Latinos na Sotheby’s e Christie’s
Quadros monumentais de Wifredo Lam e Fernando Botero se destacam com a maior estimativa de preço nos leilões de arte latino-americana, esta semana, na Sotheby”s e na Christie”s de Nova York. Entre os cerca de 600 lotes oferecidos, obras de Sérgio Camargo, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes reconfirmam a posição entre as de brasileiros que vem se valorizando na retomada do mercado internacional de arte nos últimos dois anos. Na Sotheby”s, o leilão se divide entre a noite de hoje e a manhã de quarta; o da Christie”s ocorre na noite de quarta e na manhã de quinta-feira.
Les Abalochas Dansent Pour Dhambala, Dieu de L”unité, que Lam (1902-1982) mantinha na sala principal de sua casa em Albissola Mare, no litoral italiano, concentra as expectativas de um novo recorde de preço para obra do artista cubano. À venda na Sotheby”s, a estimativa é que este óleo sobre tela criado em 1970 alcance entre US$ 1,7 milhão e US$ 2,2 milhões. Ele vem da mesma coleção particular americana à qual pertencia Sur les Traces (Transformation), vendido pela Sotheby”s em maio por US$ 1,4 milhão, até agora o maior valor pago por um Lam em venda pública.
Na Christie”s, o carro-chefe é Family Scene, retrato de uma família de toureiros que o colombiano Botero pintou em 1985. Posto em leilão pela primeira vez, o quadro tem preço estimado entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão. Um ano depois de registrar o maior preço pago por obra de artista brasileiro num pregão público, com a venda de Relevo, de 1964, a Sotheby”s tem expectativa maior para outro trabalho de Camargo (1930-1990) produzido na década de 60, quando ele convivia com a vanguarda parisiense da arte cinética. Relevo, estimada entre US$ 350 mil e US$ 450 mil, foi vendida por pouco menos de US$ 1,6 milhão. Desta vez, com cotação entre US$ 400 mil e US$ 600 mil, a Sotheby”s oferece a escultura N.º 232, de 1969, uma das várias construções de cilindros de madeira cortados em diagonal e pintados de branco com que o artista criou enigmáticos jogos de planos.
Na Sotheby”s, além da peça de Camargo serão leiloados 16 lotes de artistas brasileiros, entre os quais há quadros de Abrahan Palatnik, Antônio Bandeiras, Cícero Dias e Di Cavalcanti, desenhos e esculturas de Frans Krajcberg, além de obras de Cildo Meireles, Ernesto Neto, Nelson Leirner e Vik Muniz. Na Christie”s são oferecidos 11 lotes de arte brasileira, representada em trabalhos de Adriana Varejão, Aldo Bonadei, Beatriz Milhazes, Cândido Portinari, Eduardo Bortk, Hélio Oiticica, Maurício Barbato, Saint Clair Cemin, Tunga e também de Vik Muniz. Paisagem Canibal (2003), típico exemplar da forma com que Adriana Varejão explora a história colonial brasileira, está à venda com a segunda maior estimativa entre os brasileiros, de US$ 250 mil a US$ 350 mil.
Detentora do atual recorde de preço para obra de artista brasileiro vivo com a venda do seu O Mágico, de 2001, por US$ 1,05 milhão, no leilão de arte contemporânea da Sotheby”s nova-iorquina em maio de 2008, Beatriz Milhazes tem dois quadros de acrílica sobre tela no leilão de arte latina da Christie”s: Machina (1993- 1994) e um sem título, de 1993, ambos com cotação entre US$ 200 mil e US$ 300 mil. No leilão de arte contemporânea da Christie”s, na semana passada, Rosa Nocturna, pintado por Beatriz entre 2006 e 2007, foi adquirido por US$ 338.500, na média da estimativa dos leiloeiros.
Fonte: Site Estadão – Noticias