Lucílio de Albuquerque (Barras PI 1877 - Rio de Janeiro RJ 1939)
Pintor, desenhista, vitralista, professor.
Em 1895, ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo, mas abandona-a para estudar pintura. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1896 e freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba como aluno livre. De 1901 a 1906 matricula-se no curso regular da Enba, e tem aulas com Rodolfo Amoedo (1857 - 1941), Zeferino da Costa (1840 - 1915) e Henrique Bernardelli (1858 - 1936). Em 1906, ganha o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Belas Artes - SNBA com o quadro Anchieta Escrevendo o Poema à Virgem, e parte para a Europa com sua esposa, a pintora Georgina de Albuquerque (1885 - 1962). Em Paris, estuda na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e na Académie Julian, sendo aluno de Henry Royer (1869 - 1938), Marcel Baschet (1862 - 1941) e Jean-Paul Laurens (1838 - 1921). Participa da Exposição Nacional de Bruxelas, e realiza vitrais para o pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Turim, Itália, em 1911. Nesse ano, volta ao Rio de Janeiro e torna-se professor de desenho figurado na Enba. É nomeado diretor em 1937, cargo que abandona no ano seguinte por motivos de saúde. Após sua morte, Georgina de Albuquerque cria, no início dos anos 1940, o Museu Lucílio de Albuquerque, cujo acervo atualmente pertence ao Estado do Rio de Janeiro.
Comentário Crítico
O pintor Lucílio de Albuquerque freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba em 1896, como aluno livre. Em 1901, torna-se aluno regular da instituição, estudando com Rodolfo Amoedo (1857-1941), Zeferino da Costa (1840-1915) e Henrique Bernardelli (1858-1936). Em 1906, recebe o prêmio de viagem ao exterior e parte para a Europa com sua esposa, a pintora Georgina de Albuquerque (1885-1962), onde estuda na Academia Julian. Em Paris, toma contato com o impressionismo e com o simbolismo, realizando obras que dialogam com essas tendências.
Apresenta diversos trabalhos no Salon des Artistes Françaises, como, por exemplo, La Campagne (1908), Agnes Dei (1909) e Raparigas do Milho (1910). Exibe no Salon Internationale de Bruxelles a tela Despertar de Ícaro (1910), executada em homenagem ao aviador Alberto Santos-Dumont (1873-1932). No ano seguinte, realiza projeto para vitral destinado ao Pavilhão do Brasil na Exposição Internacional de Turim.
Para o historiador da arte Teixeira Leite, Lucílio de Albuquerque parte, em sua obra, das sombras para luz, ou seja, da utilização inicial de uma paleta de tons escuros, passando gradualmente aos tons claros, afastando-se também da concepção realista da forma, com o uso de sólido desenho, para alcançar posteriormente efeitos cromáticos quase expressionista. O artista destaca-se também por suas paisagens, nas quais realiza pintura en plein-air.
Críticas
"Lucílio de Albuquerque praticou todos os gêneros pictóricos com igual desenvoltura; preferia, porém, os temas que fizessem pensar, que contivessem uma idéia. Sua evolução estilística parte de uma concepção realista da forma para chegar a efeitos cromáticos e de luminosidades peculiares à pintura pura: sua arte tornou-se assim mais clara e alegre, à medida que amadurecia. Compôs seus quadros com ajuda da cor, mas nem por isso negligenciou o desenho. Conquistado pela pintura ao ar livre (...), tornou-se um dos introdutores do impressionismo no Brasil (...)".
José Roberto Teixeira Leite
ARTE no Brasil. Apresentação de Pietro Maria Bardi e Pedro Manuel. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
"Nesta derradeira fase (a partir de 1924), o artista chega mais decididamente ao comportamento impressionista, não se aplicando com radicalismo aos princípios científicos da luz e das cores, mas conservando uma espontaneidade individual, adotando o rompimento dos contornos e, assim, permitindo maior expansão aos efeitos atmosféricos. Situa-se, a partir de então, mais comprometido com as influências impressionistas, que o acometeram na juventude, mas sofreram o controle exercido por diferentes preocupações estéticas. Revela-se o pintor por excelência. E a pintura brasileira passou a ter mais um de seus intérpretes entusiastas (...)".
Quirino Campofiorito
CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
Exposições Individuais
1911 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual
1914 - Porto Alegre RS - Individual
1914 - Salvador BA - Individual
1915 - São Paulo SP - Individual
1918 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1920 - Recife PE - Individual
1921 - Buenos Aires (Argentina) - Individual
1931 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1935 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1936 - São Paulo SP - Individual
Exposições Coletivas
1901 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1902 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - menção honrosa de segundo grau
1903 - Rio de Janeiro RJ - 10ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1904 - Rio de Janeiro RJ - 11ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - menção honrosa de primeiro grau
1905 - Rio de Janeiro RJ - 12ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1906 - Rio de Janeiro RJ - 13ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio viagem à Europa
1907 - Rio de Janeiro RJ - 14ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de prata
1908 - Paris (França) - Salon des Artistes Français
1909 - Paris (França) - Salon des Artistes Français
1910 - Bruxelas (Bélgica) - Exposição Internacional de Bruxelas
1910 - Paris (França) - Salon des Artistes Français
1911 - Paris (França) - Salon des Artistes Français
1911 - São Paulo SP - Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1911 - Turim (Itália) - Exposição Internacional de Turim
1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - pequena medalha de ouro
1912 - São Paulo SP - Segunda Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1915 - Rio de Janeiro RJ - 22ª Exposição Geral de Belas Artes, no Enba
1916 - Rio de Janeiro RJ - 23ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de ouro
1917 - Rio de Janeiro RJ - 24ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de honra
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1925 - Rio de Janeiro RJ - 32ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Los Angeles (Estados Unidos) - Salão Internacional de Los Angeles
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1927 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, no Nicholas Roerich Museum
1927 - Rio de Janeiro RJ - 34ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - Rio de Janeiro RJ - 35ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes
1935 - Pittsburg (Estados Unidos) - The 1935 International Exhibition of Paintings, no Carnegie Institute
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
Exposições Póstumas
ca.1940 - Rio de Janeiro RJ - Georgina de Albuquerque organiza na residência do casal o Museu Lucílio de Albuquerque
1940 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva: obras dos grandes mestres da pintura e seus discípulos
1944 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Auto-Retratos, no MNBA
1946 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1948 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva da Pintura no Brasil, no MNBA
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1952 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Pintura no Brasil, no MNBA
1961 - Rio de Janeiro RJ - O Rio na Pintura Brasileira, na Biblioteca Estadual da Guanabara
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1977 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Lucílio e Georgina de Albuquerque, no MNBA
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: Uma Virada no Século, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XIX: obras do acervo Banco Itaú, no Itaugaleria
1991 - Rio de Janeiro RJ - A Arte nos Estudos de Lucílio de Albuquerque, na Galeria Augusto Malta
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
1995 - Campinas SP - Da Marinha à Natureza Morta
1997 - Rio de Janeiro RJ - AR: exposição de arte plásticas, brinquedos, objetos e maquetes, no Paço Imperial
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Casa França-Brasil
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
Fonte: Itaú Cultural