Lopes de Leão (São Paulo SP 1889 - idem 1964)
Pintor, professor e gravador.
Entre 1908 e 1911, Paulo Vergueiro Lopes de Leão cursa ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito de São Paulo. Ainda em 1911, participa da 1ª Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios, também em São Paulo. Em 1913, viaja para Florença, Itália, com pensão do governo do estado de São Paulo e estuda, com Filadelfo Simi (1849-1923), na Academia de Belas Artes. Na mesma cidade, aprofunda os conhecimentos de gravura com Mazzani Zarini, na Scuola d´Incisione all´Acquaforte, entre 1915 e 1918. Tendo conseguido a prorrogação da bolsa de estudos, transfere-se para Paris, onde permanece de 1920 a 1921, dedicando-se à pintura sob orientação de Louis-François Biloul (1874-1947). Neste último ano, integra o Salão dos Artistas Franceses, na mesma cidade. Em 1924, é um dos fundadores da Sociedade Paulista de Belas Artes. Dez anos depois, organiza e integra o 1º Salão Paulista de Belas Artes, desempenhando também funções nas comissões de seleção e premiação. Participa de varias edições do evento até 1954, sendo laureado em 1935 e 1952, e recebendo prêmio póstumo em 1964. Em 1936, torna-se diretor da Escola de Belas Artes de São Paulo, onde é professor e presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1932 e 1944, dirige a Pinacoteca do Estado de São Paulo, que se vincula, por alguns anos, à Escola de Belas Artes.
Comentário Crítico
Lopes de Leão inicia sua carreira como pintor no começo do século XX, obtendo, em pouco tempo, o pensionato artístico oferecido pelo estado de São Paulo, com o qual viaja para Florença e, mais tarde, Paris. Essa trajetória é comum entre os pintores brasileiros que, durante a viagem, frequentemente entravam em contato com estéticas que transformaram o panorama artístico europeu na segunda metade do século XIX, como a Escola de Barbizon e o impressionismo.
No caso da pintura de Leão, nota-se uma apropriação de recursos pictóricos impressionistas, como em Paisagem (s.d.), realizada na Europa, na qual trabalha com pinceladas justapostas, visando efeitos de luz sobre o solo e a água, sem contornos ou utilização do claro-escuro. Já Dia de Sol (1921) evoca uma cidade interiorana brasileira e é elaborada com os mesmos recursos de Paisagem. Entretanto, a presença de uma gestualidade evidente na primeira se contrapõe a certa contenção da pincelada na segunda, demonstrando um maior comprometimento do pintor, nesta composição, com o registro do entorno.
A absorção das inovações técnicas e de fatura pelos pintores brasileiros se limita, em geral, aos procedimentos impressionistas, não se estendendo a práticas propostas por outras vertentes da arte moderna. Essa orientação guia a longa gestão de Leão como diretor da Pinacoteca do Estado, onde permanece por cerca de dez anos, incentivando ações voltadas à produção acadêmica.
Exposições Individuais
1913 - São Paulo SP - Individual
1920 - São Paulo SP - Individual
1924 - São Paulo SP - Individual
1929 - São Paulo SP - Individual
Exposições Coletivas
1911 - São Paulo SP - Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1919 - Florença (Itália) - Mostra Della Società Delle Belle Arti
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1920 - São Paulo SP - Salão da Sociedade Brasileira de Belas Artes
1921 - Paris (França) - Salon des Artistes Français
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1928 - São Paulo SP - Salão de Belas Artes Muse Italiche, no Palácio das Indústrias
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes, na Rua 11 de Agosto
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes - pequena medalha de ouro
1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1944 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1946 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1952 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes - Prêmio Assembléia Legislativa do Estado
1954 - São Paulo SP - 19º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira
Exposições Póstumas
1964 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes - grande medalha de ouro
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970, na Pinacoteca do Estado
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte
Fonte: Itaú Cultural