Honório Peçanha (Cantagalo RJ 1907 - Niterói RJ 1992)
Escultor e professor.
Inicia sua formação estudando escultura no Instituto João Alfredo, no Rio de Janeiro, entre 1921 e 1924. É aluno de Eduardo Augusto de Barros e Modestino Kanto, com quem continua os estudos no Liceu de Artes e Ofícios. Leciona escultura nesta mesma instituição, alguns anos depois. Por volta de 1927, freqüenta as aulas de Correia Lima e em 1928, entra para a Escola Nacional de Belas Artes. Na década de 30, viaja para Paris (França), onde estuda na Académie de La Grande Chaumière.
Críticas
"Em Niterói seus bustos estão espalhados pela cidade inteira. A estátua de Ari Parreiras, em frente do Cinema Icaraí, por exemplo, é de sua autoria, assim como a Galeria de Fluminenses Ilustres, no saguão da Assembléia Legislativa.
Em seu ateliê na Rua Senador Dantas, no Rio, ele recebe as pessoas com uma simplicidade rara para quem, como ele, tem obras espalhadas por todo o Brasil, do Acre ao Rio Grande do Sul, e no exterior.
Sua escultura é figurativista, neoclássica e voltada para a questão social. Com uma delas, Os Retirantes, ganhou o prêmio de viagem à Europa concedido pelo governo brasileiro, em 1935, no Salão Nacional de Belas Artes. Em Paris estudou durante dois anos na Académie de La Grande Chaumière, com Despiau, de quem sofreu influência.
Normalmente Honório Peçanha trabalha sob encomenda, por isso ainda não pôde fazer uma exposição individual, embora muitas de suas peças possam ser encontradas no Salão Nacional de Belas Artes, no Museu da Cidade e no Museu Nacional.
Nunca participou das Bienais, pois nesse tipo de mostra predomina a chamada arte avançada que envolve a técnica, o que vai de encontro à sua concepção artística, pois, como ele mesmo diz: 'No meu tempo de escola, esculpir era realmente esculpir e não juntar pedaços de ferro e outros materiais para compor a obra'.
Ele trabalha tanto em bronze como em pedra ou gesso e atualmente está fazendo um estudo da figura do operário que tem nas mãos uma bola de ferro com uma algema.
Recentemente fez uma coleção para a Ouro Preto Collection, composta de 10 medalhas, cada uma delas com um Bandeirante e no reverso uma alegoria relacionada com a vida e os feitos da figura retratada".
Ivani Meira Schleder
SCHLEDER, Ivani Meira. A visão de um escultor. A Tribuna, Niterói, 1 out. 1971.
Exposições Coletivas
s.d - Pará - Salão Oficial do Pará - primeiro prêmio/escultura
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - Rio de Janeiro RJ - Primeira exposição
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de bronze
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de prata
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes, na Enba
1935 - Rio de Janeiro RJ - 41º Salão Nacional de Belas Artes, na Enba - prêmio viagem à Europa
1939 - Rio de Janeiro RJ - 45º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - prêmio viagem ao país
1942 - Rio de Janeiro RJ - 48º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba - medalha de ouro
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna - premiado
1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna
1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1970 - Rio de Janeiro RJ - 75º Salão Nacional de Belas Artes, no Mnba
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
Fonte: Itaú Cultural