Paulo Cezar Mendes Faria (Juiz de Fora MG 1946)
Pintor e escultor.
Inicia sua aprendizagem no curso de desenho e artes gráficas da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, entre 1967 a 1969. Neste mesmo período, freqüenta aulas livres com Aluísio Carvão (1920 - 2001) e Ivan Serpa (1923 - 1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. Em 1981, morando em Petrópolis, integra o Núcleo Experimental de Arte - NEART, onde recebe orientação de Katie van Scherpenberg (1940). Freqüenta seções de análise crítica de obra de arte, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage. Sua passagem pelo NEART possibilita experimentar novos materiais em suas criações, passando da pintura para a escultura com jornal. Esta passagem significará um amadurecimento em sua carreira artística. De 1994 a 2002, dedica-se ao cultivo de bonsai para expor em feiras e espaços culturais. Dedica-se também a estudar e pesquisar desenhos e garatujas infantis.
Críticas
"Uma das grandes soluções da arte povera sempre foi, sem dúvida, a negação da nobreza obrigatória do material. Fez-nos rever os fragmentos, as coisinhas, os restos, orgânicos ou não, de pedacinhos de arame a pedacinhos de tecido, bolinhas de algodão, galhinhos, feltros, parafinas, substâncias naturais instáveis, tudo reunido de maneira a nos impor, quase, um olhar novo, de criança, a descobrir o universo. É ainda da natureza da arte povera o saber manter-se sutil, empírica, instintiva, lírica, paradoxal, num pólo muito mais 'dionisíaco' que 'apolíneo', no qual a emoção predomina sobre a razão. Alguns desses adjetivos, pelos menos parcialmente, se aplicam ao trabalho de Faria - assim como, ao recolocar o jornal em novo contexto, ele nos obriga a revê-lo, redescobri-lo. Há, sem dúvida, um 'background' de arte povera em sua produção escultórica, manifestado também na perecibilidade. Mas a tudo isso se sobrepõe, no caso específico de Mendes Faria, o lado apolíneo de sua personalidade, que o conduz a sua opção construtivista. Seu espectro vai da definição absoluta de colunas triangulares à relativa informalidade de montes de bolas amassadas - mas tudo resulta, em última instância, numa organização da qual o acaso é afastado. No fundo, ele se reaproxima e se nutre do componente mais essencial da arte, que é impor, ao caos, o cosmo. E disso surge, sempre, um tipo de beleza: a beleza das formas 'estáveis, permanentes e necessárias', das quais fala um poema de Drummond".
Olívio Tavares de Araújo
ARAÚJO, Olívio Tavares de. Mendes Faria: uma poética feita de pólos opostos que se fundem. In: Jornal do Brasil, São Paulo, 15 de junho de 1989, exemplar de assinante (convite da exposição Esculpindo a Nóticia, na Sala Mario Schemberg/Funarte/SP).
Depoimentos
"Depois de percorrer muitos caminhos, depois de muitos desenhos e muita pintura, chego enfim a escultura. Nesta fase procuro evidenciar o problema da forma, do ritmo e da repetição; venho também questionando os materiais e suportes tradicionais. As formas básicas se repetem para a criação de outras complexas. (...) O material agora utilizado é o jornal utilizado em esculturas de chão e de parede. O material além de permitir criações excepcionais, vem impregnado de um certo mistério e uma grande carga energética pelos fatos e fotos que contém".
Mendes Faria
Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1988.
Acervos
Acervo do Jornal do Brasil - Rio de Janeiro RJ
Centro Cultural Cândido Mendes - Rio de Janeiro RJ
Centro de Cultura de Petrópolis - Petrópolis RJ
Museu de Arte Contemporânea - Americana SP
Museu de Arte Contemporânea José Pancetti - Campinas SP
Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ
Exposições Individuais
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bahiart - moção da Assembléia Constituinte
1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Signo
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1980 - Brasília DF - Individual, na Galerias Opus
1980 - Brasília DF - Individual, no Centro Artes
1981 - Petrópolis RJ - Individual, no Centro de Cultura de Petrópolis
1982 - Juiz de Fora MG - Individual, na Galeria da Pró-Música
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Delfin
1985 - Juiz de Fora MG - Individual, no Centro Pró-Música
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Contemporânea
1987 - Petrópolis RJ - Individual, na Galeria do Centro de Cultura de Petrópolis
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cândido Mendes - Ipanema
1989 - São Paulo SP - Esculpindo a Notícia , na Galeria Mário Schemberg - Funarte/SP
1991 - Alto da Serra RJ - Exposição retrospectiva "Dez anos em Petrópolis?
1993 - Itaipava RJ - Arte no Melhor da Serra
1994 - Itaipava RJ - Individual, no Espaço Cultural Mr. ZEE
1995 - Petrópolis RJ - Individual, no Escritório de Arte DaviJorge
2002 - Itaipava RJ - Individual, no Canto da Cultura
2003 - Itaipava RJ - Individual, no Canto da Cultura
Exposições Coletivas
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Alunos da Enba - primeiro prêmio de pintura
1976 - Rio de Janeiro RJ - 81º Salão Nacional de Belas Artes - menção honrosa
1979 - Brasília DF - Coletiva, na Galeria Opus
1980 - Brasília DF - Coletiva, no Centro de Artes
1981 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Eucatexpo
1983 - Petrópolis RJ - Artistas Contemporâneos, no Palácio Itaboraí
1985 - Petrópolis RJ - 10 Pintores, no Centro Cultural Petrópolis
1985 - Campinas SP - 12º Salão de Arte Contemporânea de Campinas , no Museu de Arte Contemporânea José Pancetti
1986 - Belém PA - 5º Salão de Arte do Pará
1986 - Belém PA - Arte do Pará
1986 - Campinas SP - Arte & Cosmos, no Museu de Arte Contemporânea José Pancetti - artista convidado
1986 - Curitiba PR - 43º Salão Paranaense
1986 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Carioca, na Rioarte
1986 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
1987 - Belo Horizonte MG - Salão Nacional de Arte
1987 - Curitiba PR - 44º Salão Paranaense, no MAC/PR
1987 - Petrópolis RJ - Petrópolis Urgente
1987 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Carioca, no Metrô Rio de Janeiro
1987 - São Paulo SP - 5 artistas , 5 opções, no CCSP
1987 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Arte Contemporânea, na Pinacoteca do Estado
1988 - Curitiba PR - 45º Salão Paranaense
1988 - Ribeirão Preto SP - 13º Salão de Arte de Ribeirão Preto, na Casa da Cultura de Ribeirão Preto
1988 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Cândido Mendes - Centro
1988 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1989 - Curitiba PR - 46º Salão Paranaense
1989 - Rio de Janeiro RJ - 13º Salão Carioca
1989 - São Paulo SP - 1º Prêmio Canson, com exposição no MAM/SP - com trabalhos em papel cortado
1990 - Brasília DF - Armadilhas Selvagens, no MAM/DF
1990 - Curitiba PR - 47º Salão Paranaense, no MAC/PR
1990 - Niterói RJ - 5 Artistas no Ingá, no Museu do Ingá
1990 - Rio de Janeiro RJ - Século XX, no MNBA - artista convidado
1991 - Americana SP - OI Americana, no Museu de Arte Contemporânea
1991 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Acervo de 10 anos Cândido Mendes, no MAM/RJ
1991 - Santos SP - 3º Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
2002 - Itaipava RJ - Coletiva, no Circuito das Artes
2003 - Itaipava RJ - Coletiva, no Parque de Exposições
2003 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Universidarte, na Universidade Estácio de Sá
2004 - Petrópolis RJ - Via Br 040: serracerrado, no Museu Imperial
Fonte: Itaú Cultural