Cláudia França (Belo Horizonte MG 1965)
Pintora, escultora, desenhista e professora.
Cláudia Maria França Silva Gozzer inicia seus estudos em arte no ano de 1988, quando participa da Oficina de Aprofundamento em Desenho, com o artista Marco Tulio Resende (1950), no 20º Festival de Inverno da UFMG, em Poços de Caldas. Em 1989, na 21ª edição do mesmo festival, participa do curso Desenho 2. Forma-se em desenho e escultura pela Escola de Belas Artes da UFMG, em 1990. Em 1993, realiza especialização em história da filosofia na UFU. Trabalha como professora do Departamento de Artes Plásticas da UFU e ministra o curso Desenho Objetual na Universidade Estadual de Londrina, a partir de 1991.
Críticas
"A ponta que fere, ponta que dói. O incômodo do prazer. O sádico e o masoquista... Pontas: duplas, vazadas, construídas entre o fundo e a forma. A presença do masculino no feminino. Ponta fálica que contém o movimento oposto, contra-forma: corte que se faz feminino. Segundo Cláudia, essa (s) forma (s) representa instrumentos para provocar alguma dor... Estabelece-se, nesse instante, um paralelo com David Cronenberg em seu filme 'Gêmeos, uma mórbida semelhança'. Entretanto, por que a dor e a provocação? Não se sabe ao certo. O importante é que não se pode ignorar a força de tal provocação e seu resultado traduzido de forma esteticamente hedonista. Apesar dessa bidimensionalidade, o fato é que seus trabalhos apontam para sensações táteis, que evocam a estranheza e ao mesmo tempo, a atração. Algo muito próximo do erotismo 'voyeur' de se ver e não tocar, de sentir a provocação visual e ter prazer. Um outro lado: a ponta primitiva, ferrão, forma, o agudo que fere e mata. Que fere para se defender, e mata para saciar a fome com avidez de um desesperado. A defesa e o alimentar a fome como instintos necessários à sobrevivência. Nesse ponto, chega-se ao encontro de uma resposta: arte como sobrevivência. A necessidade como fato gerador do instinto. O instinto causando dor e gerando provocação. A artista que se faz presente através da forma: a existência, a dor e a provocação".
Gedley Belchior Braga
FRANÇA, Cláudia. Trama. Belo Horizonte: CEMIG, 1993.
"A obra de Cláudia França evoca dois elementos básicos para a reflexão sobre a tridimensionalidade: a estrutura e o espaço. Existe em seu trabalho a evidência de uma formação sistemática e prática derivada da arte do Desenho. Nele, Cláudia encontrou sua quintessência expressiva e, a partir dele, redescobriu o mundo, um mundo, seu mundo formal. Esta marca forte do Desenho impressa na objetualidade de suas obras tornou-se, no decorrer da criação, o referencial ordenador de uma sensibilidade perceptiva que não se contenta com a mera intuição. Visando uma racionalidade específica, ela se aproxima mais de uma consciente releitura construtiva do que de uma possível filiação à Minimal Art. Isto porque, na epiderme despojada do que Cláudia cria, pode-se notar uma onipresente intenção de ordem, de lógica e de ritmo, determinada pela idéia desenhada que antecede a própria eleição dos materiais constitutivos. Em seu universo de formas, o conceito estrutura significa uma rematerialização motivada pela íntima vontade de conhecer o espaço".
Marcos Hill
FRANÇA, Cláudia. Espelhos. Belo Horizonte: Centro Cultural UFMG, 1997.
Depoimentos
"Os trabalhos desta mostra, embora tenham sido concebidos e realizados em ocasiões distintas, estão dispostos dentro de um 'espírito instalacional' ou seja: uma interatividade com o espaço dado e com eles mesmos, permitindo ao espectador o ingresso em um 'outro' ambiente. Esse espaço metafórico é construído pelo desenho, linguagem primeira, aqui caracterizada por seu aspecto estruturalizante de formas tridimensionais - estrutura/escultura. Às linhas das cordas e vergalhões juntam-se valores de massa e de plano como os tecidos e mármores brancos, enfatizando em cada trabalho o jogo de oposições peso/leveza. As construções, bem como o ambiente, mimetizam alguns elementos arquitetônicos, procurando reter sua simbologia básica. Ao se valerem das formas das escadas e das portas, as construções constituem um 'espaço de intervalo', que não remete à noção de lugar (mesmo porque as peças são efêmeras) e portanto à não-permanência do corpo".
Cláudia França
FRANÇA, Cláudia. Paralelas. Londrina: Casa de Cultura, 1999.
Exposições Individuais
1991 - Belo Horizonte MG - Mostra de Volumes, na Galeria IBM
1991 - Goiânia GO - Individual, na Itaugaleria
1991 - Uberlândia MG - Novas Formas, na Galeria Lourdes Saraiva
1992 - Uberlândia MG - Flâmulas, na Galeria da CEF
1993 - Belo Horizonte MG - Trama, na Galeria de Arte da Cemig
1995 - Belo Horizonte MG - Um Lugar Específico, na Itaú Cultural
1996 - Uberlândia MG - Individual, na Galeria Mônica Marques
1997 - Belo Horizonte MG - Espelhos, na Grande Galeria do Centro Cultural da UFMG
1999 - Londrina PR - Paralelas, na Sala Celso Garcia Cid
1999 - Uberlândia MG - Estrutura Escultura, na Galeria Ido Pinotti
Exposições Coletivas
1986 - Belo Horizonte MG - 2º Integrarte: Exposição Anual dos Alunos da EBA/UFMG, na UFMG - premiada
1987 - Belo Horizonte MG - 3º Salão de Artes Plásticas da Aeronáutica
1987 - Viçosa MG - 8º Salão Nello Nuno, na UFV - premiada
1988 - Belo Horizonte MG - 3º Integrarte: Exposição Anual dos Alunos da EBA/UFMG, na UFMG - prêmio aquisição
1988 - Belo Horizonte MG - 4º Salão de Artes da Aeronáutica
1988 - Belo Horizonte MG - 6º Salão Nacional de Arte Universitária, no Museu de Arte de Belo Horizonte - medalha de ouro
1988 - Belo Horizonte MG - Desenhos: Cláudia França, Raquel Teixeira e Marilda Castanha, na Galeria Paulo Campos Guimarães
1988 - Divinópolis MG - 10 Artistas em Exposição, no Centro de Artes
1988 - Divinópolis MG - 1º Salão Cidade de Divinópolis de Artes Plásticas, no Centro de Artes
1989 - Belo Horizonte MG - 7º Salão Nacional de Arte Universitária, no Museu de Arte de Belo Horizonte - medalha de ouro
1989 - Belo Horizonte MG - Em trânsito: 21º Festival de Inverno da UFMG, nas Estações do Metrô de Belo Horizonte
1989 - Belo Horizonte MG - Três Pontos: Cláudia França/Osni Soares/Gedley Belchior, na Galeria Paulo Campos Guimarães
1989 - Cataguases MG - 9º Salão Nello Nuno/UFV
1989 - Cataguases MG - Em trânsito: 21º Festival de Inverno da UFMG, na Secretaria Municipal de Cultura de Cataguases
1989 - Juiz de Fora MG - Em trânsito, no Espaço Cultural Mascarenhas
1989 - Juiz de Fora MG - Pinturas, no Espaço Cultural Mascarenhas
1989 - Olinda PE - Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco, no Centro de Convenções de Pernambuco
1989 - São Paulo SP - 5º UNIART: Salão Universitário da Faculdade Santa Marcelina, na Faculdade Santa Marcelina - prêmio TEC SCREEN
1989 - Viçosa MG - 9º Salão Nello Nuno/UFV - Prêmio Aquisição Pintor Carlos Bracher
1990 - Divinópolis MG - Mão, no Centro de Artes de Divinópolis
1990 - Olinda PE - Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco, no Centro de Convenções de Pernambuco
1991 - Belo Horizonte MG - 23º Salão Nacional da Prefeitura de Belo Horizonte, no MAP
1991 - Belo Horizonte MG - 90 + 11: exposição de formandos em Belas Artes, no Centro Cultural da UFMG
1991 - Belo Horizonte MG - Mão 2ª Edição, na Grande Galeria do Centro Cultural da UFMG
1991 - Juiz de Fora MG - Caminhos da Cor, no Bar Sacristia
1992 - Belo Horizonte MG - Utopias Contemporâneas, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1992 - Curitiba PR - 49º Salão Paranaense de Arte Contemporânea, no MAC/PR
1992 - Ribeirão Preto SP - 17º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, na Casa de Cultura
1992 - Ribeirão Preto SP - Mostra de Artes da Juventude, no Sesc
1992 - Santa Maria RS - 3º Salão Latino-Americano de Artes Plásticas
1993 - Londrina PR - Cláudia França e Júnia Araújo, na Galeria de Arte do Banestado
1993 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Macunaíma, no Funarte/Ibac
1993 - São João Del Rei MG - 1ª Mostra de Ciências Humanas, Letras e Artes das Universidades Federais Mineiras
1993 - São Paulo SP - Jovem Arte Brasileira, na Pinacoteca do Estado - Prêmio Unesco de Fomento às Artes
1994 - Belo Horizonte MG - A Outra Banda da Terra, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1994 - Londrina PR - Objeto e Escultura, na Galeria Banestado
1994 - Uberlândia MG - A Outra Banda da Terra
1994 - Uberlândia MG - Olhares Radiofônicos na Galeria, na Galeria Ido Finotti
1995 - Uberlândia MG - 2ª Mostra de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federais Mineiras, na Biblioteca do Campus Santa Mônica - UFU
1995 - Uberlândia MG - Ando inteiro ligado nos Mutantes, na Biblioteca do Campus Santa Mônica - UFU
1995 - Uberlândia MG - Libertinos Libertários, na UFU
1996 - Uberlândia MG - A Arte de Nosso Dias, na Galeria Mônica Marques
1996 - Uberlândia MG - Arte no Hospital, na UFU
1996 - Uberlândia MG - Exposição geral do Deart, no Campus Santa Mônica - UFU
1997 - Juiz de Fora MG - 3ª Mostra de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federais Mineiras, no Campus da UFJF
1998 - São Félix BA - 4ª Bienal do Recôncavo, no Centro Cultural Dannemann - menção especial
1998 - Uberlândia MG - Mostra de Professores do Deart/UFU, no MUNA/UFU
1998 - Uberlândia MG - Panorama das Artes Plástico-Visuais do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba, na Galeria Ido Finotti - destaque
2001 - São Leopoldo RS - Lugares Assinalados, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Fonte: Itaú Cultural