Vera Salamanca (Porto Alegre RS 1948)
Pintora, desenhista, gravadora.
Vera Lúcia Escobar Salamaca frequentou a oficina de gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com José Assumpção Souza, entre 1967 e 1975 e estuda na Faculdade de Belas Artes de Curitiba. Faz curso livre de desenho na casa de Alfred Andersen e curso de gravura, sob a orientação de Calderari, no ateliê de Poty. No Museu Paranaense, em Curitiba, desenha fragmentos de cerâmica e sambaquis, obra resultante de viagens arqueológicas na baía de Paranaguá, junto com o professor Oldemar Blasi. Em 1976, participa de performances com Ivald Granato em museus, em teatros e em galerias. No mesmo ano, passa a residir em São Paulo, onde faz cenários e alegorias para a Escola de Samba Nenê da Vila Matilde.
Críticas
"Aluna, em Curitiba, de Fernando Calderari, que estudou com Friedlaender, e de José Assumpção Souza, Vera Salamanca não começa entretanto como gravadora, mas como desenhista e pintora. Logo, a gravura adquire, em sua obra, papel relevante: o metal e a litografia prevalecem em suas escolhas de gravadora. Iniciando-se na litografia nos anos 70, lança-se em temática brasileira, intensamente marcada por empenho de resistência: o Araguaia significa diversas direções nas litografias de 1976, a um tempo políticas e antropológicas, pois põem em evidência as lutas de posseiros e povos indígenas. Quando a gravura em metal prevalece, algumas de suas investigações técnicas podem ser retomadas pela litografia, como também pela pintura, a qual pode pôr em evidência grafismos característicos das duas técnicas gráficas referidas. Não é surpreendente, pois, que Vera perfure, arranhe, raspe a própria pedra litográfica, o que amplia os recursos da técnica, que pode empregar ora pregos, ora cacos de vidro, quando não buris ou até instrumentos usados em odontologia. Todavia, o emprego nada canônico de tais instrumentos na pedra traduz a correção instrumental operante nas placas de cobre, em que se registram tanto os mais tênues cortes, quanto as mais vastas áreas de corrosão. Embora se afirme humoradamente 'metaleira', Vera Salamanca valoriza a intertradução das técnicas gráficas, de modo que as adoções de uma por outra sempre operam como interpretações que são não só especificadoras de cada qual como também ampliadoras dos respectivos recursos. As litografias recentes explicitam, assim, as pesquisas demoradamente feitas no metal; não se nota, de chofre, que uma lito é uma lito, não um metal, pois a transposição do repertório de uma técnica para a outra está perfeitamente adaptada às exigências gráficas respectivas. Todavia, como Vera afirma judiciosamente, uma litografia sua pode conquistar a luz de modo superior ao da luz ostentada no metal que lhe serve de referência em meditação também luminista."
Leon Kossovitch
GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000. p. 144.
Exposições Individuais
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Atelier
1976 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Artes Gráficas
1978/1981 - Alemanha, Brasil, EUA, Hungria, Itália, França e Uruguai - Saco Cheio de Arte (mail art circuit)
1979 - São Paulo SP - A Gravura de Vera Salamanca, no Gabinete de Artes Gráficas
1980 - Brasília DF - Individual, na Itaúgaleria
1980 - Ribeirão Preto SP - Individual, na Itaúgaleria
1981 - Londrina PR - Individual, na Itaúgaleria
1981 - São Paulo SP - Individual, na Itaúgaleria
1982 - Ribeirão Preto SP - Individual, na Itaúgaleria
Exposições Coletivas
1970 - Curitiba PR - 27º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1972 - Curitiba PR - Salão Paranaense
1973 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Verão, no MAM/RJ
1974 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Verão, no MAM/RJ
1974 - Curitiba PR - 31º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1974 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna
1975 - Curitiba PR - 32º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1975 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna
1976 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra de Artes Visuais
1976 - Rio de Janeiro RJ - 25º Salão Nacional de Arte Moderna
1976 - São Paulo SP - 1ª Feira Paulista de Poesia e Arte, no Teatro Municipal
1977 - São Paulo SP - 14º Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Porto Alegre RS - Selma Daffre e Vera Salamanca, na Galeria Guignard
1978 - Recife PE - 1º Festival de Inverno da Unicamp Mail Art, na Universidade Católica de Pernambuco
1978 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas
1979 - El Salvador - Coletiva, na Universidade de El Salvador
1979 - Nova York (Estados Unidos) - Contemporary Brazilian Works, na Nobé Gallery
1980 - Ribeirão Preto SP - Araguai In, no Itaugaleria
1980 - Brasília DF - Araguai In, no Itaugaleria
1980 - Londrina PR - Araguai In, no Itaugaleria
1980 - São Paulo SP - Araguai In, no Itaugaleria
1981 - Ribeirão Preto SP - 6º Salão de Arte de Ribeirão Preto, na Casa da Cultura de Ribeirão Preto
1981 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Artes Plásticas e Visuais, no Paço das Artes
1984 - Budapeste (Hungria) - Coletiva, no Club of Young Artists
1984 - São Paulo SP - Arte e Xerox no Brasil, na Pinacoteca do Estado
1985 - Santo André SP - 13º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1988 - São Paulo SP - África - Xingu, na Sadalla Galeria de Arte
1993 - Brasil - Candelário Urgente, itinerante
1994 - São José dos Campos SP - 1ª Bienal Nacional da Gravura
1994 - São Paulo SP - Gravuras: sutilezas e mistérios, técnicas de impressão, na Pinacoteca do Estado
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. São Paulo: gravura hoje, no Palácio Gustavo Capanema
2000 - Rio de Janeiro RJ - Expo 2000: África - Xingú, na Casa de Cultura Laurinda Santos Lobo
2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
Fonte: Itaú Cultural