Reginald Nascimento de Miranda (Recife PE 1945)
Pintor, desenhista, gravador, professor e historiador.
Na década de 60, faz curso livre de desenho e técnica de pintura, no Atelier e Mercado da Ribeira; integra o grupo Oficina 154 e funda a Galeria de Arte Sobrado 7, todos em Olinda. Durante os anos de 1968 e 1969, viaja pelo Brasil, para pesquisar sobre o Barroco. Em 1970, cursa Tecnologia do Desenho, na Societe d'Enseignement Profissionnel du Rhone, em Lyon, França. Entre 1976 e 1980, estuda História, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.
Críticas
"Reginald vem trilhando, com modéstia e cautela, um caminho autêntico e pessoal dentro da interpretação da iconografia regional nordestina, região de onde vem. Sua vivência internacional, sua paixão por Matisse, entre outras paixões, não contaminou a singeleza e transparência de seus quase logotipos provincianos (frutas, flores, bichos). Como uma pintura e gravura organizadas e limpas, sintetiza a linha dos casarios ou dos cajus, ousa um pouco mais na criação de uns bichos metamorfoseando-se em flores e frutos, mas sem a exaltação dos surrealistas, antes com a candura dos gravadores da literatura de cordel. Gosta da cor, embora se realize com espontaneidade na gravura e mesmo no puro relevo de impressão. Aplaudimos principalmente, apesar disso, sua cor, seu traço que o pincel desenha com sabor tatil, o contorno da imagem e a coragem sábia dos contrastes, solucionando formas num espaço aberto e livre, no qual o frontalismo dos registros primitivos é registrado com elegância e síntese".
Walmir Ayala
REGINALD de Miranda: pinturas. Apresentação de Walmir Ayala. Resende: Museu de Arte Moderna, 1976.
"Na elaboração da linguagem de artista de Reginald de Miranda ocorre, como em tantos outros pintores e gravadores, como que uma convergência de impulsos criadores. No seu caso destaquemos inicialmente o telúrico de sua formação pernambucana em curso livre no Recife e no Atelier e Mercado da Ribeira (Olinda) ou na participação no grupo Oficina 154 e na Galeria de Arte Sobrado 7. Tudo isso cheira à terra, à bela (e por vezes humanamente dolorida) terra do Nordeste atual, com autenticidade. Ainda hoje - já há dez anos residindo fora do Recife - os cajus, animais como tatus, a flora do trópico, surgem em sua arte. É um dado básico fornecido pelo meio ambiente, mesmo quando transposto nos seus relevos estampados nas gravuras ou metamorfoseado nas cores que ele agora enfrenta, após o período amadurecido de suas artes gráficas. O destino levou-o a fazer convergir sobre esses elementos de base - memória que persiste e até domina - uma vivência da cultura francesa, modernizadora. Na Europa - como em viagem pelo Brasil - também interessa-se em analisar e captar o Barroco. Mas ao lado desse elemento contribuidor de sua visão, anote-se uma geometria, que vem purificando as suas antigas janelas e dados arquitetônicos, hoje depurados em suas telas. Essa geometria, mais recente, ajusta-se com as curvas ornamentais geradas pelos elementos da flora e da fauna nordestina, na composição e na visualização do mundo deste jovem artista".
Mário Barata
REGINALD de Miranda: pinturas e gravuras. Apresentação de Mario Barata. Rio de Janeiro: Galeria FUNARTE Macunaíma, 1978.
Exposições Individuais
1968 - Recife PE - Individual, na Galeria de Arte da Aliança Francesa
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1975 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte da Aliança Francesa
1976 - Resende RJ - Individual, no MAM/Resende
1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Macunaíma
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço Cultural Guilherme Vianna Cabral
Exposições Coletivas
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1966 - Recife PE - 25º Salão de Pintura do Museu do Estado de Pernambuco
1967 - Recife PE - 26º Salão de Pintura do Museu do Estado de Pernambuco
1967 - Olinda PE - Coletiva, na Oficina 154
1967 - Olinda PE - Coletiva, na Galeria Sobrado 7
1973 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão de Verão, no MAM/RJ
1973 - Belo Horizonte MG - 5º Salão Nacional de Artes, no MAP
1974 - Rio de Janeiro RJ - 23º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC
1975 - Rio de Janeiro RJ - 24º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC
1976 - Rio de Janeiro RJ - 25º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC
1975 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão da Casa da Bahia, no MEC
1976 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria de Arte Ibeu
1976 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Paço das Artes
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão da Casa da Bahia, no MEC
1978 - Resende RJ - Salão da Primavera - menção especial do júri
1979 - Resende RJ - Salão da Primavera - menção especial do júri
1980 - Resende RJ - Salão da Primavera - menção especial do júri
1980 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA
1981 - Resende RJ - Coletiva, no MAM/Resende
1982 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1986 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria de Arte Ibeu
1986 - Resende RJ - Salão da Primavera
1996 - Piracicaba SP - 3ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc - prêmio aquisição
Fonte: Itaú Cultural