Simplício de Sá

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Biografia

Simplício de Sá (São Nicolau, Cabo Verde 1785 - Rio de Janeiro RJ 1839)

Pintor.

Antes de vir para o Brasil, mora em Lisboa, onde se inicia no ofício de artista. Em 1809 transfere-se para o Rio de Janeiro. Na colônia, é um dos poucos que se aproximam da Missão Artística Francesa, que chega ao Brasil em 1816. Procura Debret (1768 - 1848) e torna-se seu discípulo. Desta forma, integra o primeiro grupo de alunos do pintor francês, antes do funcionamento oficial da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, a partir de 1826. Em 23 de novembro de 1820, torna-se professor substituto da Aiba, graças a seu prestígio junto a Debret. Como reconhecimento por seu trabalho, a Casa Imperial o nomeia "Pintor da Real Câmara". Ao mesmo tempo, o artista desempenha o papel de mestre de artes da princesa Dona Maria da Glória. Por seus serviços prestados à coroa, o imperador dom Pedro I (1798 - 1834) lhe confere o Hábito da Ordem de Cristo, em 1826, e a mercê de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Em 1831 Debret retorna à França. Simplício de Sá ocupa sua cadeira na Aiba, lecionando pintura histórica. Continua a trabalhar na Casa Imperial. Em 1833, torna-se mestre de dom Pedro II (1825 - 1891) e de todas as suas irmãs. Com a morte de Henrique José da Silva (1772 - 1834), o artista passa a ocupar a cadeira de desenho na Aiba. O posto parece se adequar mais a sua produção como pintor. Em sua atuação como professor e artista, Simplício de Sá é um dos responsáveis pela afirmação do ensino artístico no país.

Comentário Crítico

Ao que tudo indica, o pintor Simplício de Sá nasce em Cabo Verde,1 em 1785. Antes de vir para o Brasil, mora em Lisboa, onde se inicia no ofício de artista. Em 1809, transfere-se para o Rio de Janeiro. Na colônia, é um dos poucos que se aproximam da Missão Artística Francesa, que chega ao Brasil em 1816. Ao contrário de alguns pintores locais, Simplício de Sá interessa-se pela relação mais laica com a pintura proposta pelos artistas estrangeiros. Procura Debret (1768 - 1848) e torna-se seu discípulo. Desta forma, integra o primeiro grupo de alunos do pintor francês, antes do funcionamento oficial da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, a partir de 1826. Entre seus colegas se encontram Francisco Pedro do Amaral (1790 - 1831), Francisco Souza Lobo (ca.1800 - ca.1855), Cristo Moreira (s.d. - 1830) e José da Silva Arruda (ca.1805 - 1833). A estes se somam, posteriormente, Porto Alegre (1806 - 1879), August Müller (1815 - ca.1883), Guilherme Müller, Reis Carvalho (1800 - 18--), Alphonse Falcoz (1813 - s.d.) e Correia de Lima (1814 - 1857).

Em 23 de novembro de 1820, torna-se professor substituto da Academia, graças a seu prestígio com Debret. Progride a olhos vistos, o que leva ao reconhecimento da Casa Imperial e a sua subseqüente nomeação como Pintor da Real Câmara. Ao mesmo tempo, o artista desempenha o papel de mestre de artes da princesa Dona Maria da Glória (1819 - 1853), futura Dona Maria II, rainha de Portugal. Pelos serviços prestados à coroa, o imperador lhe confere o Hábito da Ordem de Cristo, em 1826, e a mercê de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.

Em 1831, Debret retorna para a França. Simplício de Sá ocupa sua cadeira na Academia, lecionando pintura histórica. Continua a trabalhar na Casa Imperial. Em 1833, torna-se mestre de dom Pedro II (1825 - 1891) e de todas as suas irmãs. Com a morte de Henrique José da Silva (1772 - 1834), o artista passa a ocupar a cadeira de desenho na Academia. O posto parece se adequar mais à sua produção como pintor. O artista não se dedica às cenas de história. Sua produção mais conhecida é a de retratos oficiais. Realiza diversas telas da figura do primeiro imperador. Muito presente na vida palaciana, pode pintar toda a família real. Pinta, entre outros, a imperatriz Dona Maria Leopoldina (1797 - 1826) e de sua filha Dona Maria II. Outras figuras públicas importantes são retratadas pelo pintor, como o Marquês de Inhambupe e o bispo Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade.

As cenas religiosas e de costume são outra faceta importante de sua produção. É conhecida uma Santa Ceia pintada para a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e dos Costumes, além de uma tela de Nossa Senhora da Conceição. Entre as cenas de costume, a mais conhecida é o pequeno quadro Irmão Pedinte, hoje no acervo do Museu Nacional de Belas Artes - MNBA.

Pelo que se sabe, o artista não teve nenhuma de suas exposições registrada. A informação de que expôs nos Salões da Academia em 1829 e 1830 é contestada no livro 150 Anos de Pintura.2 Menciona-se que seu nome não aparece no catálogo de nenhuma das duas mostras. Desta forma, sua primeira exposição documentada é póstuma: A Retrospectiva de Pintura no Brasil, em 1848, no MNBA. Como professor e artista, Simplício de Sá é um dos responsáveis pela afirmação do ensino artístico no país. O artista falece cego no dia 8 de março de 1839, no Rio de Janeiro.

Notas
1 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. p. 50.
2 Idem.

Críticas

"Foi professor de Desenho de D.Pedro II e suas irmãs de 1833 a 1835. Essa permanência no ensino indica a força de sua presença no ambiente artístico fluminense e quadros seus como o RETRATO DO CONDE DO RIO PARDO (Museu Imperial de Petrópolis) comprovam a segurança técnica de seu trabalho neoclássico. Atendeu também a uma encomenda religiosa, fazendo uma SANTA CEIA para a Capela da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência no Rio de Janeiro. Essa última obra é de pequenas dimensões e bastante convencional, endurecida, como que se mantendo dentro de uma tradição esgotada de arte. Mas nos poucos anos que trabalhou, ajudou a consolidar a presença dos resultados da Missão Francesa no Brasil".
Mario Barata
ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983.

Exposições Coletivas

1829 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Bellas Artes, na Aiba
1830 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Bellas Artes, na Aiba

Exposições Póstumas

1848 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva da Pintura no Brasil, no MNBA
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Pintura Religiosa, no MNBA
1983 - São Paulo SP - História da Pintura Brasileira no Século XIX, no Paço das Artes
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1990 - Rio de Janeiro RJ - Missão Artística Francesa e Pintores Viajantes: França - Brasil no século XIX, na Fundação Casa França-Brasil
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal 
1999 - Rio de Janeiro RJ - O Brasil Redescoberto, no Paço Imperial
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes - RJ, no Margs
2002 - São Paulo SP - Imagem e Identidade: um olhar sobre a história na coleção do Museu de Belas Artes, no Instituto Cultural Banco Santos

Fonte: Itaú Cultural