Mario Ybarra de Almeida (São Paulo SP 1893 - São José dos Campos SP 1952)
Pintor e professor.
Filho do pintor brasileiro Almeida Júnior (1850 - 1899) e de Rita de Paula Ybarra. Realiza seus primeiros estudos em línguas, música e pintura em São Paulo, sendo aluno particular do pintor Benedito Calixto (1853 - 1927). Aos 15 anos ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Conclui sua formação em 1912, obtendo diploma de Belas Artes e Arquitetura.
Premiado pela Enba, viaja à Europa, onde estuda em escolas na França, Itália e Holanda. Recebe medalha de bronze em Paris pela obra O Ateliê do Artista. Retorna ao Brasil na década de 1920 quando participa da fundação, em Niterói, do Centro Juventus, grupo defensor da estética impressionista. Durante a década de 1930, fixa residência no interior de São Paulo entre os municípios de Araraquara e Boa Esperança do Sul, do qual é prefeito por duas vezes.
Na década de 1940, participa de edições do Salão Nacional de Belas Artes - SNBA, no Rio de Janeiro, e do Salão Paulista de Belas Artes. De 1941 a 1950, dirige e leciona no Núcleo de Belas Artes de Araraquara. Em 1952, recebe menção honrosa no 17º Salão Paulista de Belas Artes. Em 2000, é homenageado pela prefeitura de Araraquara com a criação da Pinacoteca Municipal Mario Ybarra de Almeida, onde atualmente encontram-se algumas das mais de 300 obras que produziu.
Comentário Crítico
A obra e a atuação de Ybarra de Almeida merecem a devida atenção por sua importância na difusão do ensino artístico no interior paulista em meados do século XX. Em suas pinturas, é possível notar influências da obra de seu pai, principalmente na escolha dos temas, que muitas vezes aproximam-se daqueles aos quais Almeida Júnior dedicou parte significativa de sua produção: cenas retratando o modo de vida do caipira, do homem do interior em fins do século XIX. Também temas de quadros conhecidos do pintor ituano, como Saudade e Leitura, aparecem nas obras de Ybarra de Almeida. Em Três Saudades, há referência direta à Leitura, que aparece representado no fundo da pintura.
Mas se o contato com a obra do pai foi importante para a trajetória do artista, as qualidades formais de seus trabalhos revelam diferenças significativas. Uma obra como Pescador de Traíra, ainda que retrate figura semelhante às que Almeida Júnior representava em seus quadros, o faz de maneira bastante diversa. Em primeiro plano é retratado somente o busto do pescador; seus instrumentos de trabalho estão apenas aludidos pelas varas de pesca que carrega no ombro direito. A integração entre figura e ambiente pela intensa luminosidade, aspecto importante da obra de Almeida Júnior, é também pouco explorada pelo pintor.
Exposições Coletivas
s.d. - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes
1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1948 - São Paulo SP - 14º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1951 - São Paulo SP - 16º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
Exposições Póstumas
1952 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Belas Artes, nos Salões do Trianon - menção honrosa
1990 - Araraquara SP - 9ª Exposição Coletiva de Artes Plásticas de Araraquara
Fonte: Itaú Cultural