Yayoi Kusama (1929)
Artista plástica
Yayoi Kusama (1929) nasceu em Matsumoto, província rural do Japão, no berço de uma família conservadora que não aceitava a sua vocação para o mundo das artes. Seu trabalho é uma mistura de diversas artes, como colagens, pinturas, esculturas, arte performática e instalações ambientais, onde é visível uma característica que se tornou a marca da artista: a obsessão por pontos e bolas.
Desde menina, Kusama sabia que queria seguir a carreira artística. Quando tinha 10 anos começou a pintar as suas características bolinhas infinitas (os famosos polka dots), a princípio em aquarelas, pastéis e óleos.
Suas criações trabalham com influências do minimalismo, da pop art, do surrealismo e do expressionismo abstrato.
Atualmente, Yayoi Kusama é celebrada como uma das mais importantes artistas plásticas vivas e as suas exposições reúnem hordas de fãs ao redor do mundo.
Mudança para a América
Foi em 1957, aos 28 anos, que Yayoi decidiu se mudar para os Estados Unidos. Ela instalou-se em Nova Iorque a convite da pintora americana Georgia O’Keeffe. Em carta à pintora que tanto admirava, Yayoi confessou:
Estou apenas no primeiro passo de uma longa e difícil vida para me tornar uma pintora. Você gentilmente me mostraria o caminho?
Acolhida pela pintora norte-americana, nos Estados Unidos participou de uma série de cenas da pop art. Expôs peças inovadoras que apresentavam jogos de espelhos e luz elétrica.
Yayoi viveu a contracultura e participou de uma série de eventos polêmicos que envolviam participantes nus pintados com as suas características bolinhas coloridas.
A japonesa também foi ativista do movimento anti-guerra.
O retorno ao Japão
Em 1973, Yayoi decidiu voltar para o Japão. Nessa ocasião, para além das pinturas, performances e esculturas, começou também a escrever romances e poemas.
Mesmo estando no Japão, continuou a expor as suas obras pelo mundo em exibições individuais e coletivas, especialmente na América e na Europa.
Obras
Suas obras são em geral baseadas em padrões que se repetem e ficaram marcadas pelos célebres pontinhos (as polka dots).
Sobre o processo de criação, em entrevista a artista afirmou:
Sou uma artista obsessiva. Considero-me uma herege do mundo da arte. Penso apenas em mim quando faço o meu trabalho.
A partir de 1994, Yayoi começou a criar esculturas ao ar livre.
Desde 2011, ela é colaboradora de estampa da Louis Vuitton a convite de Marc Jacobs.
A doença psiquiátrica
Devido à doença mental que carrega desde a infância, Yayoi vive em um hospital psiquiátrico há mais de quarenta anos.
Em 1975, a artista resolveu viver voluntariamente em um hospital psiquiátrico em Tóquio. Atualmente, ela possui um ateliê perto do hospital onde vai trabalhar diariamente.
A minha arte tem origem em alucinações que só eu consigo ver. Traduzo as alucinações e imagens obsessivas em esculturas e pinturas. No entanto, crio obras mesmo quando não vejo alucinações (...) O meu trabalho é uma expressão da minha vida, particularmente da minha doença mental.
Vida Pessoal
Nunca se soube de qualquer relação amorosa de Yayoi Kusama. Solitária, a artista plástica japonesa parece ter concentrado toda a sua energia nas suas criações.
Sobre os Videos
Documentário Kusama: Infinity
Em 2018, no festival de cinema independente de Sundance, nos Estados Unidos, foi lançado o documentário Kusama: Infinity, dirigido por Heather Lenz.
Esse é o segundo documentário biográfico sobre a vida de Yayoi, o primeiro deles foi lançado em 2008.
O filme intitulado Yayoi Kusama, I adore myself teve a sua divulgação mais restrita ao Japão.