Tomoo Handa

Obras de arte disponíveis

Tomoo Handa - Pinheiro

Pinheiro

óleo sobre eucatex
1976
38 x 46 cm
Tomoo Handa - Ipê Branco

Ipê Branco

óleo sobre tela
1979
73 x 92 cm
Leilão de Arte Online
Leilão de Arte Online

Biografia

Tomoo Handa (Utsunomiya, Japão 1906 - s.l. 1996)

Pintor e professor.

Chega com a família a Porto Martins, interior de São Paulo, em 1917. Segue para a fazenda Santo Antônio, próxima a Botucatu, para trabalhar na lavoura de café. Em 1921, transfere-se para  a capital, onde inicia sua formação artística na Escola Profissional Masculina do Brás, entre 1927 e 1929. Cursa a Escola de Belas Artes de São Paulo de 1932 a 1935, onde recebe orientação de Lopes de Leão (1889-1964). Funda com outros artistas, em 1935, o Grupo Seibi (Seibi-Kai), que visa a partilhar experiências e estimular debates artísticos, em encontros semanais entre pintores nipo-brasileiros. Em 1936, realiza sua primeira mostra individual no Nippon Club, e neste mesmo ano conquista reconhecimento fora de sua comunidade, recebendo menção honrosa no Salão Paulista de Belas-Artes. Participa também de outros importantes grupos da colônia japonesa, como o Grupo Jacaré ou dos 15, entre 1948 e 1949, e o Grupo Guanabara, de 1950 a 1959. Integra as cinco exposições coletivas realizadas pelo Grupo Guanabara, na Galeria Domus, em São Paulo (1950, 1951, 1953, 1958, 1959). Participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, do 1º Salão de Arte Moderna de São Paulo e do 1º Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ambos em 1952. É um dos realizadores do 1º Salão de Arte da Colônia Japonesa em São Paulo, em 1952. Após sua morte, é realizada a exposição Retrospectiva de Tomoo Handa, no Museu de Arte Nipo-Brasileira, São Paulo, em 1997.

Comentário crítico

Essencialmente pictórica, a obra de Tomoo Handa consiste principalmente em paisagens e retratos, sendo o óleo e a aquarela os meios preferidos pelo artista. Em suas paisagens, lança um olhar atento à vegetação local e demonstra interesse na elaboração cromática. Handa pinta os arredores de São Paulo e cidades próximas, construindo telas de cores ricas e delicadas, como em Paisagem da Vila Sônia (1947). A infância vivida nas fazendas do interior paulista, junto à recém formada colônia japonesa, é evocada em telas como Cafezal (1952) e A Colheita do Café (1955). Em texto de 1968, Handa comenta: "...não tendo as artes plásticas encontrado a barreira da língua para a expressão, puderam os artistas desenvolver indagações sobre o que seja o Belo, o que sejam as belas artes do Japão, bem como o que seja a arte que o imigrante poderia criar no Brasil. [...] é possível afirmar com toda segurança que todo seu esforço [do imigrante japonês] jamais foi no sentido de imitar as formas das belas-artes japonesas e que não se deixarão para a posteridade sombras tristes das mesmas". Handa dedica-se também a retratar as pessoas de seu convívio. Em 1937, dois anos após concluir sua formação na Escola de Belas Artes, pinta um Retrato de Mulher, no qual figura uma jovem japonesa. Tela de fatura ainda um tanto convencional, mas que já exibe a procura pelo equilíbrio e a sutileza no uso das cores. Entre 1940 e 1945, executa o óleo Retrato do Pintor Tamaki. Esta obra, observa a curadora Ana Paula Nascimento, já apresenta como característica comum de sua produção o uso de linhas escuras a contornar a figura e todos os objetos, de uma maneira expressiva.

Críticas

"Para ele, a paisagem lhe fala e ele a revivesce em suas telas. Pintor de cores claras, porque conclui não ser um homem trágico, afirma que nem mesmo a guerra e os inúmeros problemas sociais pelos quais passou, tiveram influência sobre sua obra. Há 70 anos no Brasil, brasileiro por livre arbítrio, acredita que o estilo japonês o visita em termos de suavidade e sutileza, mas a inspiração está mesmo na natureza, nas formas. Tantos anos se passaram desde a primeira obra vendida e o seu singelo lirismo continua em flor: 'Meus quadros continuam os mesmos, como eu. 'A pincelada e o cromatismo são cuidadosamente elaborados, não faltando um acento oriental pelo rigor técnico e a transparência da massa empregada, que o caracterizam como um componente profissional desse ofício. Os temas da natureza regem sua intenção, comunicando-lhe atalhos e fontes inesgotáveis; com muita sabedoria sabe ouvir estes conselhos".
Ciça França Lourenço
LOURENÇO, Ciça França. In: Na arte da colônia japonesa no Brasil. São Paulo: MASP, 1988.

Exposições Individuais

1936 - Arujá SP - Individual, no Nippon Club
1948 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Domus

Exposições Coletivas

1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes, na Rua 11 de Agosto
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes 
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo - a convite de Mário de Andrade
1938 - São Paulo SP - 1ª Mostra do Grupo Seibi  
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1949 - São Paulo SP - Exposição do Grupo 15, no IAB/SP 
1950 - São Paulo SP - 1ª Exposição do Grupo Guanabara, na Galeria Domus
1951 - São Paulo SP - 2ª Exposição do Grupo Guanabara, na Galeria Domus
1953 - São Paulo SP - 3ª Exposição do Grupo Guanabara, na Galeria Domus
1958 - São Paulo SP - 4ª Exposição do Grupo Guanabara, na Galeria Domus
1959 - São Paulo SP - 5ª Exposição do Grupo Guanabara, na Galeria Domus
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna
1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1960 - São Paulo SP - Exposição dos Sete, na Cooperativa Agrícola de Cotia
1962 - Bragança Paulista SP - Exposição dos Seis, no Clube Dois
1965 - Washington (Estados Unidos) - Coletiva itinerante Pintura Nipo-Brasileira Atual
1965 - Oakland (Estados Unidos) - Coletiva itinerante Pintura Nipo-Brasileira Atual
1965 - Tóquio (Japão) - Coletiva itinerante Pintura Nipo-Brasileira Atual
1966 - São Paulo SP - Artistas Nipo-Brasileiros, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - 10º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos, na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, no MAB-Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1986 - São Paulo SP - Seis Tempos: 80 anos, na Pinacoteca do Estado
1987 - São Paulo SP - Primavera, na Liberdade Garô Galeria de Arte
1988 - São Paulo SP - Vida e Arte dos Japoneses no Brasil, no Masp
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1988 - Manaus AM - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Pinacoteca do Estado
1988 - Brasília DF - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras
1988 - Belém PA - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Romulo Maiorana 
1988 - São Paulo SP - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAB-Faap
1988 - Recife PE - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, na Fundação Joaquim Nabuco/Instituto de Cultura
1988 - Curitiba PR - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MAC/Curitiba
1988 - Porto Alegre RS - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no Margs
1989 - Rio de Janeiro RJ - Herança do Japão: aspectos das artes visuais nipo-brasileiras, no MNBA
1992 - São Paulo SP - Grupo Guanabara: 1950-1959, no Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB-Faap
1995 - São Paulo SP - Brasil-Japão Arte, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1995 - Niigata (Japão) - Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos, no The Niigata Prefectual Museum of Modern Art
1995 - Tokushima (Japão) - Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos, no Centro Cultural de Tokushima

Exposições Póstumas

1996 - Gifu (Japão) - Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos, no The Museum of Fine Art Gifu
1996 - Tóquio (Japão) - Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos, na Azabu Art Museum
1996 - São Paulo SP - Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos, no Masp
1997 - Jacareí SP - Exposição dos Pintores Nipo-Brasileiros Contemporâneos, na Oficina de Artes Santa Helena 
1997 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva de Tomoo Handa, no Museu de Arte Nipo-Brasileira
1998 - São Paulo SP - Grupo Seibi, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - São Paulo SP - São Paulo: visão dos nipo-brasileiros, no Museu Lasar Segall
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
2001 - São Paulo SP - Arte Nipo-Brasileira: momentos, na Galeria Euroart Castelli
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB-Faap

Fonte: Itaú Cultural