Jorge Mascarenhas Menna Barreto (Araçatuba SP 1970)
Artista visual e desenhista.
Freqüenta cursos de escultura e pintura com Jailton Moreira, em Porto Alegre, em 1990. Conclui o bacharelado em artes plásticas com especialização em desenho na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, em 1997. A trama do desejo e da amizade é tecida em alguns de seus trabalhos, ao trazer o espectador para muito perto e torná-lo o motor da obra.
Críticas
"Historicamente, a vontade permanência do homem sucedeu à sua vontade de movimento, mas não a suprimiu. O homem planta uma cidade num chão qualquer, mas sempre haverá nele nostalgia do périplo. Se o sedentarismo é manifesto nas paredes e tetos das casas, são, por sua vez, as portas e janelas a eminente possibilidade do nomadismo. E até mesmo aquele que está solidamente aferrado a sua escrivaninha, até mesmo o mais paralítico dos homens, imerso em rotinas circulares, transforma-se num viajante tão logo lance o olhar na distância. (...) O projeto de Menna Barreto oscila entre esses dois pólos: a permanência e a mobilidade; pendula entre a decisão de fincar raízes em um sítio como uma árvore faria, ou distender-se pela vastidão do território, como numa seta arremessada por um arqueiro. E como tratar dessa questão de resto insolúvel posto que os dois termos vivem dentro de nós? E, ademais, como enfrentar o fato de que mesmo a solidez da nossa casa, ponto de convergência de todas as nossas rotas, só pode ser levada na memória, como também exclusivamente na memória conservamos a experiência vivida em outros lugares? Assim como é pouco, muito pouco, o que das coisas e dos outros se conserva em nós, o que de nós sobra nessas mesmas coisas? A proposta de Jorge Menna Barreto é a transmutação do seu corpo em terra, sua passagem para a matéria seminal, fonte de toda a vida, anterior e posterior a ela. A pouca matéria de seu corpo assume como seu equivalente um pouco de terra. Sua pele, poros e vísceras dissolver-se-ão em flocos escuros, úmidos e disformes. Junto com sua dimensão material, tangível, também será alvo dessa passagem a singularidade da sua existência. Tudo isso, e é incrível que caiba num só corpo, num frágil corpo, transformar-se-á em vários pequenos pacotes de terra, pacotes que serão levados para as casas de pessoas que o artista viu por frações de segundo, ou sequer viu, para lá serem despejados em vasos de flor ou nem mesmo isso, para lá serem simplesmente abandonados até que alguém os vejam e os coloquem no lixo. Pois mesmo isso, longe do artista e em contato estreito com todo resíduo produzido pelo homem, junto aos despojos do cotidiano, mergulhado nas sombras, esquecido, esse pouco de terra será mais uma vez um campo no qual a vida, prodigiosa, irá medrar".
Agnaldo Farias
FARIAS, Agnaldo. Minha Terra, Sua Terra. Texto avulso produzido para a exposição do artista Jorge Menna Barreto.
Exposições Individuais
1997 - Santa Cruz do Sul RS - Silêncio vs. Mutismo, na Universidade de Santa Cruz do Sul
1999 - Porto Alegre RS - Amor-tece, no Saguão do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre
1999 - Porto Alegre RS - Entre... o Céu e a Terra, na Casa de Cultura Mario Quintana
2000 - Porto Alegre RS - Groupe-en-fusion, no Torreão
2003 - São Paulo SP - Observações Sobre o Espaço e o Tempo, no Unicsul
2004 - São Paulo SP - Individual, no CCSP
Exposições Coletivas
1997 - Porto Alegre RS - 17º Salão do Jovem Artista, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul - prêmio aquisição
1998 - Porto Alegre RS - Remetente, no Espaço Cultural Ulbra
1998 - Porto Alegre RS - 8º Salão de Arte da Cidade de Porto Alegre, no Centro Cultural Usina do Gasômetro
1998 - Porto Alegre RS - Registros, na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo
1999 - Colônia (Alemanha) - Kommen Sie Nach Hause
1999 - Nova York (Estados Unidos) - Come Home
1999 - Porto Alegre RS - Exposição de Apresentação do Projeto João Fahrion - ano 10, na Galeria Xico Stockinger da Casa de Cultura Mario Quintana
1999 - São Paulo SP - Projeto Linha Imaginária. Na Sombra Dividida do Mar, no Espaço Cultural Eugenie Villien
2000 - Belém PA - Projeto Linha Imaginária. Mapa das Mãos, no Museu de Arte do Belém
2000 - Belo Horizonte MG - Corpo, no BH Espaço Político Cultural
2000 - Havana (Cuba) - 7ª Bienal de Havana, no Centro de Arte Contemporâneo Wifredo Lam
2000 - Porto Alegre RS - [bah]Zart Contemporâneo, na Galeria Chaves
2000 - Porto Alegre RS - Venha Para Casa
2000 - Rio de Janeiro RJ - Jornal Aberto, no Museu do Telephone
2000 - Salvador BA - Projeto Linha Imaginária. Olho D'Água, no ACBEU
2001 - Caracas (Venezuela) - 4ª Bienal Barro de América, no Museo Alejandro Otero
2001 - Florianópolis SC - Projeto Linha Imaginária. Se Pudesse Ser Puro, no Masc
2001 - Porto Alegre RS - 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, no Santander Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Uma Geração em Trânsito, no CCBB
2001 - São Paulo SP - 4ª Bienal Barro de América, no Memorial da América Latina
2002 - Belo Horizonte MG - Rumos Itaú Cultural Artes Visuais. Rumos da Nova Arte Contemporânea Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
2002 - Belo Horizonte MG - Rumos Itaú Cultural Artes Visuais. Sobre(A)ssaltos, no Itaú Cultural Belo Horizonte
2002 - Fortaleza CE - Rumos Itaú Cultural Artes Visuais. Arte: sistema e redes, no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará
2002 - Havana (Cuba) - Brasileños Contemporáneos, no Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam
2002 - São Paulo SP - Rumos Itaú Cultural Artes Visuais. Vertentes da Produção Contemporânea, no Itaú Cultural
2003 - Barra Mansa RJ - Inclassificados, na Galeria de Arte Sesc Barra Mansa
2003 - Niterói RJ - Inclassificados, na Galeria de Arte Sesc
2003 - Nova Friburgo RJ - Inclassificados, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Petrópolis RJ - Inclassificados, no Sesc Petrópolis
2003 - São Paulo SP - Vizinhos, na Galeria Vermelho
Fonte: Itaú Cultural