Newman Schutze (Adamantina SP 1960)
Pintor.
Após estagiar na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1979, participa de uma série de salões de arte contemporânea no interior do Estado de São Paulo, de 1980 a 1986. Além de tais atividades, muitas delas premiadas, participa também do desenvolvimento cultural da região de Marília, tornando-se membro do Conselho Municipal da cidade. Fixando residência na capital de São Paulo em 1985, apresenta exposição na Galeria Tema Arte Contemporânea e participa do projeto Via Duto Via Mac, no Museu de Arte Contemporânea da USP, entre outros trabalhos. Na década de 90, passa a apresentar exposições individuais e coletivas na Alemanha, com destaque para sua individual na Galeria Arauco, em Nuremberg. Atua como professor no Paço das Artes, em São Paulo, de 1989 a 1991, além de coordenar oficinas experimentais. É premiado no Salão Brasileiro de Arte Mokiti Okada e no 2º Prêmio Gunther de pintura, entre outros. Tem obras nos acervos do Museu de Arte de Brasilia, DF, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, em Salvador e na TV Cultura de São Paulo.
Comentário Crítico
As pinturas do início da trajetória de Newman Schutze, como Paisagem (1980) e Bóias Frias (1982), fazem referência a imagens e objetos do cotidiano do artista e de suas lembranças da vida no campo: animais, plantas, paisagens. Há invocações de cenas domésticas, o espaço das relações familiares e dos objetos do lar. Em meados dos anos 1990, a pesquisa artística de Schutze volta-se gradativamente a questões da linguagem pictórica. Em telas como Existência e Consciente (ambas de 1996), o artista questiona os limites entre figurativo e abstrato, considerando a realidade da pintura enquanto cor, textura e densidade. Em 1999, Schutze expõe no Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA uma série de trabalhos composta de placas de vidro em pequenas dimensões, que recebem pinceladas de tinta acrílica e têmpera vinílica, em branco e tons sóbrios de azul. Pensando a transparência como elemento revelador do gesto, o artista busca em sua investigação os limites do suporte. Daí a opção por recusar o papel e a tela, para poder indagar a especificidade das linguagens pictórica e gráfica. O trabalho com a gestualidade e a cor se afirma cada vez mais como fio condutor de sua obra, como mostram telas feitas entre 2001 e 2002. A partir dos anos 2000, segundo o crítico Guy Amado, a pintura de Schutze aponta para um movimento gradual de depuração e despojamento de sua fatura. As composições tornam-se mais enxutas, assim como a gama cromática, que ostenta uma predominância de tons escuros. As obras mais recentes exploram o suporte sob um enfoque que prioriza aspectos mais essenciais à práxis do artista.
Críticas
"O trabalho de Newman Schutze mostra ainda o nível de percepção que ele tem da figura do seu semelhante. As linhas aparecem na tela apenas esboçadas, seus contornos se diluem no espaço fazendo-nos pensar que toda a área do quadro é ocupada pela figura. As massas de cores tênues também se diluem na tela levando-nos a crer que a matéria humana semelhante à da pintura abrange o espaço do quadro da mesma forma como ela ocupa o mundo. A maneira pela qual Newman trata a imagem é uma tentativa dele entender o homem e estimular o público a se perceber enquanto apreciador de uma obra e também como homem".
Radha Abramo
NEWMAN Schutze: pinturas. São Paulo: Galeria Tema Arte Contemporânea, 1987.
"A pintura brasileira atual normalmente é parcimoniosa no uso simultâneo dos recursos pictóricos: ou bem ela trata do gesto, ou da cor; raramente das duas coisas ao mesmo tempo; ambas entretanto tem como foco a superfície em grande extensão como campo para sua batalha.
O trabalho de Newman trafega simultâneamente nas duas vias e com muita desenvoltura. Seu modo de operação também tem mão dupla: ao mesmo tempo em que produz um apagamento de suas ações iniciais no suporte da tela, deixando apenas um rastro de suas presenças, outras camadas de gestos à elas se sobrepõem, só que agora como marcação da existência material da superfície plástica. Curiosamente esse raciocínio produz a necessidade do surgimento de um desenho demarcatório. Resulta de todas essas colagens de procedimentos uma variada a muito bem articulada discussão sobre a natureza da pintura, hoje com uma cor muito forte a presente. A sensação que se tem é de estar na seção de achados a perdidos da pintura, recolhendo aquilo que se perdeu e descobrindo aquilo que se pensava não poder encontrar mais".
Carlos Fajardo
SCHUTZE, Newman. Paintings. Nova York: Art at Format, 2001.
Exposições Individuais
s.d. - Assis SP - Individual, no Banco do Brasil
s.d. - Marília SP - Individual, no Congresso Internacional do Direito do Trabalho, na Galeria Anglo
s.d. - Marília SP - Individual, no Congresso Internacional do Direito do Trabalho, na Galeria AAAD
s.d. - Ribeirão Preto SP - Individual, no Clube de Hospitalidade e Arte
1986 - São Paulo SP - Individual, no CCSP
1987 - São Paulo SP - Newman Schutze: pinturas, na Galeria Tema Arte Contemporânea
1987 - São Paulo SP - Individual
1991 - São Paulo SP - Arqueoníricos, na Arte na Nove de Julho, no Espaço Cultural Yázigi
1992 - São Paulo SP - Individual, na Berlitz Galeria
1992 - Vitória ES - Individual, na Itaugaleria
1996 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Sesc Paulista
1997 - São Paulo SP - Individual, no Programa Metrópolis da TV Cultura
1999 - Salvador BA - Individual, no MAM/BA
2000 - Nuremberg (Alemanha) - Individual, na Galeria Arauco
2001 - New York (Estados Unidos) - Individual, na Art at Format SoHo
2003 - São Paulo SP - Individual, no CCSP
Exposições Coletivas
s.d. - Andradina SP - Primeira Mostra de Artes de Andradina
s.d. - Barretos SP - 2º Salão Barretense de Artes
s.d. - Marília SP - Salão Independência de Marília
s.d. - Presidente Prudente SP - 6º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
s.d. - São Paulo SP - 1ª Feira de Produção Comunitária e Artesanato do Estado de São Paulo, no Parque Anhembi
s.d. - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Pavilhão da Bienal
s.d. - São Paulo SP - Mostra, no CCSP
s.d. - São Paulo SP - Primeira Coletiva de Novos, no Espaço Cultural Cásper Líbero
1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Marília SP - 3º Salão de Artes Plásticas de Marília - prêmio Eduardo Monteiro da Silva
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Presidente Prudente SP - 5º Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
1983 - Marília SP - 4º Salão de Artes Plásticas de Marília - pequena medalha de prata
1983 - Assis SP - 4o Salão de Artes Plásticas de Assis - menção honrosa especial
1983 - São José do Rio Preto SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto
1984 - Marília SP - 5º Salão de Artes Plásticas de Marília - Prêmio Aquisição DARC
1984 - São José do Rio Preto SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto - medalha de prata
1985 - Marília SP - 6º Salão de Arte Contemporânea de Artes Plásticas de Marília
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1985 - Presidente Prudente SP - 7º Salão de Artes Plásticas de Presidente
1985 - São José do Rio Preto SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto - pequena medalha de prata
1986 - Belo Horizonte MG - 18º Salão Nacional de Arte em Belo Horizonte
1986 - Piracicaba SP - 19º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba
1986 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1987 - Curitiba PR - 44º Salão Paranaense, no MAC/PR
1987 - Fortaleza CE - Coletiva, na Galeria Marinho
1987 - Marília SP - 6º Salão de Artes Plásticas de Marília - prêmio aquisição
1987 - Ribeirão Preto SP - 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto
1987 - São Paulo SP - Por quê não cantar fora?, intervenção urbana, na 19ª Bienal International de São Paulo
1987 - São Paulo SP - Circuito Aberto de Ateliês, evento paralelo à 19ª Bienal Internacional de São Paulo
1987 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Casper Líbero
1987 - São Paulo SP - Primeira Coletiva de Novos, no Espaço Cultural Cásper Líbero
1988 - São Paulo SP - Projeto Via Duto Via Mac, no MAC/USP
1989 - Ribeirão Preto SP - 14º Salão de Arte de Ribeirão Preto
1990 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1991 - Marília SP - Jovens Artistas Contemporâneos, no Espaço Cultural Yázigi
1991 - Vitória ES - Jovens Artistas Contemporâneos, no Espaço Cultural Yázigi
1991 - Gramado RS - Jovens Artistas Contemporâneos, no Espaço Cultural Yázigi
1991 - São Paulo SP - Jovens Artistas Contemporâneos, no Espaço Cultural Yázigi
1991 - São Paulo SP - Arte em São Paulo - Edição Nacional, no Espaço Cultural Yázigi
1992 - Jundiaí SP - Salão de Arte de Jundiaí - Prêmio Remunerado
1992 - Porto Alegre RS - Década 90 - Oficina do Efêmero, no Espaço Cultural Sonilton Alves
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada M.O.A.
1992 - São Paulo SP - América: Caminhos de um Tempo Perdido, no Sesc Pompéia
1992 - São Paulo SP - Escritório de Artes Renato Magalhães Gouveia
1992 - São Paulo SP - Sala Histórica - Artistas Contemporâneos, no Yázigi: Morumbi Shopping
1992 - São Paulo SP - Sétimo Salão Brasileiro de Arte Mokitì Okada
1992 - Vitória ES - Dia Internacional da Mulher, no Espaço Cultural Yázigi
1993 - Colônia (Alemanha) - Latelnamerika in Deutschland
1994 - Salvador BA - Imagem a Sedução, no MAM/BA
1994 - São Paulo SP - Fin de Siècle, no Escritório de Arte Renato Magalhães Gouveia
1994 - São Paulo SP - Imagem e Sedução, no MAC/USP
1995 - Berlim (Alemanha) - Coletiva, na Galeria Ibero-Americana
1995 - Berlim (Alemanha) - Coletiva, na Galerie Bellevue
1995 - Madri (Espanha) - Coletiva, na Galeria Casa do Brasil
1995 - São Paulo SP - 2º Prêmio Gunther de Pintura, no MAC - menção honrosa
1995 - Siemensvilla, Berlim (Alemanha) - Malerei, Music & Literatur in Brasilie
1995 - Stuttgart (Alemanha) - Alquimias do tempo a da memória, na Galeria Kunst Hofele
1996 - Nuremberg (Alemanha) - Coletiva, na Galeria Arauco
1996 - Nuremberg (Alemanha) - Coletiva, na Galeria Siemens Erlangen
1996 - São Paulo SP - 1001 Olhares, no Sesc Pompéia
1996 - São Paulo SP - Salão Brasileiro de Arte, Fundação Mokiti Okada (MOA) - prêmio de viagem a Nova York
1996 - São Paulo SP - Vôo na Imagem, no Escritório de Arte/Studio Renato Magalhães Gouveia
1998 - Berlim (Alemanha) - Exposição Contrapartida II
1998 - s.l. - Workshop Brasil-Alemanha, na Secretaria de Intercâmbio Cultural / MINC, DEUTSCH - Brasilianische Kulturelle Vereinigung
2000 - São Paulo SP - Casa Cor
2003 - São Paulo SP - Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP
Fonte: Itaú Cultural