Manoel Santiago

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Biografia

Manoel Santiago (Manaus AM 1897 - Rio de Janeiro RJ 1987)

Pintor, desenhista, professor.

Manoel Colafante Caledônio de Assumpção Santiago mudou-se para Belém em 1903 e inicia estudos de pintura. Em 1919 transfere-se para o Rio de Janeiro, e cursa direito ao mesmo tempo que freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, onde é aluno de Rodolfo Chambelland e Baptista da Costa. Na época, assiste a aulas particulares de Eliseu Visconti. Casa-se em 1925 com a pintora Haydeá Santiago. Participa em 1927 do Salão Nacional de Belas Artes - SNBA e recebe o prêmio viagem ao exterior. Vai para Paris no ano seguinte, e lá permanece por cinco anos. De volta ao Rio de Janeiro, em 1932, torna-se professor do Instituto de Belas Artes. Em 1934, passa a lecionar pintura e desenho no Núcleo Bernardelli, figurando entre seus alunos José Pancetti, Edson Motta, Bustamante Sá, Ado Malagoli, Rescála e Milton Dacosta.

Comentário crítico

No início de sua carreira, Manoel Santiago pinta nus femininos e obras de temática ligada às lendas indígenas da Amazônia, realizadas em uma paleta luminosa, inspirada nos impressionistas, com pinceladas livres. Sua obra revela afinidade com aquela de Haydeá Santiago, sua esposa, embora a produção desta possua um caráter mais intimista, com temas ligados a cenas de gênero.

Manoel Santiago representa a paisagem do Rio de Janeiro em inúmeras telas. O crítico Angyone Costa, em artigo de 1932, elogia sua obra, afirmando que a luz de certos dias enevoados da terra carioca não tivera melhor intérprete, com exceção de Eliseu Visconti.1 Em Alto Teresópolis, 1947 destaca-se o uso apurado da cor e uma luz que transfigura a paisagem, além do emprego de pinceladas espessas.

Algumas de suas telas evocam, em sua estrutura, a produção de Jean-Baptiste-Camille Corot, como em Pescador, déc.1960, na qual explora os efeitos de luz sobre a casca rugosa da árvore em primeiro plano. Já em obras posteriores o uso da cor torna-se mais livre, como nas paisagens litorâneas de Maranhão e Paraíba, déc.1980.

Notas
1 Citado em MORAIS, Frederico. Núcleo Bernardelli: arte brasileira nos anos 30 e 40. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1982, p. 79.

Críticas

"Santiago, vigoroso temperamento de artista e definida personalidade. A paisagem, principal peça de sua contribuição, é uma obra de museu. Não estivesse Santiago no júri e seria uma injustiça não adquiri-la. Ele é, antes de tudo, um grande paisagista. De tal modo que trata a figura, em seus retratos, como se fosse paisagens. A figura humana, em seus pincéis, toma um caráter paisagístico, uma vez que, embora excelente desenhista, o desenho e a perspectiva aérea, assim como a linear, que dão sentido de amplidão, quase não existem. Seus retratos carecem de volume, são modulados por acordes tonais. Uma árvore, o mar ou uma face humana têm o mesmo tratamento, prevalecendo sempre o sentido poético e esfuziante do estilo em lugar do sentido psicológico, da interpretação íntima da personagem retratada, como costumam ser os verdadeiros retratos. A cor que domina literalmente este pintor faz o desenho explodir e a obra se tornar aberta, livre do desenho de contorno, como toda tela impressionista. Não é apenas a fixação do fugaz-eterno que define o quadro impressionista, nem suas pinceladas separadas, e sim, principalmente, a transcrição transformada da natureza em poesia colorida".
Alfredo Galvão
AQUINO, Flávio de. Manoel Santiago: vida, obra e crítica. Apresentação de J. Cabicieri. Rio de Janeiro: Cabicieri, 1986.

"Ao longo de sua extensa carreira, Manoel Santiago, o grande paisagista, também, por várias vezes, teve a figura como tema principal de seu quadro. O nu ou o retrato, a figura como tentativa de sondar o íntimo do modelo. Manoel Santiago enfrentou esse problema de duas maneiras diferentes. A primeira, tentando a fidelidade ao modelo; a segunda, procurando - e fez isso com sucesso -, curvando o modelo ao seu estilo fluido e impressionista. Em suas reproduções, como formas confluentes de ligar a expressão psíquica da retratada à maneira fracionada, aproxima-se do fauvecubista. (...) As idéias teosóficas de Manoel Santiago são de interesse, porque explicam melhor a interação da obra com o pensamento do autor. Se ao ver uma figura, um objeto, um ser ou uma paisagem, ele os sente como forma, como imagens pictóricas; no entanto, seu temperamento, suas idéias atuam também como elemento primordial. ´O estilo é o homem´ (Flaubert). Mas não o homem em suas aparências e sim no seu sentido existencial mais profundo. E o estilo de Manoel Santiago é o do homem idealista, espiritualista e teosófico que era o pintor. Deste modo, quando ele diz que a ´vida é Una, as formas são múltiplas´ está, no fundo, proclamando que são múltiplas as interpretações da vida e do ambiente em que a vida existe, mas essa multiplicidade obedece à visão Una do artista. Seu objeto é, pois - como ele escreveu -, interpretar o ideal, fazer uma arte idealista, elevada espiritualmente com intuição e sensibilidade. Fala ainda - e com propriedade - que criação e matéria pictórica são inseparáveis".
Flávio de Aquino
AQUINO, Flávio de. Manoel Santiago: vida, obra e crítica. Apresentação de J. Cabicieri. Rio de Janeiro: Cabicieri, 1986.

Exposições Individuais

1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Toulouse Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1925 - Rio de Janeiro RJ - 32ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1927 - Rio de Janeiro RJ - 34ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de Viagem ao Exterior
1927/1932 - Paris (França) - Salão dos Artistas Franceses, Salão de Outono, Salão Colonial dos Artistas Franceses, Salão das Tulherias e Salão de Inverno
1929 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de ouro
1932 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão do Núcleo Bernardelli, na Sociedade Sul-Riograndense de Cultura
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1935 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes - menção honrosa
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes - medalha de bronze
1939 - Porto Alegre RS - Salão de Belas Artes - medalha de honra
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal de São Paulo - pequena medalha de prata
1941 - Santiago (Chile) - Exposição do IV Centenário da Cidade de Santiago - medalha de ouro
1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1945 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia  - grande medalha de prata
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de honra
1949 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon  
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco
1958 - Porto Alegre RS - Salão Panamericano de Arte
1961 - Rio de Janeiro RJ - O Rio na Pintura Brasileira, na Biblioteca Estadual da Guanabara
1965 - Rio de Janeiro RJ - Salão do IV Centenário do Rio de Janeiro - medalha de honra
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Curitiba PR - Mostra de Arte
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Exposição Núcleo Bernardelli: arte brasileira nos anos 30 e 40, na Acervo Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

Exposições Póstumas

1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1996 - Osasco SP - 4ª Mostra de Arte, no Centro Universitário Fieo
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA

Fonte: Itaú Cultural