Maximiano Mafra (Rio de Janeiro RJ 1823 - idem 1908)
Pintor, escultor, professor.
A partir de 1835, estuda na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), onde é aluno de Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), com quem colabora posteriormente na realização dos primeiros esboços para a tela Coroação de D. Pedro II, 1845. Participa de várias edições da Exposição Geral de Belas Artes, entre 1841 e 1884, recebendo a medalha de ouro em 1846. Dedica-se principalmente à pintura de história e a de retratos. Em 1851, é aprovado no concurso para professor substituto da disciplina de pintura histórica na Aiba, cargo que ocupa por um breve período, em 1874. É nomeado professor efetivo da cadeira de desenho de ornatos na Aiba, atividade que exerce entre 1856 e 1890. O artista tem ainda relevante atuação como secretário da instituição, entre 1854 e 1890. As informações acerca de sua trajetória artística são controversas e sua produção permanece pouco conhecida.
Comentário Crítico
Maximiano Mafra dedica-se inicialmente à pintura histórica, com telas como Tomás Gonzaga no Cárcere, s.d. e a Morte de Sócrates, s.d. e realiza ainda diversos retratos. Entre seus trabalhos destaca-se o projeto para a estátua eqüestre de dom Pedro I (1798-1834), realizada em Paris por Louis Rochet (1813-1878) e instalada no Rio de Janeiro em 1862. Para o historiador da arte Luciano Migliaccio, entretanto, a concepção geral do monumento deve ser atribuída a Manuel de Araújo Porto-Alegre.
Mafra distingue-se principalmente como professor da cadeira de desenho de ornatos na Aiba. Destaca-se por incentivar a nova geração de artistas que cursam a Aiba nos anos 1870, entre eles, o escultor Rodolfo Bernardelli (1852-1931), com quem mantém intensa correspondência durante o período que o escultor estuda na Itália, e os pintores Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Amoedo (1857-1941).
Críticas
"(...) Desviou-se do gênero ao princípio escolhido para fazer retratos e reger a aula de desenho de ornatos na Academia. Se na pintura histórica, em que tão rapidamente trabalhou, deu unicamente provas de dedicação ao trabalho, na pintura de retratos não conseguiu posição diversa, apesar de não pertencer ao número dos piores retratistas de seu tempo. O maior defeito de Maximiano Mafra está no colorido. O desenho não lhe saía puro do lápis, ou, para melhor dizer, não tinha qualidades que o notabilizassem, mas, em geral, não pecava em proporções. Era, em verdade, fastidioso e ronceiro e de tal forma vagaroso que bem confirmava o pouco uso da mão, tanto quanto imprimia à obra feição de índole mais operosa do que artística".
Gonzaga Duque (1888)
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
Acervos
Museu do Estado de Pernambuco - Recife PE
Exposições Coletivas
1841 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1842 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1843 - Rio de Janeiro RJ - 4ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1845 - Rio de Janeiro RJ - 6ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1846 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba - medalha de ouro
1847 - Rio de Janeiro RJ - 8ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba - medalha de ouro
1848 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1850 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1852 - Rio de Janeiro RJ - 12ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1879 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
1884 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba
Exposições Póstumas
1948 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva da Pintura no Brasil, no MNBA
Fonte: Itaú Cultural