Titi Freak (1974)
Hamilton Yokota (mais conhecido por Titi Freak) nasceu em 1974. É paulista de ascendência nipônica e mistura bem o espírito espontâneo dos brasileiros à estética disciplinada dos japoneses. Autodidata, trabalhou dos 13 aos 20 anos no estúdio Maurício de Souza. Especialidades: Pintura, desenho, instalação e arte urbana. Referências: Iô-iô, mangá, animê, ilustração, moda, cultura pop japonesa, tatuagem, cultura urbana, graffiti e botecos.
Desenhava muito desde pequeno, sua mãe, percebendo o talento do filho, o encaminhou para um importante estúdio comercial de quadrinhos, 'Maurício de Souza', produtor brasileiro de inúmeros best sellers do gênero. Desde então, o senso de estilo, a habilidade como ilustrador e o profissionalismo adquiridos, o manteve sempre em atividade, trabalhando como designer gráfico e ilustrador. Colaborou intensamente com várias agências de publicidade e muitas marcas como Adidas, Eckó e Nike.
Titi Freak conheceu o graffiti em 1995 e percebeu que a cidade era o ambiente ideal para se livrar das amarras e vícios que os anos de briefing haviam impingido ao seu trabalho. Nas ruas de São Paulo, Titi Freak pode integrar a excelência técnica do seu desenho ao espírito de improvisação que a cidade impõe. A troca foi justa: Titi soltou o traço enquanto o graffiti paulistano ficou mais sofisticado. Titi Freak é um artista que se deixa influenciar pelo imaginário da moda, dos quadrinhos e mangás, da low brow art e da cultura japonesa em geral, mas também presta atenção em Matisse, Picasso e Portinari, alguns de seus ídolos na pintura.
Essa mistura de referências, bem contemporânea e pop, confere à sua obra muito carisma e empatia com o público de várias idades e procedências. Impressiona a habilidade com que o artista explora os vários suportes tão díspares quanto os gigantescos murais públicos e os pequenos desenhos em miniatura. Na verdade, o artista aproveita muito bem as diferenças de linguagem, escala e tratamento que imprime às suas obras, na intenção de envolver a audiência e provocar fortes emoções.
Texto: Rick Kubota