Harry Elsas (Stuttgart, Alemanha 1925 - Taubaté SP 1994)
Muralista, gravador, pintor.
Heinz Hugo Erich Elsas inicia a carreira artística como autodidata. Reside no Brasil desde 1936 e é fortemente influenciado pela cultura regional do Nordeste. Em 1945, é orientado por Lasar Segall e realiza sua primeira mostra individual no Ministério da Educação e Cultura, MEC, Rio de Janeiro. A partir de 1970, fixa-se em São Paulo e executa murais para o Banco Safra, 1971, e Banco Cidade de São Paulo, 1976.
Críticas
"É certo que há uma linguagem atrás da própria linguagem de Harry Elsas. Ela não se esgota na sua primeira visualidade. O que é, na verdade, uma das condições essenciais da arte. Este encobrimento, a realidade dentro da realidade, a capacidade de apresentar o mundo visível e de tornar visível o mundo não percebido, é o que dá a profundidade psicológica destas imagens. Há elementos que são inteiramente percebíveis. A extraordinária qualidade pictórica, a luminosidade de suas cores, a surpreendente luminosidade destas cores inabituais, o uso de um cromatismo primitivo, a semelhança dos primitivos flamengos. A composição hierática das figuras, a sua exata colocação na tela, o rigor de sua marcação. Isto lembra a Renascença. A dramaticidade de seus personagens, a sua imersão na miséria e na injustiça, a sua decreptitude, tudo isto liga o seu trabalho ao expressionismo. Estas as suas grandes qualidades e marcas desta pintura. O primitivo flamengo, a centralidade humana da renascença, a tragédia expressionista, a limpeza do desenho, a luminosidade das cores, a qualidade geral do seu fazer. E a segunda marca, a mensagem subjacente, a linguagem que se esconde atrás da linguagem aparente, o que está por trás da primeira visualidade. É a capacidade do artista de tornar os seus personagens e as suas cenas situações símbolos da tragédia humana. "
Jacob Klintowitz
HARRY Elsas: óleos sobre tela. Apresentação de Jacob Klintowitz. São Paulo: Galeria Grossman, 1982.
"Sua arte procura sempre a conciliação da temática popular com a forma requintada de representá-la. Esse requinte se encontra na sutileza das cores e no equilíbrio das composições. Harry Elsas, em sua pintura, não foge do grotesco ou do tragicômico para revelar a vida cotidiana dos seres humildes em sua atmosfera de pobreza quase angustiante. O realismo das imagens - que associa a um clima expressionista - é sempre posto a serviço de retirantes, palhaços de tristes circos, velhos de caras enrugadas e agressivas, deformadas pelo tempo e a miséria. (...) Seu desenho minucioso constrói o relevo das figuras, acentuando os detalhes de sua insólita feiúra. Elsas procura transformar o feio numa expressão de beleza moral. Seu ´métier´ foi aperfeiçoado pelo constante estudo de composições que geometrizam as superfícies e contêm as cores, limitando seus valores tonais. E essas cores rebaixadas brilham em amarelos e vermelhos que iluminam as telas. "
Flávio de Aquino
HARRY Elsas: óleos sobre tela. Apresentação de Jacob Klintowitz. São Paulo: Galeria Grossman, 1982.
Acervos
Acervo Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP)
Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil (São Paulo, SP)
Exposições Individuais
1945 - Rio de Janeiro - Individual, no MEC
1955 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
962 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Columbia Broadcasting System
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Copacabana Palace
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Chelsea Art Galleries
1967 - São Paulo SP - Harry Elsa, na Galeria Astréia
1970 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na House Gallery
1971 - Chicago (Estados Unidos) - Individual, no Continental Bank
1972 - São Paulo SP - Individual, na Chelsea Galeria de Arte
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Grossman
1986 - Rio de Janeiro RJ - Harry Elsa, na Copacabana Palace
1993 - São Paulo SP - Harry Elsa, na Galeria Pró Arte
Exposições Póstumas
2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria
Fonte: Itaú Cultural