Ernest Robert de Carvalho Mange (São Paulo SP 1922 - idem 2005)
Pintor, arquiteto e urbanista.
Estuda, de 1936 a 1938, com Torquato Bassi (1880 - 1967), cursa engenharia civil na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - USP, de 1940 a 1945, e estagia no escritório do arquiteto Rino Levi (1901 - 1965). Com bolsa do governo francês, faz estágio no ateliê do arquiteto Le Corbusier (1887 - 1965), entre 1947 e 1948. Em 1951, estagia no ateliê de escultura de Caetano Fraccaroli (1911-1987), em São Paulo. Em 1953, vai para Lisboa como representante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidde de São Paulo FAU/USP e do Instituto dos Arquitetos do Brasil no 3º Congresso da União Internacional de Arquitetos. De 1943 a 1968, leciona na Escola Técnica Getúlio Vargas, na FAU e na Escola Politécnica, ambas da USP. Além dessas atividades, atua como presidente do Conselho Estadual de Obras Públicas do Estado de São Paulo, de 1966 a 1969; diretor-presidente da Empresa Municipal de Urbanismo - Emurb, de 1975 a 1979; presidente do Conselho Técnico e Conselho Administrativo da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo - Cohab, de 1977 a 1978; primeiro titular da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano - Sehab, de 1977 a 1979; e diretor-superintendente do Instituto Cultural Itaú - ICI, atual Instituto Itaú Cultural, de 1987 a 1997.
Críticas
"Engenheiro-arquiteto, mas, vocacionalmente, um urbanista preocupado em encontrar soluções para macroproblemas da grande cidade - tráfego, sistemas de comunicação visual, áreas de lazer, arte pública -, a sua produção plástica é, de certa forma, influenciada por essa atividade. Muitos de seus trabalhos lembram células ou estruturas orgânicas, visões aéreas de núcleos urbanos, planos urbanísticos. Em algumas composições há uma estrutura caracterizada por um núcleo central forte, e uma periferia que se expande até quase sangrar os bordos da tela. Artista construtivo, Mange é fundamentalmente um paisagista. Mas na dispersão do amador, Ernest Mange não segue em mão única, sempre em frente, ou ele não quer (ainda) aprofundar certos caminhos ou conquistas, preferindo arriscar-se por desvios ou picadas, recuando até o Informalismo ou resvalando, contraditoriamente, ora para o quase-panfleto (em sua crítica à confusão ideológica do mundo atual) ora para a evasão metafísica (o ser humano que se sente estrangeiro no mundo). No primeiro caso fica a meio caminho entre a paisagem - ou o que restou dela, como também da figura - e o gesto que se quer livre e autônomo para criar texturas e matérias. No segundo caso o ´literário´ prevalece sobre o plástico, em detrimento do específico pictórico".
Frederico Morais
MORAIS, Frederico. Mange: paisagem construída. [Texto datilografado].
Exposições Individuais
1998 - São Paulo SP - Mange: Paisagem Construída, no Terraço Conjunto Nacional
Exposições Coletivas
1952 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna - 2º Prêmio Governador do Estado - medalha de bronze
1952 - Santos SP - 1º Salão de Belas Artes de Santos - pequena medalha de ouro
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1991 - São Paulo SP - Imagens Paulistas, no Paço das Artes
Fonte: Itaú Cultural