Frederico Bracher Júnior (Rio de Janeiro RJ 1920 - Belo Horizonte MG 1984)
Pintor, desenhista, escultor, gravador, ceramista, violinista, professor de pintura e de violino.
Muda-se com a família para Belo Horizonte em 1927. Inicia em 1931 seus estudos de pintura com Amilcar Agretti, e de violino, primeiramente com seu pai, Frederico Bracher, violinista e tipógrafo, e posteriormente com Luiz Strambi. Sua pintura, durante toda sua carreira, é realizada dentro do modelo acadêmico. Funda a Associação dos Artistas Plásticos de Minas Gerais, primeiro órgão da classe do estado, do qual é presidente. Casa-se com Lélia Lenz, com quem tem quatro filhos: Amarilis, Amíriam, Alexandre e Alcione, dos quais os três primeiros tornam-se artistas plásticos. A partir de 1935 realiza várias exposições individuais no Automóvel Clube de Montes Claros, Minas Gerais e no de Belo Horizonte. Em 1938 recebe o Prêmio de Pintura do jornal Estado de Minas. Inaugura, em Montes Claros, sua primeira escola de artes para o ensino de pintura e música, em 1939, e até 1953 abre mais duas escolas, em Juiz de Fora e em Belo Horizonte. Funda com outros músicos a Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora, onde atua como diretor e músico, por volta de 1948. Em 1980 realiza no Palácio das Artes de Belo Horizonte uma retrospectiva em comemoração aos seus 50 anos de vida artística. Em 1986, dois anos após sua morte, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro realiza uma ampla retrospectiva da sua obra, numa mostra que segue para o Museu de Arte de São Paulo, o Palácio das Artes de Belo Horizonte, o Centro Cultural Pró Música em Juiz de Fora MG, o Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, a Fundação Cultural do Distrito Federal, encerrando em agosto de 1986 no Centro Cultural Hermes de Montes Claros.
Críticas
"Os Bracher, de Juiz de Fora, constituem uma grande família de ratistas plásticos, alguns muitos conhecidos no país, como Carlos e Fani, outros menos, como Celina, Nívea e Décio. O primeiro Bracher-pintor, Frederico Jr. era, ademais de desenhista e escultor, também compositor e violinista. Acadêmico convicto, assim permaneceu ao longo de sua existência. Porém, como observou o crítico mineiro Márcio Sampaio, sua obra 'está impregnada de profundo sentimento de humanidade e respeito à natureza'".
Frederico Morais
O Globo. 22 dez. 1985
"Como ser humano e pintor, Frederico Bracher foi sempre - e acima de tudo - fiel a si mesmo. Dono de técnica apurada, segura, acadêmico por formação e convicção, sua pintura inequivocamente reflete aquelas tendências românticas e realistas tão comuns a quem, como ele, buscava o belo eterno e a forma ideal. A atual exposição não deixa de ser um tributo à memória de um artista que, com muita honestidade e sinceridade, consagrou toda sua vida à atividade criadora em suas várias formas."
Alcidio Mafra Souza
MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES. Exposição Itinerante de F. Bracher Jr. : catálogo. Belo Horizonte, 1986
"Frederico Bracher Jr. fez das telas e da vida uma arte. Como ser humano foi um homem generoso, idealista, buscando a união dos artistas plásticos em torno de uma causa comum: a valorização profissional, através do primeiro órgão de classe que tivemos em nosso Estado - Associação dos Artistas Plásticos de Minas Gerais, da qual foi fundador benemérito e presidente. A busca do Belo, absoluto e eterno, o mesmo para toda a humanidade em todas as épocas, que está no espírito do homem e não na natureza imperfeita, foi seu ideal na arte. Esta digressão torna-se necessária para entender a permanência da obra de Bracher Jr. no contexto artístico atual, pois ao longo de sua carreira não renovou seu estilo nem pretendeu conquistar novas formas para a pintura. Nem por isso deixou de trazer uma forte contribuição pessoal e de relevante importância para o desenvolvimento da gama expressiva da arte mineira. Desenvolveu uma pintura do cotidiano, de temas próximos e situações intimistas, testemunhas da junção de um realismo temático a um tratamento estetizante: o verismo, que lhe permitiu captar a realidade sem preocupação especulativa."
Maria do Carmo Arantes
MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES. Exposição Itinerante de F. Bracher Jr. : catálogo. Belo Horizonte, 1986
Exposições Individuais
1935 - Belo Horizonte MG - Individual, no Núcleo São Lucas
1936 - Belo Horizonte MG - Individual, no Núcleo São Lucas
1937 - Montes Claros MG - Individual, no Automóvel Clube de Montes Claros
1942 - Belo Horizonte MG - Individual, no Automóvel Clube de Belo Horizonte
1956 - Montes Claros MG - Individual, no Automóvel Clube de Montes Claros
1963 - Belo Horizonte MG - Individual, no Automóvel Clube de Belo Horizonte
1964 - Belo Horizonte GM - Individual, na Galeria Minarte
1965 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Minarte
1970 - Belo Horizonte MG - Individual, no Automóvel Clube de Belo Horizonte
1980 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva em comemoração aos 50 anos de vida artística, no Palácio das Artes
1984 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria de Arte Telemig
Exposições Póstumas
1986 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no MNBA
1986 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1986 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, no Palácio das Artes
1986 - Juiz de Fora MG - Retrospectiva, no Centro Cultural Pró Música
1986 - Curitiba PR - Retrospectiva, no MAC/PR
1986 - Brasília DF - Retrospectiva, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1986 - Montes Claros MG - Retrospectiva, no Centro Cultural Hermes de Paula
1994 - Curitiba PR - Destaques da Pintura Brasileira, na Simões de Assis Galeria de Arte
1996 - Belo Horizonte MG - Emergência do Modernismo em Belo Horizonte, no Museu Mineiro
1998 - Juiz de Fora MG - Pinturas e Aquarelas de Amarilis, Amíriam e Alexandre em homenagem ao seu pai Frederico Bracher, na Galeria Portinari
Fonte: Itaú Cultural