Eduardo de Sá (Rio de Janeiro RJ 1866 - idem 1940)
Escultor, pintor e restaurador. Frequenta aulas particulares de escultura com Rodolfo Bernardelli e estuda na Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, entre 1883 e 1886, com Victor Meirelles, Zeferino da Costa, José Maria de Medeiros e Pedro Américo. Em 1888, em Paris, estuda na Académie Julian, onde foi aluno de Gustave Boulanger e de Jules Joseph Lefebvre. Um de seus trabalhos mais conhecidos é o restauro do escudo do teto da entrada da capela da Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro.
Críticas
"Eduardo de Sá gozava uma estranha dualidade de pintor-escultor.
Nessa última especialidade, porém, foi que ele deixou a sua obra mais forte: a estátua do Marechal Floriano Peixoto, na praça do mesmo nome.
Positivista convicto, toda a sua obra se ressente desse espírito de setarismo, que orientava a inspiração do artista. Sem jamais ter feito trabalho de escultura, compareceu com uma maquete à concorrência do monumento acima citado. Seu projeto foi aceito.
Alguns anos mais tarde, Eduardo de Sá obteve também incumbência de executar o Monumento à República, na praça do mesmo nome.
Em ambas notam os críticos os sulcos da doutrina positivista, deixados em tudo o que saía da concepção do artista".
Francisco Acquarone
ACQUARONE, Francisco. História da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Oscar Mano Ed. , 1939. p. 235.
"Glorificando o defensor da República, ele perpetuará o nome de um dos mais modestos, conscienciosos e trabalhadores artistas que o vasto céu desta bem querida Pátria cobre com a beleza da sua seda azul e o ouro rutilante do seu sol".
Gonzaga Duque
CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir (org.). Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. (Dicionários especializados, 5).
"A vertente positivista deixou sua marca em vários monumentos republicanos, salientando-se os dedicados a Benjamin Constant, localizado na Praça da República, no Rio de Janeiro; a Floriano Peixoto, na Cinelândia, também no Rio; e a Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, todos obras dos artistas positivistas Eduardo de Sá e Decio Villares. Semelhantes na concepção, os três constituem verdadeiros discursos políticos. Obedecem não só às idéias políticas e filosóficas de Comte mas também a suas concepções estéticas, segundo as quais a arte deve ser a idealização da realidade, a exaltação do lado altruísta e afetivo do ser humano, deve promover o culto cívico da família, da pátria e da humanidade. O culto cívico, no caso brasileiro, segundo a orientação do Apostolado positivista, incluía, além da bandeira republicana, desenhada por Décio Villares, as figuras de Tiradentes, José Bonifácio e Benjamin Constant".
José Murilo de Carvalho
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 42-45.
Exposições Individuais
1888 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1898 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1898 - Rio de Janeiro RJ - Arte Republicana
Exposições Coletivas
1883 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral de Belas Artes - medalha de prata em desenho figurado
1884 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba - medalha de prata em modelo vivo e medalha de ouro em pintura
1885 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral de Belas Artes - grande medalha de ouro em pintura e pequena medalha de ouro em modelo vivo
1887 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral de Belas Artes - prêmio de viagem
1911 - Turim (Itália) - Exposição Internacional de Turim - medalha de ouro
Fonte: Itaú Cultural