmio dispersivo é um trabalhador obstinado, este copiador de histórias pitorescas é um espírito sério capaz de disciplina. O homem Di Cavalcanti é rico em surpresas e imprevistos, solidário com outros no sofrimento e na alegria. Sabe que o prazer sempre foi um elemento importante na criação da obra de arte. Sabe que o prazer encerra também conflitos, abismos, contradições. Daí o aspecto triste, às vezes mesmo sinistro, de certos personagens festeiros de seus quadros. Todos nós sabemos que o substrato da alegria brasileira é carregado de tristeza. Em alguns dos melhores momentos de sua carreira Di Cavalcanti atingiu pela força da verdade plástica o cerne da nossa própria verdade metafísica na unificação de seus contrastes: de fato a gente brasileira foi ali recriada em síntese erudita...".
Murilo Mendes, 1949.
Di nos dá na sua pintura, de onde rescendem todas as influências legítimas do tempo percorrido, a dimensão de uma terra pulsante de cor, ingênua e triste.
Di é um pintor bem maior do que se pensa, bem maior do que a fama cheia de rótulos com que o desiguaram. Porque o instinto estético de Di Cavalcanti, que é um homem de sensibilidade extrovertida, irreverente, requintada, independente e bem humorada no sentido às vezes sarcástico do bom humor, este instinto estético vem comandar as paixões, sobre as quais se tem a impressão de que Di escava no momento vivo do circuito. Toda sucessão de imagens nos despertam um estado de paixão equivalente, ou pelo menos nos inquietam em direção a um mundo palpitante em que vivemos, e, que nem sempre nos atinge.
Walmir Ayala, 1973
Em EMILIANO DI CAVALCANTI encontrou a pintura um de seus maiores e mais originais intérpretes: sensual e expressivo, o fabuloso artista - numa carreira de mais de 50 anos -, vem criando mitos visuais que hão de permanecer como outros tantos pontos altos da arte nacional.
Nessas poucas linhas, que não pretendem ser de modo algum uma análise, apenas quero expressar a admiração pelo pintor e o privilégio, que me coube, de Ter por vezes podido desfrutar de sua companhia.
José Roberto Teixeira Leite, 1973
"(...) O que dará, porém, este clima de sensualidade aos quadros de Di Cavalcanti não será a figura da mulata em si, mas o tratamento que ele dará à pintura e principalmente à cor. A partir de 1926, em alguns trabalhos, como Cinco Moças de Guaratinguetá, nota-se o aparecimento de fortes contrastes cromáticos. No entanto, a cor ainda está dependente do desenho, uma vez que predomina o cuidado na relação entre os volumes e os planos.
Carlos Zílio, 1982
"(...) quando assinala a tendência de Di Cavalcanti para o fauvismo, acentua Sérgio Milliet seu caráter instintivo. Mesmo certas aproximações expressionistas, evidentes e incontestáveis em alguns quadros da época, seriam meras coincidências, isto é, seriam menos derivadas de uma consciente filiação escolástica do que a indisciplinada, intuitiva e heróica necessidade de destruir, de negar, de contradizer todo o formidável acervo de banalidades e lugares-comuns que entupiam museus, salas de exposições e paredes de salões particulares no ano do centenário de nossa independência. Era um expressionismo natural e impulsivo, nascido da necessidade de satirizar, de combater e demolir a deformação que derivava da violência da caricatura, forma de combate que constituiu uma reação instintiva do inconformismo e da rebeldia.
(...). Assim como o seu expressionismo era uma forma de manifestar socialmente sua inadaptação à rotina, o seu fauvismo seria a necessidade de contradizer o habitualmente feito e passivamente aceito (...)."
Luís Martins
in Di Cavalcanti. Marcondes, Marcos Antônio. São Paulo, Art, 1983.
Emiliano Di Cavalcanti foi um jornalista do traço, um registrador, um irônico testemunho. Mas, também, um afetuoso contemplador das coisas nacionais, das fraquezas brasileiras, nas quais ele, afinal de contas, também se comprazia.
O desenho é, muitas vezes, revelador da personalidade do artista. Na história das artes, ele tem precedido a pintura. E, na história de Di Cavalcanti, ele foi pioneiro de seu temperamento. Pode ser observado como o autor deixa-se envolver pelas doutrinas de sua época, como absorve os seus colegas e, finalmente, como o seu temperamento e a sua profunda ligação com a vida e a criação terminam por se impor, tornando os seus trabalhos pessoais, únicos, impregnados de uma atmosfera própria.
Afastados da parte mais conhecida de sua obra, os desenhos fornecem elementos sobre um lado pouco estudado e explorado da carreira do artista. Acontece que esse lado, o gráfico, é profundamente revelador da personalidade e das tendências do artista Di Cavalcanti.
Por ele, é possível verificar, inclusive, que a famosa sensualidade de cenas e figuras do artista não dependem apenas da cor e da composição, mas são frutos de uma estrutura interna que o seu desenho possui, de um traço e tratamento mais demorado, vagaroso, barroco. Ou, ainda, que o sabor de certas pinturas obedecem ao ritmo ligeiro, ao risco irônico que o seu desenho possuía.
Jacob Klintowitz
"Tinha prazer com o ato de pintar e não se preocupava em alcançar a cada vez a obra-prima; queria basicamente expressar-se. Nos anos 20 e 30, sua produção é mais homogênea; nos 40 e 50, surgem numerosas e famosas obras magistrais; dos 60 em diante, elas se tornam raridade.
Apesar disso, Emiliano Di Cavalcanti permanecerá para sempre como um dos maiores pintores brasileiros, e o que melhor captou um determinado lado do país: o amoroso, o sensual.
O largo predomínio da figura humana em sua arte é também uma manifestação de seu humanismo essencial - o mesmo humanismo que o levou a ser um indivíduo da esquerda, embora não exatamente um ativista partidário. Como Segall, Ismael Nery e Portinari, Di fez do homem o objeto de sua atenção."
Olívio Tavares de Araújo
in Araújo, Olívio Tavares de. Pintura brasileira do século XX: trajetórias relevantes.
RJ: Editora 4 Estações, 1998. Pág.46-48.
... Que bom que existas, pintor
Enamorado das ruas
Que bom vivas, que bom sejas
Que bom lutes e construas
Poeta o mais carioca
Pintor o mais brasileiro
Entidade mais dileta
Do meu Rio de Janeiro
- Perdão meu irmão poeta
Nosso Rio de Janeiro
Vinícius de Morais, 1963
Cronologia, exposições e prêmios
1903/1915 - Rio de Janeiro RJ - Realiza os primeiros estudos no Colégio de Aldéia Noronha e no Colégio Militar
1900/1914 - Mora no Bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro RJ
1908 - Recebe aulas do pintor Gaspar Puga Garcia
1914 - Publica seu primeiro trabalho como caricaturista na Revista Fon-Fon
1915 - Ilustra a capa da revista A Vida Moderna
1916 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão dos Humoristas, no Liceu de Artes e Ofícios
1916 - Rio de Janeiro RJ - Entra para a Faculdade de Direito
1917 - São Paulo SP - É revisor do jornal O Estado de S. Paulo
1917/1920 - Mora em São Paulo SP
1917/1976 - Ilustra livros de autores nacionais e estrangeiros, entre eles Álvares de Azevedo, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida, Horácio Andrade, Jorge Amado, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Mário Mariani, Menotti Del Picchia, Newton Belleza, Oscar Wilde, Oswald de Andrade, Ribeiro Couto, Rosalina Coelho Lisboa, Sérgio Milliet.
1917 - São Paulo SP - Transfere-se para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco
1917 - São Paulo SP - Exposição Individual: Di Cavalcanti: caricaturas, na redação da revista A Cigarra
1918 - São Paulo SP - Freqüenta o ateliê de Georg Elpons, pintor e professor alemão, filiado ao impressionismo europeu
1918 - São Paulo SP - É diretor artístico da revista Panóplia
1918 - São Paulo SP - Integra um grupo de artistas e intelectuais de São Paulo com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, entre outros
1919 - São Paulo SP - Exposição Individual: Di Cavalcanti: pinturas, na Casa Editora O Livro
1920/1976 - Vive tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, com freqüentes estadas no exterior
1920 - Rio de Janeiro RJ - Ilustrador em várias revistas, inclusive na recém-criada revista Guanabara. Usa o pseudônimo Urbano como cartunista
1920 - São Paulo SP - Exposição Individual: Di Cavalcanti: caricaturas, na Casa Di Franco
1921 - São Paulo SP - Lança o álbum Fantoches da Meia-Noite, prefaciado por Ribeiro Couto e publicado por Monteiro Lobato, e ilustra A Balada do Enforcado, de Oscar Wilde
1921 - São Paulo SP - Exposição Individual: Di Cavalcanti: desenhos, na Casa Editora O Livro
1922 - São Paulo SP - Abandona o curso de direito
1922 - São Paulo SP - É um dos idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna. Ilustra a capa do programa e catálogo de exposição, realizada no Teatro Municipal
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1923/1925 - Fixa-se em Paris como correspondente do jornal Correio da Manhã, retorna ao Rio de Janeiro, com o fechamento do jornal na Revolução de 1924. Tem contato com Brecheret, Anita Malfatti e Sérgio Milliet
1923 - Viaja para a Itália com o objetivo de conhecer as obras de alguns mestres italianos como Tiziano, Michelangelo e Leonardo da Vinci
1923 - Vive em Montparnasse (França), onde monta pequeno ateliê
1923 - Paris (França) - É correspondente do Correio da Manhã do Rio de Janeiro
1923 - Paris (França) - Freqüenta a Academia Ranson
1924 - Paris (França) - Conhece obras, artistas e escritores europeus de vanguarda como Picasso, Cocteau, Blaise Cendrars, Léger, Unamuno, Georges Braque, Henri Matisse e outros
1925 - Retorna ao Brasil, vive no Rio de Janeiro RJ
1925 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Individual: na Casa Laubisch & Hirt
1926 - São Paulo SP - Ilustra a capa da obra O Losango Cáqui, de Mário de Andrade
1926 - Colabora como jornalista e ilustrador no Diário da Noite
1927 - Colabora como desenhista no Teatro de Brinquedo, de Eugênia e Álvaro Moreyra
1928 - Filia-se ao Partido Comunista do Brasil
1929 - Rio de Janeiro RJ - Decora o foyer do Teatro João Caetano
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center, no Roerich Museum
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1932 - São Paulo SP - É um dos fundadores do CAM, Clube dos Artista Modernos , liderado por Flávio de Carvalho, com a participação de Noêmia Mourão, Antonio Gomide e Carlos Prado
1932 - São Paulo SP - É preso durante três meses como getulista pela Revolução Constitucionalista
1932 - São Paulo SP - Exposição Individual: Di Cavalcanti, em A Gazeta
1933 - São Paulo SP - Casa-se com a pintora Noêmia Mourão, sua aluna
1933 - São Paulo SP - Publica o álbum A Realidade Brasileira, série de doze desenhos satirizando o militarismo da época
1933 - Rio de Janeiro RJ - Escreve artigo no Diário Carioca, de 15 de outubro, sobre as relações entre o trabalho artístico e a problemática social, a propósito da exposição de Tarsila do Amaral
1933 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Arte Moderna da SPAM
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte, na Enba
1934 - Mora em Recife PE
1935 - Rio de Janeiro RJ - Participa do comitê de redação do semanário Marcha, na sala de um edifício na Cinelândia, ao lado de Caio Prado Júnior, Carlos Lacerda, Newton Freitas e Rubem Braga
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna do Rio de Janeiro
1935 - No fim do ano, por razões políticas, refugia-se com a esposa, Noêmia Mourão, e Newton Freitas na casa de Battistelli (exilado no Brasil, antifascista ligado a Plínio Melo e Mário Pedrosa), em Mangaratiba
1937/1940 - Mora na Europa
1937 - Paris (França) - Exposição Internacional de Artes e Técnicas, no Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira - medalha de ouro
1938 - Paris (França) - Trabalha na rádio Diffusion Française nas emissões Paris Mondial em língua portuguesa, com Noêmia Mourão
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1939 - Viagem a Espanha
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1940/1941 - Mora em São Paulo SP
1942 - Viagem a Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina)
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no MAP
1946 - Segue a Paris (França) com o objetivo de encontrar obras e quadros abandonados em 1940
1946 - Rio de Janeiro RJ - Tem dois poemas publicados na Antologia de Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, organizada por Manuel Bandeira (Ed. Z. Valverde)
1947 - Participa do júri de premiação de pintura na exposição do Grupo dos 19, com Anita Malfatti e Lasar Segall
1948 - São Paulo SP - Exposição Individual: Emiliano Di Cavalcanti: retrospectiva 1918-1948, no IAB/SP
1947 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, na Galeria Domus
1948 - São Paulo SP - Exposição Individual: Retrospectiva, no Masp
1948/1949 - Regressa à Europa por seis meses
1949/1950 - Viagem ao México - Participa do Congresso de Intelectuais pela Paz, representando o Partido Comunista
1950 - São Paulo SP - Separa-se de Noêmia Mourão
1951 - Rio de Janeiro RJ - Ministra curso de cenografia, no Serviço Nacional de Teatro
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - artista convidado
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - Doa mais de 550 desenhos, produzidos ao longo de trinta anos de carreira, ao MAM/SP
1952 - São Paulo SP, Rio de Janeiro RJ - Faz charges para o jornal Última Hora de São Paulo. No Última Hora do Rio de Janeiro, escreve a coluna Preto no Branco e executa cinco painéis para a redação do jornal
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - prêmio melhor pintor nacional, com Alfredo Volpi
1954 - São Paulo SP - Cria figurinos para o balé A Lenda do Amor Impossível, encenado pelo Corpo de Baile do 4º Centenário
1954 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Individual: Di Cavalcanti: retrospectiva, no MAM/RJ
1954 - São Paulo SP - Exposição Individual: Emiliano Di CavalcantiI: desenhos, no MAM/SP
1955 - Viagem a Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina)
1955 - Rio de Janeiro RJ - Recebe convite para realizar cenário e figurinos do balé As Cirandas, de Villa-Lobos, pelo Corpo de Baile do Municipal
1955 - Rio de Janeiro RJ - Publica Viagem da Minha Vida: Memórias (Ed. Civilização Brasileira), primeiro livro de memórias, em três volumes: V.1 O Testamento da Alvorada - V.2 O Sol e as Estrelas - V.3 - Retrato de Meus Amigos e... dos Outros
1956 - Veneza (Itália) - 28ª Bienal de Veneza
1956 - Trieste (Itália) - Mostra de Arte Sacra de Trieste - 1º prêmio
1958 - Paris (França) - Executa cartões para tapeçarias do Palácio da Alvorada (salões de música e de recepção), encomendados por Niemeyer
1958 - Brasília DF - Pinta a via-sacra para a Catedral de Brasília
1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Enba
1959 - Recebe de Carlos Flexa Ribeiro o título de O Patriarca da Pintura Moderna Brasileira
1960 - Cidade do México (México) - Realiza painel sobre tela para os escritórios da Aviação Real
1960 - Cidade do México (México) - 2ª Bienal Interamericana do México, no Palácio de Belas Artes - sala especial - medalha de ouro
1960 - São Paulo SP - Coleção Leirner, na Galeria de Arte da Folha
1961 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Individual, na Petite Galeria
1962 - Viagem à Paris (França) e Moscou (Rússia) - Participa do Congresso da Paz incentivado pelo o amigo Emilio Gustino e logo presenteado com a pintura - Pescadores - de 1948 do proprio Di Cavalcanti
1962 - Córdoba (Argentina) - 1ª Bienal Americana de Arte
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1963 - Paris (França) - Indicado pelo presidente João Goulart para o cargo de adido cultural do Brasil. Não toma posse do cargo em virtude do golpe de 1964
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - sala especial
1964 - Rio de Janeiro RJ - Publica Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca (Civilização Brasileira) - ilustrações e texto
1964 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Individual: Di Cavalcanti: 40 anos de pintura, na Galeria Relevo
1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana
1964 - Curitiba PR - 21º Salão Paranaense de Belas Artes
1964 - Rio de Janeiro RJ - Desenha jóias executadas pelo joalheiro Lucien
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP - itinerante
1969 - Ilustra os bilhetes da Loteria Federal das extrações da Inconfidência Mineira, São João, Independência e Natal
1971 - São Paulo SP - Exposição Individual: Retrospectiva Di Cavalcanti, no Masp
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Recebe o Prêmio ABCA
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria Collectio
1972 - Mora em Salvador BA
1972 - Salvador BA - Publica o álbum 7 Xilogravuras de Emiliano Di Cavalcanti, pela Editora Chile, apresentação de Luís Martins
1972 - Recebe o Prêmio Moinho Santista
1973 - Salvador BA - Recebe o título de doutor honoris causa pela UFBA
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1974 - Exposição de obras recentes na Bolsa de Arte, Rio de Janeiro
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - A prefeitura muda o nome da Rua 4, no Alto da Mooca, para Rua Emiliano Di Cavalcanti
1976 - Rio de Janeiro RJ - Di Cavalcanti: retrospectiva, no MAM/RJ
1976 - Rio de Janeiro RJ - Di Cavalcanti: retrospectiva, no MNBA
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1976 - Morre no Rio de Janeiro RJ - 26 de outubro
1977 - Glauber Rocha realiza o filme - Di - que recebe o Prêmio Especial do Júri, Festival de Cannes 77
1977 - São Paulo SP - Di Cavalcanti: 100 obras do acervo, no MAC/USP
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Olinda PE - 2ª Exposição da Coleção Abelardo Rodrigues de Artes Plásticas, no MAC/PE
1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Desenhos de Di Cavalcanti na Coleção do MAC, no MAC/USP
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna na Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1987 - Rio de Janeiro RJ - Entre Dois Séculos: arte brasileira do século XX na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1987 - Rio de Janeiro RJ - Publicação de livro com as cartas escritas pelo artista, Cartas de Amor à Divina / E.Di Cavalcanti. Rio de Janeiro: Cor Editores, 5ª ed.
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Arte Moderna
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1991 - Belo Horizonte MG, Brasília DF, Curitiba PR, Porto Alegre RS, Recife PE, Rio de Janeiro RJ, Salvador BA e São Paulo SP - Dois Retratos da Arte, no MAP, no Palácio Itamaraty, na Fundação Cultural de Curitiba, no Margs, no Museu do Estado de Pernambuco, no MAM/RJ, no Museu de Arte da Bahia e no MAC/USP
1992 - Paris (França) e Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1992 - São Paulo SP - Primeiro Aniversário da Grifo Galeria de Arte, na Grifo Galeria de Arte
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna: Coleção Sérgio Fadel, no MNBA
1993 - Poços de Caldas MG - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura de Poços de Caldas
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - Nova York (Estados Unidos) e Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no The Museum of Modern Art
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, na Casa de Cultura de Poços de Caldas
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ
1995 - São Paulo SP - Emiliano Di Cavalcanti: desenhos restaurados, na Galeria Sinduscon
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - 1ª Off Bienal, no MuBE
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1997 - Rio de Janeiro RJ - Di Cavalcanti 100 Anos: As Mulheres de Di, no CCBB
1997 - Rio de Janeiro RJ - Di Cavalcanti 100 Anos: Di, Meu Brasileiro, no MAM/RJ
1997 - Santiago (Chile) - Di Cavalcanti, no Museu Nacional de Belas Artes de Santiago
1997 - São Paulo SP - Exposição Oficial de Abertura dos Eventos Comemorativos do Centenário de Di Cavalcanti, na Dan Galeria
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - Mestres do Expressionismo no Brasil, no Masp
1997 - São Paulo SP - O Jovem Di: 1917-1935, no IEB/USP
1997 - Uma obra de Di Cavalcanti, "Flores", alcança o lance de R$ 724.500,00 (US$ 677,100) em Leilão da Bolsa de Arte, no Rio de Janeiro.
1998 - São Paulo SP - A Coleção Constantini no MAM, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM da Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles
1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul - sala especial
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Acervo Banerj, no Museu Histórico do Ingá
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - São Paulo SP - Obras Sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna e Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
Bibliografia
“Retrospectiva Di Cavalcanti”; Coordenação: Diná Lopes Coelho; MAM-SP, 1971. “Emiliano di Cavalcanti”; Luis Martins e Paulo Mendes de Almeida, Aleksander B. Landau, São Paulo, 1976.
“Dicionário Crítico da Pintura no Brasil”; José Roberto Teixeira Leite, Artlivre, São Paulo, 1988.
“Di Cavalcanti – 1897-1976”; Ferreira Gullar, Edições Pinakotheke; RJ, 2006.
“Di Cavalcanti, um perfeito carioca”; Curadoria: Denise Mattar, Consultoria Elisabeth Di Cavalcanti, RJ , 2006[10].
[1] “Retrospectiva de di Cavalcanti”; MAM-SP, Organização: Diná Lopes Coelho, 1971
[2] “Fon-Fon – Os automóveis invadem as rua da cidade e o som de fon-fon é uma das vozes da modernidade.” Semanário ilustrado brasileiro de costumes e notícias do quotidiano, com ênfase com ênfase carioca, surgida no Rio de Janeiro em 1907 e editada até 1958. Vide: Revista Internética João do Rio; "A voz anônima das ruas", Ano 10 - Edição número 59 Junho / Junho de 2013.
[3] Deauville fica na Baixa-Normandia; e, desde o século XIX, é considerada como um dos mais prestigiosos “resorts” marítimos em toda a França, e freqüentada pela alta-sociedade internacional que apreciava os diferentes festivais que animavam suas longas temporadas.
Usando-se uma paráfrase contemporânea – “Houston, we have a problem” – indico que na bem conduzida Conferência do Dr. José Mindlin (Natal, 1977), “... e surgiu a idéia da “Semana de Arte Moderna” que Di Cavalcanti afirmava – sem ser contestado – ter sido sugerida por ele a Paulo Prado...”. Em 2013, tendo a nosso lado o benefício do tempo que passou, nenhuma das duas versões são demasiadamente importantes; o que é realmente importante é que a idéia foi levada adiante... .
In “Di Cavalcanti – 1897-1976”; Edições Pinakoteque, pág.’s 14-18, RJ, 2006.
[4] Yan, no depoimento de 1972, assegura que a decisão firme de se realizar a Semana foi tomada na casa de Paulo Prado, que a exemplo de seus familiares foi cafeicultor, investidor em negócios (bancos, industrias, imobiliárias) e, principalmente, também mecenas e escritor. Escreveu “Retrato do Brasil - Ensaio sobre a tristeza brasileira” (1926-1928 ca.), livro que causou grande polêmica entre os intelectuais e que, constituindo uma das obras básicas sobre a cultura do Brasil, ainda hoje é muito lido e comentado entre sociólogos, antropólogos, professores e estudantes universitários.
Entre os muitos escritores, desenhistas, comerciantes, estavam René Thiollier, Guilherrme de Almeida e Di Cavalcanti, recém-chegado do Rio para tentar a sorte em São Paulo. Quando Di expôs a idéia, dona Marinette, esposa do anfitrião, sugeriu que o ato que se pretendia tivesse algo dos espetaculares desfiles de moda feminina em Deauville. Mas São Paulo, naquele tempo, era muito pobre de nomes. Di sugeriu que se chamasse, do Rio, Graça Aranha. Graça Aranha já era velho conhecido dos Prado. Paulo havia, mesmo,
ajudado o autor de "Canaã" a adquirir um jornal em Paris. Diplomata aposentado, o romancista era uma das estrelas mundanas de seu tempo. "Como vê – e a frase de Yan corta fundo – a Semana não passou de uma gozação de fazendeiros endinheirados".
[5] Num depoimento de 1972, Yan – João Fernando de Almeida Prado – se recorda dos primeiros tempos de Di Cavalcanti em São Paulo. “Naquela época as ilustrações eram importantes, porque a fotografia jornalística apenas começava. Di Cavalcanti ficou conhecendo Paulo Prado, que comprou seus "Fantoches da Meia-Noite", obra de muito boa qualidade, e pagou regiamente. Antes, o depois pintor fizera uma exposição e não vendera coisa alguma. Mais tarde, Di Cavalcanti voltou para o Rio, de onde, ajudado pelo "Correio da Manhã", foi para Paris.”. Yan se lembra de uma carta recebida de Sérgio Milliet (da Costa e Silva) que dá conta do fato que “Di, para espichar os cobres magros que lhe mandava o "Correio da Manhã", trabalhava como desenhista de modas.”
[6] Bibliografia do período:
“Il Novecento Milanese”; Rossana Bossaglia, Parole di Carta III, Edizioni Charta, Milano, 1995.
“Il Novecento Italiano”; a cura di Elena Pontiggia; Carte d’Artisti 33, Abscondita, Milano, 2003.
“Il Ritorno all’Ordine”: a cura di Elena Pontiggia, Carte d’Artisti 64, Abscondita, Milano, 2005.
“Modernità e Classicità”; Elena Pontiggia, Bruno Mondadori, Milano, 2008.
[7] “O Dicionário Crítico da Pintura no Brasil” de José Roberto Teixeira Leite (pág’s 159-163) conta em detalhes as “relações estilística Picasso-Di” sobre Di bem como da defesa escrita por Sérgio Milliet em 1944, e comentários do crítico Luiz Martins que reconhece “...O que há em Di Cavalcanti de intrinsicamente brasileiro, ou melhor, de carioca, levou-o a uma interpretação pessoal, a uma tradução para o mulato das mulheres clássicas e um pouco olímpicas de Picasso dando-lhes um frêmito, uma languidez e uma indolência que elas não tinham.”
[8] Informações retiradas da página www.dicavalcanti.art.br/critica.htm
[9] Informações retiradas da página www.dicavalcanti.art.br/critica.htm
[10] Nesta monografia existe a reprodução de 10 das 16 gravuras do álbum “Fantoches da Meia-Noite”, editado por Monteiro Lobato em 1921. Sabemos que Paulo Prado – um dos financiadores da Semana de ’22 – adquiriu a coleção.