Martha Boto
Nasceu em Buenos Aires, em 1925, e faleceu em Paris, em 2004.
"Eu sempre fui fascinada pelas leis da harmonia e equilíbrio que governam o cosmos em todas suas relações, de luz e movimento, espaço, tempo, cor. A necessidade de aplicar essas leis nas artes plásticas me levou para diferentes direções na pintura: impressionismo, expressionismo, surrealismo e abstração."
Martha Boto, uma artista pouco conhecida entre nós, foi precursora da arte cinética e ótica na argentina, embora tenha passado grande parte de sua carreira na França. Seus estudos de artes começaram na Academia Prilidiano Pueyrredon, em Buenos Aires, entre 1942 e 43, e depois na Academia Superior de Belas Artes Ernesto de La Cracova, de 1944 até 1946.
No ano de 1956 funda o Grupo de Artistas Não Figurativos da Argentina e dois anos depois começa a se preocupar com o espaço tridimensional, criando móbiles que eram pendurados, feitos de plexiglás e com água colorida dentro. Desde então o estudo dos efeitos da luz em relação ao movimento passou a ser uma marca de grande importância em seu trabalho.
Em 1959, Boto se muda para Paris com seu marido, o também artista plástico Gregório Vardanega. No mesmo ano a artista participa da Bienal de Paris e segue participando de diversas exposições individuais e coletivas. A partir de 60 seus trabalhos contam bastante com motores e lâmpadas, os quais vão ser bastante utilizados pela artista. A partir de 83 ela se volta mais para a pintura, explorando grafismos e ritmos ondulatórios.
O concretismo, que tinha bastante espaço na América Latina nos anos 60 e 70, serviu como base para suas soluções estéticas, como é possível identificar tanto nas pinturas quanto nas esculturas de Boto. As cores, as linhas, as luzes cambiantes atraem o olhar e geram uma espécie de fascínio infantil.
Fonte: Hillstrom, Laurie Collier Hillstrom, Kevin. Contemporary Women Artists. St. James Press, 1999.