Manuel de Jesus Pinto (s.l. 17-- - Recife PE ca.1817)
Pintor e dourador.
Nasce escravo, posteriormente obtém sua alforria. Ingressa, no final do século XVIII, na Ordem Terceira do Carmo. Em 1791, realiza trabalhos de douramento na Matriz de Santo Antônio, em Recife. No ano seguinte, na mesma cidade, faz o douramento e a pintura da sacristia da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Entre os anos 1804 e 1815, executa o douramento do mobiliário e a pintura do forro sob o coro da Igreja da Ordem Terceira de São Pedro dos Clérigos, em Recife. Segundo Robert C. Smith, é o responsável pela pintura do painel do altar do consistório da Igreja Matriz de Santo Antônio, em 1805, e pelos trabalhos na Igreja Matriz da Boa Vista, ambas em Recife, por volta de 1817.
Críticas
"[...] O trabalho de pintura, douramento e prateação do interior da igreja , começou antes das primeiras reuniões da Irmandade em 1791. Em 14 de agosto do mesmo ano, ao que nos informaram, um dos Irmãos, Manuel de Jesus Pinto, que já ´dourara toda esta Igreja com perfeição e satisfação de todos´, foi contratado para dourar a grade do coro, pela soma de oitenta mil réis. [...] Manuel de Jesus terminou rapidamente o trabalho, para o qual nenhum prazo fora estipulado no termo. Justamente um mês depois, era-lhe paga a quantia ajustada para o ´douramento do Couro, visto que se acha completo na conformidade do ajuste pelo termo´. Tão satisfeitos ficaram os outros Irmãos com a presteza e a qualidade do seu trabalho, que continuaram a contratá-lo, de tempos em tempos, para vários serviços até a sua morte, que se supõe ter ocorrido por volta de 1817. Ao todo, pagaram-lhe durante esse período o montante de um conto, novecentos e cinquenta e sete mil e quarenta e cinco réis. Foi ele provavelmente um dos primeiros pintores do Recife no começo do século XIX, e como tal será considerado quando se fizeram novos estudos sobre a arte pernambucana dessa época. Nos registros de São Pedro dos Clérigos, de 1804 a 1815, figuram uns tantos pagamentos a Manuel de Jesus, pela douração e prateação do mobiliário da igreja. [...]"
Robert C. Smith
SMITH, Robert C. Igrejas, casas e móveis: aspectos de arte colonial brasileira. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; Rio de Janeiro: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1979.
Fonte: Itaú Cultural