Virginia Camargo Artigas (São Carlos SP 1915 - São Paulo SP 1990)
Pintora, gravadora, escultora, desenhista, ilustradora e cartazista.
Estuda desenho sob orientação de Antonio Rocco entre 1937 e 1938. Neste mesmo ano, frequenta o curso livre na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde entra em contato com Bonadei, Alfredo Volpi, Clóvis Graciano, Mário Zanini, Francisco Rebolo e o arquiteto Vilanova Artigas, com quem se casa. Em meados de 1940, frequenta os ateliês do Grupo Santa Helena, e participa das exposições organizadas pelo Sindicato dos Artistas Plásticos. No ano seguinte, estuda escultura no ateliê de Bruno Giorgi e três anos depois, realiza sua primeira mostra individual na Livraria Brasiliense. Faz ilustrações para livros, jornais e para a revista Fundamentos, bem como participa de movimentos feministas no Brasil e no exterior. Sua exposição sobre tortura percorre toda a Europa, mas nunca é exposta no Brasil.
Críticas
"A artista capta da figura humana as expressões mais densas e recônditas e mostra-as em situações cotidianas e banalizadas. As massas de cor diluída compõem a postura dos personagens em reciprocidade com os seus semblantes. Por isso, todo o espaço pictórico se transforma num ato de reflexão. (...) O realismo da pintora prescinde, nos últimos óleos, do traço deformador da linha natural da figura humana. A artista revela já descrer na eficácia das mãos enormes e dos olhos descomunais para traduzir os sentimentos dos homens. Ela pinta a própria sensação expressa na imagem das figuras. (...) Mostrar com naturalidade esses sentimentos adversos à própria natureza humana, expô-los sem qualquer exagero, repelir a caricatura, é proceder à exegese mesma do realismo. A artista mostra o ser no quê ele se assemelha a si própria, porque assim representa a forma arquetípica do sentimento. (...) Virginia Artigas pinta sem artifícios e demonstra singelamente profunda intimidade com a cor. Seus quadros são flagrantes do instante corriqueiro e despercebido pela rotina da vida. A artista marca os momentos comuns nos quais, só neles, o homem se descontrai, permitindo-se mirar-se sem as roupagens modelares da crença e do otimismo. (...)"
Radhá Abramo
PINTURAS de Virginia Artigas. Apresentação de Radhá Abramo. São Paulo: Azulão Galeria, 1977.
Exposições Individuais
1945 - São Paulo SP - Primeira individual, na Livraria Brasiliense
1955 - São Paulo SP - Individual, no Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Têxteis de São Paulo
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Azulão
1977 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Azulão
1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Azulão
Exposições Coletivas
1941 - São Paulo SP - 1º Salão Osirarte, na Rua Barão de Itapetininga, 124
1941 - São Paulo SP - Salão Sindicato dos Artistas Plásticos - Prêmio Mário de Andrade
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Azulejos da Osirarte, no MNBA
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1945 - Londres (Inglaterra) - Coletiva Internacional Comemorativa da Vitória das Forças Aliadas
1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga
1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes - menção honrosa
1975 - São Paulo SP - O Tema é Mulher, na Galeria Azulão
1979 - São Paulo SP - O Figurativo em Diferentes Propostas, na Galeria Sesc Carmo
Exposições Póstumas
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Tudo é Desenho, no CCSP
Fonte: Itaú Cultural