Francisco de Assis Chateaubriand

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Biografia

Anésia Pacheco e Chaves (Paris, França 1931)

Pintora, desenhista, escultora, gravadora, escritora.

Muda-se com a família para o Brasil, aos quatro anos de idade, e fixa residência em São Paulo. Inicia o aprendizado artístico nos cursos e ateliês de Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Lívio Abramo, e participa do Atelier-Abstração, coordenado por Flexor. Em 1952, viaja para Paris, frequenta a Académie de la Grande Chaumière e faz o curso de história e crítica de arte na escola do Museu do Louvre. Na capital francesa, também estuda com Fernand Léger e André Lhote. Participa da Bienal Internacional de São Paulo em 1953, 1957 e 1959. De volta ao Brasil, na década de 1960, dedica-se prioritariamente à pintura, cujos resultados são expostos em individual na galeria Atrium, em São Paulo, em 1965. Expõe na Bienal de Veneza, em 1978, e na Bienal Internacional de São Paulo, em 1989, ocupa uma sala especial com o trabalho Abandonando as Bagagens. Representa o Brasil na Exposição Internacional Poesia Visual, na Itália, em 1974. A partir de 1970, fortalece sua atividade de escritora e crítica e, entre 1978 e 1985, escreve sobre arte, cultura e feminismo no jornal Folha de S.Paulo. Realiza um audiovisual com base em seus livros-obras Cadernos de uma Mulher, em 1981. Publica os livros E Agora, Mulher?, em 1986, Cadernos, 1993, Rolos, 1997, Manchas, 1999, Objetos Ansiosos: Ensaios, 2001, entre outros.

Comentário crítico

A obra de Anésia Pacheco e Chaves localiza-se nas interseções do desenho, da pintura e da literatura, sobretudo da poesia. As inscrições no papel são antes de mais nada formas e grafismos. O próprio papel oscila entre o suporte e o objeto, apresentado de diversos modos: folhas planas, enroladas, amarradas, transformadas. A artista confere ao livro o estatuto de obra de arte; não "livro de arte", mas "livro-arte", objeto artesanal para ser visto, lido, manuseado, experimentado. As palavras escritas entram nas pinturas em 1972 e nunca mais são abandonadas. Os livros-obras, por sua vez, são realizados a partir de 1975. Neles, encontram-se desenhos, colagens, pinturas, gravuras e textos. "Os cadernos tornam possível jogar com o texto escrito e, ao mesmo tempo, com a imagem. Gosto disso, da ambiguidade. O que ilustra o quê? A imagem, o texto ou o texto, a imagem?" Mas o livro de Anésia Pacheco e Chaves não por acaso se intitula "caderno", lugar de anotações, de inscrições e de registros de vários tipos. O caderno guarda proximidade com o "diário" pelo tom confessional que possui. Forma aberta por natureza, traz consigo o sabor de obra em construção, de ensaio que, nesse caso, combina matéria artística e reflexiva. Em suas palavras: "O livro de artista tem um vínculo inegável com uma expressão feminina, o diário íntimo. Por isso encontramos, desde seu início, a presença de mulheres-artistas na sua criação, sem que isto exclua artistas-homens".

Críticas

"(...) Foi assim que Anésia passou a abdicar da tela e, depois, da tela-objeto objetos-tela em forma de casa, ninho e púbis, lugares de constituição do feminino. Seu gesto inicial parece ter sido o de rasgar. Rasgar a tela como quem abre uma brecha para poder enxergar a própria pintura e depara com um motivo para abandoná-la e ficar apenas com a moldura. Como instituir sem ela o lugar vazio onde encenar o curto-circuito de representação, em que o feminino antes representado tome o lugar de representante e se represente? (...). Quando ela nos faz testemunhar a supressão do sentido externo dos objetos, não é a recuperação de seu som interior que assistimos. Da articulação de seus fragmentos emerge uma sintaxe cujo mistério está no apontar para seu contexto original como um lugar vazio. (...) Cotidiano feminino, feminino cotidiano, feminino mítico. Onde, como efeito, vão parar também os retratos de família e dos astros do cinema senão entre folhas grandes de grandes cadernos em que jazem o passado e seu lixo pacificado? (...) Anésia decreta a morte dessas lembranças. Não há nada para guardar. O que se guarda no espaço-arte-pintura criado pela moldura é apenas a teatralização do vazio de que são protagonistas os fragmentos do feminino. (...)"
Cláudia T. G. de Lemos
VALDIR Sarubbi: memórias de Alexandria. São Paulo: Galerie Alliance Française, 1989.

Exposições Individuais

s.d.- Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte de Belo Horizonte
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Atrium
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Seta
1988 - São Paulo SP - Individual, na Pinacoteca do Estado
1995 - São Paulo SP - Fios, no Masp

Exposições Coletivas

s.d. - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Ibeu
s.d. - Washington (Estados Unidos) - Coletiva, na Brazilian-American Institute
s.d. - Assunção (Paraguai) - Mostra de Artistas Brasileiros
s.d. - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Debret
s.d. - São Paulo SP - Coletiva, no Paço das Artes
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão dos Estados
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, Galeria Prestes Maia - medalha de bronze
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, Galeria Prestes Maia
1963 - Europa - Arte Atual da América e da Espanha
1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna
1965 - São Paulo SP - 2ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna
1969 - São Paulo SP - 3ª Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo 
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Paço Municipal
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna
1971 - São Paulo SP - 5ª Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo 
1972 - São Paulo SP - 6ª Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1972 - São Paulo SP - Múltiplos Brasileiros, Galeria Múltipla de Arte
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna
1974 - São Paulo SP - Poesia Visual, Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - Bienal do Ano 2000, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1977 - São Paulo SP - Poéticas Visuais, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1978 - São Paulo SP - Objeto na Arte: Brasil anos 60, Museu de Arte Brasileira
1978 - Veneza (Itália) - Arte Visiva, Materialização de Linguagem, na Bienal de Veneza
1980 - Caxias do Sul RS - Xerografias, Fundação Universidade Caxias do Sul 
1980 - João Pessoa PB - Xerografias, Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba
1980 - Joinville SC - Xerografias, Museu de Arte de Joinville
1980 - Piracicaba SP - Xerografias, Casa de Cultura de Piracicaba
1980 - Porto Alegre RS - Xerografias, Espaço N.O. Centro Alternativo de Cultura
1980 - São Paulo SP - Xerografias, Pinacoteca do Estado
1985 - Londres (Inglaterra) - Vídeos, no Instituto de Arte Contemporânea
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo
1987 - Nova York (Estados Unidos) - Connection, no Museu de Arte Hispânica
1989 - São Paulo SP - 20º Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal - sala especial
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo 
1993 - São Paulo SP - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956 - 1967, Museu de Arte Moderna
1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Centro Cultural Banco do Brasil
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal
1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Museu de Arte Moderna
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, Galeria de Arte do Sesi
1996 - São Paulo SP - Mulheres Artistas no Acervo do MAC, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Múltiplos Brasileiros 30 Anos Depois, Multipla de Arte
2007 - São Paulo SP - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil 1981-2006, Itaú Cultural

Fonte: Itaú Cultural