Vicente de Souza (Amapá 1945 - Rio de Janeiro RJ 1987)
Pintor e desenhista.
Na década de 60, pinta um painel para a Escola Industrial de Macapá e o batistério da Igreja Batista de Belém do Pará (1962); e realiza sua primeira mostra individual (1965), em Caiena, Guiana Francesa. Em 1971, cursa a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com bolsa do governo do Amapá, estudando com Quirino Campofiorito, Abelardo Zaluar, Onofre Penteado e Jordão de Oliveira.
Críticas
"(...) Vicente de Souza usa a cana-de-açúcar como elemento sígnico, o qual se transforma em símbolo, porque carregado de historicidade sócio-econômica. Signo, acredito, virá constituir-se um código que revelará, na medida do trabalho e consequente amadurecimento, seu fazer pessoal dentro da visualidade contemporânea brasileira. No momento atual em que o problema Arte Brasileira surge vivo e polêmico, com os equívocos inevitáveis de falsos e habilidosos buscadores de ´raízes´, é com satisfação que vejo na pintura de Vicente de Souza uma esperança de autenticidade. Sua seriedade, experiência e acúmulo de informações darão sua dimensão própria no futuro, que acredito, seja, juntamente com outros artistas com as mesmas motivações, a conquista de uma linguagem que caracteriza o sentir mestiço do povo brasileiro".
Rubem Valentim
VICENTE de Souza: pinturas, têmperas. Textos de Walmir Ayala e Antonio Bento. São Paulo: Oscar Seraphico Galeria de Arte, 1980.
"Tanto quanto Antonio Henrique do Amaral na fase das bananas e Humberto Espíndola na abordagem do tema da cultura do boi, Vicente de Souza alcança paulatinamente um nível crítico de reavaliação da pintura, tomando a cana-de-açúcar como referência. Pode-se detectar, na escolha do motivo, a aproximação do artista (nascido no Amapá e residente em Brasília) do filão, que dá sangue à possibilidade de uma arte nacional, oriunda das raízes regionais, e ampliada na conscientização das conquistas da arte contemporânea no mundo. Filão que tem entre nós, como mestre, o pintor Rubem Valentim, não por acaso também residente em Brasília. A visualidade organizada e a realidade jovem de Brasília como cidade servem de laboratório exato para o florescimento de tão oportunas pesquisas, sem a imposição folclórica e viciosa de outros centros mais curtidos de influência e interesses mercadológicos. Pesquisas de natureza signográfica, como as de Valentim e Vicente de Souza, encontram assim um espaço desobstruído para a evolução natural de suas propostas e projetam naturalmente, em seus respectivos planos históricos, o resultado de uma análise do real, mediante um fecundo distanciamento".
Walmir Ayala
VICENTE de Souza: pinturas, têmperas. Textos de Walmir Ayala e Antonio Bento. São Paulo: Oscar Seraphico Galeria de Arte, 1980.
Exposições Individuais
1965 - Caiena (Guiana Francesa) - Individual
1970 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Iramar Gallery
1971 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Rubbers
1972 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Founs
1977 - Brasília DF - Individual, na Galeria A da Fundação Cultural do Distrito Federal
1979 - Brasília DF - Individual, na Galeria A da Fundação Cultural do Distrito Federal
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte da Fundação Casa do Estudante do Brasil
1980 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1981 - Brasília DF - Individual, na ECT Galeria de Arte
1981 - Ribeirão Preto SP - Individual, na Itaugaleria
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Cimeira Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1965 - Belo Horizonte MG - 21º Salão de Arte Contemporânea
1967 - Petrópolis RJ - 1º Salão Nacional de Pintura Jovem, no Hotel Quitandinha
1968 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Desenho Humorístico - 1º prêmio
1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Transportes
1969 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Verão
1970 - Campinas SP - 6º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1970 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1971 - Rio de Janeiro RJ - 24º Salão Fluminense de Belas Artes
1971c. - Rio de Janeiro RJ - Salão Universitário da Faculdade de Arquitetura da UFRJ - 1º prêmio em desenho
1974 - Rio de Janeiro RJ - 23º Salão Nacional de Arte Moderna
1976 - Brasília DF - 3º Encontro dos Artistas Plásticos de Brasília
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal
1977 - Goiânia GO - 3ª Caixego
1978 - Brasília DF - 1º Documento de Arte Contemporânea do Distrito Federal - prêmio aquisição
1978 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA
1979 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ - prêmio de viagem ao país
1979 - Brasília DF - 1º Salão de Gravura e Desenho do Centro-Oeste - prêmio em desenho
1980 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA
1981 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1981 - 5ª Mostra de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - Recife PE - 36º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, no Museu do Estado de Pernambuco
Fonte: Itaú Cultural