Abraham Palatnik
Um dos pioneiros da arte cinética no Brasil, Abraham Palatnik que hoje é referência com suas obras que são de grande importância no cinetismo, atualmente vive no Rio de Janeiro onde vem desenvolvendo trabalhos que unem pesquisa visual e rigor matemático, buscando com extrema liberdade transgredir das técnicas tradicionalmente conhecidas unindo tecnologia e arte para realizar obras que criam movimentos e jogos de luzes que nos proporcionam essencialmente o contato com o inesperado projetando-se para além da retina, com um olhar atento podemos retirar toda sua potencialidade poética.
Biografia – Abraham Palatnik (Natal, 19 de fevereiro de 1928 – Atualmente vive no Rio de Janeiro)
Entre 1928/1932, Abraham Palatnik de familia com origem judia e russa vive em Natal, Rio Grande do Norte, entre 1932/1947 transfere-se com a familia para Israel onde estudou pintura e história da arte no ateliê de Aron Ani, escultura com Sternshus e estética com Dr. Shor. na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão (nas escolas Herzlla e Montefiori em Tel Aviv, esta última de especialização em motores de explosão) na antiga Palestina, atual Israel.
De volta ao Brasil, em 1948, continua sua orientação estética com Mário Pedrosa e integra o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da Arte cinética. Em 1951, ter seu primeiro trabalho exposto na 1ª Bienal Internacional de São Paulo foi uma verdadeira aventura, visto que não se tratando de pintura convencional não foi aceito pela comissão e foi somente introduzido posteriormente.
Integrou o Grupo Frente e participou de três das quatro mostras realizadas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1955, e em Resende e Volta Redonda, em 1956. O artista produzia pinturas abstratas aliadas ao mobiliário simultaneamente aos cinecromáticos, depois passou a desenvolver objetos móbiles cinéticos e relevos com papéis que remetem às nossas dunas potiguares. Palatnik rompe com a pintura, formalmente, mas dá continuidade incursionando em seu discurso pictórico novos materiais e desenvolvendo novas propostas objectuais. Percursor também da Art High Tech, podemos citar como redimensionamento da pinturacesa a poética High Tech de alguns brasileiros.
Participou da 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul em 1997, em 2007 faz parte da exposição “Lo(s) Cinetico(s)”, no Centro de Arte Reina Sofia em Madrid/Espanha. Hoje vem exibindo seus trabalhos pelo mundo, é reconhecido internacionalmente e considerado o “pai” do cinetismo.
Cronologia
1928/1932 – Vive em Natal, Rio Grande do Norte
1932/1947 – Transfere-se com a família para Israel
1942/1945 – Faz curso de especialização em motores de explosão na Escola Montefiori, Tel Aviv, Israel
1943 – Freqüenta os estúdios do pintor Haaron Avni e do escultor Sternshus; se torna aluno de estética de Shor, em Tel Aviv, Israel.
1943/1947 – Estuda pintura, desenho, história da arte e estética no Instituto Municipal de Arte, Tel Aviv, Israel
1948 – Retorna ao Brasil e reside no Rio de Janeiro. Conhece o crítico Mário Pedrosa (1900 – 1981), de quem passa a receber orientação estética
ca.1948 – Levado por Almir Mavignier, orientador do ateliê de pintura, conhece o Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro
1949 – Inicia pesquisa no campo da luz e movimento
1951 – Dedica-se à solução de problemas técnicos industriais
1951 – Desenvolve processos de controle visual e automático em indústrias
1951 – Inventa várias máquinas e dispositivos de uso industrial e obtém patentes
1951 – Cria seu primeiro Aparelho Cinecromático
1954/1956 – Integra o Grupo Frente, no Rio de Janeiro
1955 – Projeta móveis modernos
1962 – Inventa um jogo de percepção O Quadrado Perfeito, e obtém copyright
1964 – Cria os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos Objetos Cinecromáticos
1988 – Participa, como convidado, do concurso Uma Escultura para o Mar de Angra, promovido pela secretaria de Turismo do Rio de Janeiro
2002 – Recebe medalha do mérito Alberto Maranhão do Governo do Rio Grande do Norte
2002 – Lançamento do vídeo O Mundo da Arte – Abraham Palatnik – A Arte do Tempo, Documenta Vídeo Brasil, direção Carlos Cavalcanti.
Fonte: Itaú Cultural