Moacyr Toledo (São Paulo SP 1953)
Pintor, gravador, roteirista e diretor de cinema.
É filho da artista plástica Amelia Toledo. Ainda na infância, reside por certo tempo em Londres (Inglaterra), onde inicia sua alfabetização. A partir de 1976, passa a residir no Rio de Janeiro, onde escreve roteiros para cinema e vídeo. Dirige, em 1980, o desenho animado Afundação do Brasil, filme convidado para festivais como os de Leipzig (Alemanha) e Lille (França) e premiado em mostras/competições como o Prêmio Coral de Havana, em Cuba (1981). Em 1992, funda junto com a mãe a empresa Tria, que assina projetos para obras públicas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Entre as atividades da Tria está o embelezamento da Estação Brás do Metrô de São Paulo e o projeto completo da Estação Cardeal Arcoverde do Metrô do Rio de Janeiro. Em 1999 é, ao lado da mãe e da produtora Ana Lúcia Guimarães, curador da exposição individual retrospectiva que a Galeria de Arte do Sesi, no Centro Cultural Fiesp, realiza em homenagem a Amelia Toledo. Ainda em 1999, é um dos artistas que constam do livro do projeto BRAZILIANartBOOK, publicado pela G&A Editorial, em São Paulo.
Críticas
"(...) As obras aqui expostas descrevem, segundo o próprio artista, ´um percurso que vai da representação da paisagem até sua completa desfiguração´. Poderiam ser chamadas igualmente de figurações da pintura. Em seus novos quadros, Mô não parte da tela branca, mas das pinturas anteriores, cuja representação paisagística ele vai destruindo a cada nova pincelada. Trata-se portanto, literalmente, de pintura sobre pintura, matéria sobre matéria, cor sobre cor, de uma paisagem mental que se superpõe a outra, natural. Cada novo quadro de Mô guarda, assim, dois tempos perceptivos, duas datas, dois gestos diferentes que se confrontam sob tensão. Curiosamente, ao recuar até o ateliê, fugindo da natureza que tanto ama, Mô Toledo intensificou a cor, substituindo ao mesmo tempo a pincelada miúda por traços mais longos e largos que deslizam sensualmente sobre a tela. Essas inovações deram à sua pintura um caráter vibrátil e envolvente. Nesse processo de saturação da cor e da pincelada, ele alcança resultados bem próximos da pintura concreta ou neoconcreta. Seria o caso então de, invertendo o que disse Marion Strecker Gomes de sua obra anterior, perguntar: ´O que existe ainda de paisagem em sua pintura?´ Porque, às vezes, há um fundo paisagístico que insiste em vir à tona: as ninféias de Monet, um horizonte que se recusa a desaparecer sob o peso da matéria pictórica que brilha nos dourados e prateados de sua palheta, uma brisa leve que bate na relva de traços coloridos".
Frederico Morais
MOACYR Toledo. Texto de Frederico Morais. São Paulo: Montesanti Galleria, 1988.
"Ao comentar a exposição que Mo Toledo realizou no Rio, em 1994, observei que ele usava o pincel como se fosse uma câmara (e eu nem sabia que ele já fizera cinema), fazendo cortes, enquadrando a paisagem em planos próximos ou distantes, abrindo ou fechando o ângulo de visão para melhor captar as metamorfoses da luz. Sua intenção era nos colocar, os espectadores de sua pintura, diretamente dentro daquela paisagem, como se fôssemos os únicos seres humanos ali presentes".
Frederico Morais
MORAIS, Frederico. In: BRAZILIANartBOOK. São Paulo: G&A Editorial, 1999, p. 42.
Exposições Individuais
1975 - São Paulo SP - Primeira individual, no Paço das Artes
1976 - Salvador BA - Individual, no Instituto Goethe
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1988 - São Paulo SP - Individual, na Montesanti Galleria
1989 - Brasília DF - Individual, no Espaço Capital
1994 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Cultural Cristal
1995 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian American Cultural Institute
Exposições Coletivas
1975 - São Paulo SP - Realismo, no Paço das Artes
1977 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Carioca de Arte
1979 - Buenos Aires (Argentina) - 1ª Trienal Latino-Americana del Grabado
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1980 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1993 - Santos SP - 4ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1995 - Santos SP - 5ª Bienal Nacional de Santos
1997 - São Paulo SP - 3ª United Artists: luz, na Casa das Rosas
1999 - São Paulo SP - Paisagem de Ar, no Espaço de Arte Unicid
2003 - São Paulo SP - Lugar de Encontros: Amélia Toledo entre nós, no Espaço de Arte Unicid
Fonte: Itaú Cultural