Hanna Henriette Brandt (Essen, Alemanha 1923)
Gravadora, pintora e desenhista.
Vem para o Brasil em 1935 e fixa-se em São Paulo. Naturaliza-se brasileira. Inicia estudos artísticos na década de 50 e em 1961 cursa gravura com Lívio Abramo e Maria Bonomi. É sócia-fundadora do Núcleo de Gravadores de São Paulo, Nugrasp. Participa de várias mostras no Brasil e no exterior. Em 1973, obtém o Prêmio Itamaraty na 12ª Bienal Internacional de São Paulo.
Críticas
"Qual o limite do sonho? É bom quando nós encontramos artistas como Hannah Brandt. O seu sonho é igual ao dos artistas e seu tema é a paz, as crianças alimentadas, as famílias reunidas, as culturas harmonizadas. Ainda que, para sonhar a paz, ela, muitas vezes, mostre as imagens da violência. Ou do prato vazio de amizade e de humanismo. Os problemas do mundo e o futuro do homem estão depositados nas suas mãos e no seu desejo, e ela pretende responder a essa responsabilidade. E o faz de maneira particular e única.
O seu modo particular de perceber o real é o de uma pessoa voltada para o espiritual, entendido como tal as possíveis ligações do Homem com as forças primordiais, representadas por todos os diagramas esotéricos, pela organização espacial e simbólica das idéias de Deus: Energia, Consciência e Identificação. O proceder que orienta seu trabalho é refinado. Hannah Brandt junta fragmentos das várias civilizações e ideologias e os amalgama num cadinho contemporâneo, numa unidade estruturada sobre conceitos precisos. É esse refinamento no considerar e no proceder que empresta ao seu trabalho um mesmo ar de família e uma origem facilmente identificável. E o artista que serve a esse pensamento tão elaborado e forte é um que prefere ver as coisas nascer das suas próprias mãos.
Dessa maneira o seu comportamento é o de um artesão. Hannah Brandt faz as suas cópias, organiza um arquivo expositivo, compara os vários estados da gravura e circula em torno do trabalho, atenta aos resultados e aos efeitos. Ela pretende que, ao final, o seu pensamento não seja traído, que o objeto produzido seja idêntico ao pensado. Pois dele depende a salvação do mundo e, certamente, a sua própria salvação. Tema comum a todos os artistas que existiram no mundo. "
Jacob Klintowitz, 1977
KLINTOWITZ, Jacob. Hannah Brandt: xilogravuras. São Paulo: MASP, 1984. Folha dobrada.
"O trabalho de Hannah é unicamente fruto de sua vivência, o espelho dos seus sentimentos nos quais não há dúvida nem mentiras. O seu mundo é um mundo claro, sereno, humilde e confiante ao mesmo tempo. Ver e rever as xilogravuras desta artista não dão somente prazer pelo cuidado com o qual são executadas, mas transmitem uma tomada de consciência, uma participação nos problemas sociais, que são sempre sentidos de forma poética. É interessante observar como os temas sociais são, na maioria das vezes, representados por outros artistas de maneira agressiva, enquanto com a nossa gravadora prevalece a compaixão pelo ser humano. É por isto que a dor se transforma em poesia. (...)
Apesar de sua incrível fantasia, Hannah permanece fiel aos textos nos quais se inspira. O fato de que a artista representa sempre uma série de xilogravuras que desenvolvem a mesma temática lhe dá possibilidade de aprofundar-se, de criar ritmos e pausas, vozes e silêncios. Poderíamos chamar esses trabalhos de 'variações musicais'".
Lisetta Levi
LEVI, Lisetta. Hannah Brandt: xilogravuras. São Paulo: MASP, 1984. Folha dobrada.
Acervos
Museu de Arte Assis Chateaubriand, MAAC - Campina Grande PB
Museu Regional de Feira de Santana - Feira de Santana BA
Museu de Ibitinga - Ibitinga SP
Museu de Arte Brasileira - MAB/Faap - São Paulo SP
Museu João Batista Conti - Atibaia SP
Museu de Rio Preto - São José do Rio Preto SP
Museu de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte de Belo Horizonte - Belo Horizonte MG
CCAC Print Colletion of San Francisco - São Francisco (Estados Unidos)
Museu de Arte de Skopje - Skopje (Iugoslávia - atual Macedônia)
Museu Nacional de Belas Artes - Santiago do Chile (Chile)
ETH - Zurique (Suíça)
Exposições Individuais
1977 - São José dos Campos SP - Individual, na Galeria do Sol
1978 - Johannesburgo (África do Sul) - Individual, na Trevor Coleman Gallery
1984 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1985 - Los Angeles (Estados Unidos) - Individual - premiada
1987 - São Paulo SP - Hannah Brandt: xilogravuras, na Galeria Suzanna Sassoun
1988 - São Paulo SP - Individual, no Salão Intersul
1990 - Campos do Jordão SP - Individual, na Casa da Xilogravura
1998 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Cultural Hospital Albert Einstein
2000 - São Paulo SP - Individual, no Clube A Hebraica
Exposições Coletivas
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - São Paulo SP - 29º Salão Paulista de Belas Artes - menção honrosa
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Maia
1967 - São Bernardo do Campo SP - 10º Salão de Arte de São Bernardo do Campo - menção honrosa
1967 - São Paulo SP - 16º Salão Paulista de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 32º Salão Paulista de Belas Artes - medalha de bronze
1968 - Rio de Janeiro RJ - A Gravura Brasileira, no Museu Histórico Nacional
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, no MAM/BA
1968 - São Bernardo do Campo SP - 11º Salão de Arte de São Bernardo do Campo - grande medalha de prata
1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1969 - São Paulo SP - 34º Salão Paulista de Belas Artes - 1º prêmio gravura - aquisição
1970 - Portland (Estados Unidos) - 41ª International Exhibition Northwest Printmakers, no Portland Art Museum
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1970 - São Paulo SP - A Gravura Brasileira, no Paço das Artes
1970 - São Paulo SP - Mostra, na Galeria de Arte da Folha
1970 - Seattle (Estados Unidos) - 41ª International Exhibition Northwest Printmakers, no Seatle Art Museum Pavillion.
1971 - Campinas SP - 7º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1971 - Santo André SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1972 - Santo André SP - 5º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1972 - São Bernardo do Campo SP - 15º Salão de São Bernardo do Campo - Prêmio Câmara Municipal de São Bernardo do Campo
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - Santo André SP - 6º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1973 - Santos SP - 2ª Bienal de Artes Plásticas
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1974 - San Juan (Porto Rico) - 3ª Bienal de San Juan del Grabado latino-americano y del Caribe - prêmio aquisição
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Santo André SP - 8º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 - Santo André SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes
1977 - São Paulo SP - 9ª Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Exposição Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da Cunha
1980 - Kanagawa (Japão) - 6º Independents Exhibitions of the Prints
1981 - Kanagawa (Japão) - 7º Independents Exhibitions of the Prints
1982 - Kanagawa (Japão) - 8º Independents Exhibitions of the Prints
1982 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, na Fundação Bienal - prêmio aquisição
1993 - Campina Grande PB - Coletiva do Acervo, Museu de Arte Assis Chateaubriand, MAAC
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
Fonte: Itaú Cultural