D. J. Oliveira (Bragança Paulista SP 1932 - Goiânia GO 2005)
Pintor, gravador, cenógrafo, figurinista, professor.
Desde criança, Dirso José de Oliveira interessa-se por artes visuais e aos 10 anos inicia estudos de desenho e pintura com o pintor Luís Gualberto, ainda em sua cidade. Em 1948 muda-se para a São Paulo, onde passa a trabalhar como assistente de artesãos especializados em decoração de paredes e em pintura de frisos, além de ser assistente de pintura em murais e cenografia. Freqüenta o ateliê de Angelo de Sordi, com quem aprende as técnicas do afresco, da têmpera, da encáustica, do esgrafito e da pintura a óleo. Em 1954 conhece Luciano Maurício, cenógrafo do Balé do IV Centenário, que o inicia na arte moderna introduzindo-o na Rede Globo de Televisão, onde trabalha como cenógrafo durante um ano. Muda-se para Goiânia em 1956, onde monta um ateliê de pintura e desenho publicitário, fazendo vitrines e cartazes. Cria cenários e figurinos para teatro na década de 1960, época em que começa a dar aulas de gravura em madeira e desenho na Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiás, UCG. Funda com suas alunas Iza Costa e Ana Maria Pacheco o Ateliê Livre da Escola de Belas Artes na própria UCG. Realiza vários murais em estabelecimentos públicos e privados, usando técnicas de afresco, cerâmica vitrificada, acrílica, nitrocelulose e outras. Em 1967 viaja à Europa, onde trabalha principalmente na Espanha, mas também, na Holanda, Itália, França, Inglaterra e Suíça, retornando à Goiânia em 1970. Nessa época, começa a dedicar-se à gravura em metal, desligando-se da pintura. Lança diversos álbuns, usando na composição de algumas de suas obras personagens de literatura, como na série sobre Dom Quixote e Sancho Pança, além do estudo sobre o místico Antonio Conselheiro. Junto com Cléber Gouvea abre o Estúdio ao Ar Livre, frequentado por artistas, dentre eles Siron Franco. Muda-se para Luziânia, Goiás em 1973 e retoma a pintura, da qual ficou afastado por três anos. Produz, nos anos 1980, O Sonho de João Bosco, um mural de 170 metros, realizado com o propósito de homenagear Dom Bosco, um padre que dedicou-se à educação da juventude carente de seu tempo. Participa, juntamente com outros artistas goianos, de protestos contra a demolição dos estabelecimentos onde encontram-se murais artísticos. É lançado, em 1991, o curta-metragem Nove Minutos de Eternidade - Vida, Corpo e Obra de D.J. Oliveira. Devido à deterioração do mural O Sonho de Dom Bosco decide criar um novo painel com azulejos, angariando cooperação e verbas entre instituições culturais e órgãos públicos. Em 1996, termina o projeto de reconstrução de seu mural, em cerâmica vitrificada. Há um edifício que leva seu nome em Goiânia
Críticas
"D. J. Oliveira se deseja apenas e fundamentalmente um pintor. Mais: um pintor vinculado à figura, da qual nunca se afastou sequer um passo. (...) Sua proposta permanece no plano dramático. Fala, com uma linguagem de fundamentos expressionistas, das contingências atuais do ser humano: a perplexidade, o medo, a solidão, a inutilidade de certos esforços para a solução de seus problemas. E seu expressionismo vem mesclado de uma surda e contínua ironia, através da qual o pintor denuncia um mundo inclemente e insolúvel. (...) Sem ser um intelectual, possui ampla vivência visual, trazida de sua viagem à Europa, bem como sólidas noções de teoria. Seu processo de criação tem duas etapas, a primeira, instintiva, que se ocupa do tema; a segunda, racional, que o elabora em termos de composição. Nas obras mais recentes, a racionalidade se acentua, numa certa tendência à construção mais geometrizada e rígida do espaço. Nada disso altera, contudo, a natureza fundamental da proposta de Oliveira. Para ele, a obra de arte é o produto da emoção. E a ela se dirige, inevitavelmente, sem subterfúgios, sem saltos no escuro, sem o temor de ser apenas (mas sólida) pintura".
Olívio Tavares de Araújo
FIGUEREDO, Aline. Artes Plásticas no Centro-Oeste. Aline Figueredo. Cuiabá, UFMT, MACP, 1979. Bibliografia.
Exposições Individuais
1962 - Goiânia GO - Primeira individual
1969 - Madri (Espanha) - Individual, na Casa do Brasil
1977 - Goiânia GO - Individual, na Casagrande Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Individual, no Automóvel Clube Paulista
1976 - Brasília DF - Individual, no Hotel Nacional
1981 - Goiânia GO - Individual, na Casagrande Galeria de Arte
1986 - Goiânia GO - Individual, na Casagrande Galeria de Arte
1994 - Goiânia GO - Individual, no Museu de Arte de Goiânia
Exposições Coletivas
1960 - Goiânia GO - 1ª Anual de Arte, no MAM/GO - 1º prêmio
1961 - Goiânia GO - 2ª Anual de Arte, no MAM/GO - 1º prêmio
1961 - São Paulo SP - Salão Paulista de Arte Moderna
1963 - Goiânia GO - 1º Salão de Artes Plásticas da Universidade Federal de Goiás
1966 - São Paulo SP - Coletiva Artistas Goianos, no Masp
1970 - Goiânia GO - 1ª Bienal de Artes Plásticas de Goiás - menção honrosa
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1973 - Goiânia GO - 1º Salão Global da Primavera - prêmio aquisição
1974 - Brasília DF - 1º Salão Global da Primavera - prêmio aquisição
1974 - Goiânia GO - 1ª CAIXEGO - menção honrosa
1974 - São Paulo SP - Bienal Nacional
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Goiânia GO - 2ª CAIXEGO
1976 - Goiânia GO - 3ª CAIXEGO - prêmio aquisição
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Goiânia GO - 4ª CAIXEGO - prêmio aquisição
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Arte Frei Confaloni
1977 - Milão (Itália) - Coletiva Artistas Goianos, na Embaixada Brasileira
1977 - Paris (França) - Coletiva Artistas Goianos, na Embaixada Brasileira
1977 - Roma (Itália) - Coletiva Artistas Goianos, na Embaixada Brasileira
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição
1990 - Goiânia GO - 20 Anos do Museu de Arte de Goiânia, no Museu de Arte
1998 - Catalão GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, no Fórum Municipal
1998 - Goiânia GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Fundação Jaime Câmara
1998 - Itumbiara GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Casa de Cultura de Itumbiara
1998 - Rio Verde GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia e Cultura. Palácio da Intendência
Fonte: Itaú Cultural