31ª Bienal – Como falar de coisas que não existem

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A nova Bienal Internacional de São Paulo não tem tema, mas tem uma frase que a define e se redefine, pois ao decorrer da mostra o verbo será trocado regularmente:

Como falar de coisas que não existem

Como viver com coisas que não existem

Como usar coisas que não existem

Como aprender de coisas que não existem

Como lutar contra coisas que não existem

A experiência desta edição será de uma criação coletiva por parte dos artistas, mas sem ultrapassarem as paredes do Edifício Bienal.  Os curadores ainda não fecharam o time de artistas deste ano, mas afirmam que a maioria será de brasileiros pois o artistas Americanos e Europeus têm maiores oportunidades. O tema da inexistência pode ser um desafio na hora da produção como afirma o curador o escocês Charles Esche “Há muitos artistas na Europa, ou mesmo no Brasil, que ficam cavando os arquivos para ver se conseguem encontrar uma pequena joia, ou um fato obscuro, que mostre como o modernismo é incrível. É como dizer que não temos futuro. Sinto a arte estagnada nesse tipo de pensamento, é entediante”. Assim parece que o artista precisa de um guia, uma mão que indique a direção certa na hora da produção de uma obra. Escher não fecha os olhos para a realidade, percebe também que, através da internet, as coisas no mundo tendem à coletividade, à colaboração na era do conflito e do protesto: “Nesse momento, existe um equilíbrio entre dois pensamentos: o de que nada poderá ser mudado, e igualmente, do outro lado, de que as coisas não podem continuar como são, têm que mudar”. A partir desse pensamento, a mudança do verbo na frase que guia a Bienal, faz mais que seu papel proposto, ela se torna uma extensão, ou até mesmo um exteriorização de toda a potência criativa dos artistas que estarão expostas no Edifício Bienal.

Esse é a primeira Bienal que acontece sem a presença de Oscar Niemeyer, o arquiteto que projetou o prédio no parque do Ibirapuera.