Caetano de Almeida

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Biografia

Caetano de Almeida (Campinas SP 1964)

Pintor, gravador.

José Caetano de Almeida Filho, estuda artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, de 1983 a 1988, onde é aluno de Evandro Carlos Jardim (1935) e Nelson Leirner (1932), entre outros. Por volta de 1984, freqüenta os ateliês de gravura da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Entre 1986 e 1991, realiza a série Bestiário, recriando ilustrações de livros e enciclopédias. Na década de 1990, passa a apresentar telas saturadas de representações de animais e plantas de grande opulência cromática. Reelabora freqüentemente pinturas consagradas da história da arte, como em Madames, 1999, inspiradas nos quadros de Jean-Marc Nattier (1685 - 1766) do acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp. Na série Mundo Plano, 2000/2003, realiza composições inspiradas em padrões de tecidos, recolhidos em viagens à França e Índia, e nas obras de Thomas Pollock (1815 - 1912), Alfredo Volpi (1896 - 1988) e outros artistas. Em 2005, cria a série Grotesco, em que evoca pinturas da antiguidade romana descobertas no Renascimento.

Comentário crítico

Em seus primeiros trabalhos, Caetano de Almeida recria pinturas consagradas da história da arte. Na opinião do crítico de arte Felipe Chaimovich, essas telas retomam a nossa relação desatenta com a pintura reproduzida em publicações, simulando o reticulado gráfico de imagens fotográficas de baixa definição. Em outros trabalhos, o artista apropria-se de um imaginário visual presente em livros para crianças e em manuais de primeiros socorros e de práticas esportivas, cujas imagens são reconstituídas como se fossem reproduções mecanizadas ampliadas, aproximando-se assim do universo da arte conceitual e da arte pop.

Passa em seguida a explorar a figuração de animais em suas pinturas. Como aponta o historiador da arte Agnaldo Farias, ao iniciar o uso de diferentes técnicas e materiais como a marchetaria, o latão, a tela aramada, o acrílico e o cobre, o artista abandona a referência explícita aos bichos que fazia anteriormente, para trabalhar a partir de alguns elementos que os caracterizam.

Na década de 1990, passa a apresentar telas saturadas de representações de animais e plantas, de grande opulência cromática. Como nota o historiador da arte Tadeu Chiarelli, esses trabalhos causam estranhamento ao espectador, por não oferecerem referenciais de espaço ou tempo. Já na série Mundo Plano (2000/2003), Caetano de Almeida apresenta composições com formas não-figurativas, inspiradas tanto em padronagens de tecidos que recolhe em viagens à França e à Índia quanto na estilização de formas encontradas nas obras de Thomas Pollock (1815 - 1912), Alfredo Volpi (1896 - 1988) e outros artistas.

Críticas

"As investigações mais recentes de Caetano e o uso de latão, marchetaria, acrílico, tela aramada, cobre, tecido e encáustica imprimiram à sua ação uma pluralidade de gestos que sua obra até então não possuía. (...). Trabalhos como OURIÇO, BACALHAU e COLMÉIA são os resultados mais diretos desse encaminhamento. Constituídos por outros materiais cuja expansão expressiva e vertiginosa proliferação foram perseguidas pelo artista, tematizam, além dos bichos, sua própria natureza de obras. (...) Abandonando a referência explícita da imagem do bicho, Caetano destacou um elemento indicial que o caracterizava. Deslocando o signo da coisa que ele representava, o produto final passou a valer quase como puro signo, que inquieta por aludir exageradamente ao aspecto mais expressivo e característico do bicho de onde ele saiu. Daí o estranhamento provocado pelo OURIÇO como objeto espinhudo e que nos deseja ferir. (...) Ao trocar a presença do animal pela sua quase ausência, expressa no detalhe significativo que sobrou dele, Caetano faz da sua obra a confluência do fluxo vital entre o gesto e a matéria. (...) O desagradável da sensação que nos visita corre por conta do formigamento/descongelamento dos sentidos. (...). Não são obras apenas, são bichos e, olhando bem, vê-se que estão vivos".
Agnaldo Farias
FARIAS, Agnaldo. O bestiário de Caetano de Almeida. Galeria: revista de arte, São Paulo: Area Editorial, n. 12, p. 102-105, 1988.

"Caetano de Almeida surgiu na cena artística paulista e carioca em meados da década passada, realizando quase sempre trabalhos bidimensionais onde criava um bestiário particular, preso à citação alargada de várias fontes imagéticas. A cada trabalho, Caetano de Almeida parecia um artista diferente, tal a variedade de meios que utilizava para fazer suas "pinturas": óleo sobre tela, pintura sobre azulejo, marchetaria, bordado, etc. Tais características o identificaram de pronto com a arte que se fazia naquele período. E outras também: Caetano produzia trabalhos de grande opulência cromática, trabalhos sedutores que num olhar mais apressado atestavam uma suposta aderência do artista a outras posturas muito em voga naquela época: ênfase ao artesanal, ao prazer da manualidade, dados que, enfim recriavam o mito hedonista da arte. No entanto, no meio de sua produção, era possível perceber dois elementos que o apartavam daquela produção. Em primeiro lugar, um sentido de forte perversidade por trás de toda aquela opulência formal e cromática. Alguns de seus trabalhos representavam coroas fúnebres com insetos acoplados, cenas de caça, lápides tumulares, ou incorporavam literalmente elementos repulsivos de certos animais (o seu 'Ouriço' podia - e pode - causar sérias lesões a um espectador menos atento). O outro elemento já perceptível no início de sua carreira era mais uma atitude perante a obra de arte: alguns dos trabalhos assinados pelo artista não foram executados pelo mesmo, mas sim por artesãos especializados. É claro que esta atitude Caetano compartilhava com artistas de derivação conceitual, mínimal ou pós-minimalista, mas em seu caso específico tal atitude indicava um desvio às regras da pintura consagrada dos anos 80. Um desvio assumido pelo artista que estava 'dentro' (e não 'fora', com os neo-conceituais, neominimalistas, etc. ), daquilo que se convencionou chamar da pintura da geração 80 no Brasil. Esta singularidade mostra desde o início uma postura crítica do artísta frente ao seu contexto, uma postura que dialogava ironicamente com os valores apregoados pela 'transvanguarda internacional' através, muitas vezes, do falso uso das estratégias daquela tendência, tornadas normas rapidamente".
Tadeu Chiarelli
ALMEIDA, Caetano de. Lusco Fusco. São Paulo: Galeria Luisa Strina, 1993. 12p. il. color.

Acervos

Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Coleção Gilberto Chateaubriand
Coleção Marcoantônio Vilaçã
Coleção Bernardo Paz
Coleção João Carlos Figueiredo Ferraz
Peter Stuyvesant Foundation

Exposições Individuais

1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn de Arte Contemporânea
1990 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luísa Strina
1991 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn de Arte Contemporânea
1993 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1995 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina
1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Ana Maria  Niemeyer
2002 - São Paulo SP - Mundo Plano, na Galeria Luisa Strina
2003 - São Paulo SP - Eu Quero Apenas, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - Mundo Plano, no Instituto Tomie Ohtake
2005 - São Paulo SP - A Visita, na Galeria Luisa Strina
2006 - São Paulo SP - Ares, na Galeria Luisa Strina
2007 - Madri (Espanha) - Cafofo, na Galeria Distrito Cu4tro
2007 - Rio de Janeiro RJ - Espera, na Galeria Anna Maria Niemeyer
2007 - São Paulo SP - Borda, na Pinacoteca do Estado de São Paulo
2007 - Rio de Janeiro RJ - Borda, no Museu de Arte Moderna - MAM/RJ

Exposições Coletivas

1985 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1985 - São Paulo SP - A Sinhazinha, o Mulato, o Negão e o Carrasco, na Pinacoteca do Estado
1985 - São Paulo SP - Exposições e Eventos, na Fundação Armando Álvares Penteado
1987 - São Paulo SP - Imagens de Segunda Geração, no MAC/USP
1988 - Ribeirão Preto SP - 13º Salão de Arte de Ribeirão Preto, na Casa da Cultura de Ribeirão Preto
1988 - São Paulo SP - Coleção Particular de Eduardo Brandão, na Galeria Casa Triângulo
1989 - Colônia (Alemanha) - Art Cologne, no Messehalle Koeln
1989 - Rio de Janeiro RJ - Stand E 204, na Thomas Cohn Arte Contemporânea
1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1991 - Piracicaba SP - Artistas Contemporâneos no Engenho Central
1991 - Rio de Janeiro RJ - Anistia Internacional, no MAM/RJ
1992 - Basel (Suíça) - International Art Fair
1992 - Rio de Janeiro RJ - Artistas na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1992 - Rio de Janeiro RJ - As Artes do Poder, no Paço Imperial
1992 - São Paulo - International Art Fair, na Galeria Luísa Strina
1993 - São Paulo SP - Lusco Fusco, na Galeria Luisa Strina
1993 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Brasil: imagens dos anos 80 e 90, no Art Museum of the Americas
1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes
1994 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: imagens dos anos 80 e 90, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições na Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Brasil: imagens dos anos 80 e 90, na Casa das Rosas
1994 - São Paulo SP - Galeria Luisa Strina, 20 anos de arte brasileira, no Masp
1994 - São Paulo SP - Projeto Leonilson, na Galeria Luisa Strina
1995 - Curitiba PR - 11ª Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba, América.
1995 - Niterói RJ - Paisagem na Coleção Gilberto Chateaubriand, MAC-Niterói
1995 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no MAM/RJ
1995 - Rio Janeiro RJ - Paisagem na Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1995 - São Paulo SP - Anos 80: o palco da diversidade, na Galeria de Arte do Sesi
1995 - Uberlândia MG - Arte na Cidade, na Universidade Federal de Uberlândia
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea: doações recentes/96, no MAM/SP
1996 - São Paulo SP - Beige, na Galeria Luisa Strina
1996 - São Paulo SP - Ouro de Artista, na Casa Triângulo
1996 - Uberlândia MG - Arte no Hospital, Hospital da Universidade Federal de Uberlândia
1997 - Belo Horizonte MG - Além da Forma/No Limite da Forma, no Palácio das Artes
1997 - Rio de Janeiro RJ - No Limite da Forma,  MAM/RJ
1997 - São Paulo SP - Além da Forma/No Limite da Forma, na Casa das Rosas
1997 - São Paulo SP - C. de Almeida, M. de Souzanetto, T. Emde, T. Schonaver, na Marília Razuk Galeria de Arte
1997 - Rio de Janeiro RJ - No Limite da Forma, Paço Imperial
1998 - Berlim (Alemanha) - No Limite da Forma, no Instituto Cultural
1998 - Rio de Janeiro RJ - Anos 90, Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1998 - São Paulo SP - Anos 90, Coleção Gilberto Chateaubriand, no Masp
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - São Paulo SP - 26º Panorama de Arte Brasileira, no MAM/SP
2000 - Belo Horizonte MG - Investigações. A Gravura Brasileira. São ou Não São Gravuras?, no Itaú Cultural
2000 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira. São ou Não São Gravuras?, na Galeria Itaú Cultural
2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma
2000 - Fortaleza CE - 26º Panorama de Arte Brasileira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
2000 - Modinagar (Índia) - Khoj Internacional Artist, no International Institute of Fine Arts
2000 - Niterói RJ - 26º Panorama da Arte Brasileira, no MAC-Niterói
2000 - Nova Delhi (Índia) - Coletiva, no British Concil
2000 - Recife PE - 26º Panorama da Arte Brasileira, no Mamam
2000 - São Paulo SP - 01, Museu de Arte Moderna, São Paulo.
2000 - São Paulo SP - Desfile de Vacas
2000 - São Paulo SP - Fim de Milênio: os anos 90 no MAM, no MAM/SP
2000 - São Paulo SP - Investigações: A Gravura Brasileira, no Instituto Cultural Itaú
2000 - São Paulo SP - Obra Nova, no MAC/USP
2000 - São Paulo SP - Rosas Rosa, Emblemas e Movimento, na Casa das Rosas
2001 - Rio de Janeiro RJ - Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea, no Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ
2001 - São Paulo SP - A Figura na Arte Contemporânea,  no Espaço Getúlio Vargas
2001 - São Paulo SP - Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea, no MAM/SP
2001 - São Paulo SP - Idéia da Coletiva, na Galeria Camargo Vilaça
2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP
2001 - São Paulo SP - São ou não São Gravuras?, no MAM-Villa Lobos
2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina
2002 - São Paulo SP - Coleção Padre Anchieta, na Pinacoteca do Estado
2002 - São Paulo SP - Imagens Apropriadas, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralela, em galpão localizado na Avenida Matarazzo, 530
2003 - São Paulo SP - 2080, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2003 - São Paulo SP - A Gravura Vai Bem, Obrigado: a gravura histórica e contemporânea brasileira, na Galeria Virgílio
2003 - São Paulo SP - A Nova Geometria, na Galeria Fortes Vilaça
2003 - São Paulo SP - Acervo 2003/2004, na Galeria Luisa Strina
2003 - São Paulo SP - Aquisições Recentes 2003 pelo Núcleo Contemporâneo do MAM, no MAM/SP 
2003 - São Paulo SP - Galeria Luisa Strina: artistas representados, na Galeria Luisa Strina
2003 - São Paulo SP - Marcantonio Vilaça - Passaporte Contemporâneo, no MAC/USP
2004 -  São Paulo SP - Desenhos, A-Z, Coleção Madeira Corporates Services Fragmentos e Souvenirs Paulistanos, na Galeria Luisa Strina
2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL
2004 - Itaparica BA - Fundação Sacatar, na  Biblioteca Municipal de Itaparica
2004 - São Paulo SP - Retratos, no MAM/SP
2005 - Porto Alegre RS - É hoje!, no Instituto Cultural Santander
2005 - São Paulo SP - 29º Panorama da Arte Brasileira, no MAM/SP 
2005 - São Paulo SP - O Retrato como Imagem do Mundo, no MAM/SP
2006 - São Paulo SP - 20 Anos do Clube de Colecionadores de Gravura do MAM, no MAM/SP
2006 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand, na Pinacoteca do Estado
2006 - São Paulo SP - Padrões e Padronagens, na Galeria Marília Razuk
2006 - São Paulo SP - Sem Titulo/2006, no MAM/SP

Fonte: Itaú Cultural