Candido Portinari (Brodósqui, SP-1903 / Rio de Janeiro, RJ-1962)
Pintor expressionista, gravador, ilustrador e professor.
Candido Portinari foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Portinari pintou quase cinco mil obras (de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão como O Lavrador de Café à gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956 e que em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro). Destacou-se também nas áreas de poesia e política.
Candido Portinari
Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos países, entre eles, a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos.
No ano de 1935 ele recebeu uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café". Deste momento em diante, sua obra passou a ser mundialmente conhecida.
Dentre suas obras, destacam-se: "A Primeira Missa no Brasil", "São Francisco de Assis" e Tiradentes". Seus retratos mais famosos são: seu auto-retrato, o retrato de sua mãe e o do famoso escritor brasileiro Mário de Andrade.
No dia seis de fevereiro de 1962, o Brasil perdeu um de seus maiores artistas plásticos e aquele que, com sua obra de arte, muito contribuiu para que o Brasil fosse reconhecido entre outros países. A morte de Candido Portinari teve como causa aparente uma intoxicação causada por elementos químicos presentes em certas tintas.
“O vigário João Rulli desejava encomendar uma porteira e não se entendiam, peguei um papel e desenhei a porteira. O padre ficou olhando para mim e disse: – Amanhã chegará o frentista para ornamentar a fachada da nova igreja. Você deve ir vê-lo e aprender. Ricardo Luini era o nome do meu escultor. (…) Quando terminou, deu-me uma prata de dois mil réis e uma viagem a Ribeirão Preto. Pessoa muito boa”.
Candido Portinari
In, “Museu Casa de Portinari”, Brodowski – SP.
Retrato de Olegário Mariano com o fardão acadêmico; premiado no salão de 1928. ost, 198x65, 1928
Falar de um dos artistas mais prestigiados do Brasil após os monumentos literários escritos por Antonio Bento (de Araujo Lima)[1] e Antonio Carlos Callado[2] entre tantos outros, é, no minimo, tautológico, uma vez que esses autores já estudaram, examinaram, aclararam, e observaram minuciosamente todas as suas preocupações sociais com o homem e seu comportamento. Não menos importante é o “Projeto Portinari[3]” que seu filho, João Candido, implantou a partir de 1979 e que reúne vasto acervo documental sobre a obra, vida e época do artista, cuja sede está no Campus da PUC-RJ.
O tema central da obra de Candido Portinari é o ser humano e sua temática social, repleta de situações aflitivas e dolorosas ou aquelas que lembram sua infância na sua terra natal, verdadeiramente líricas.
Candido Portinari - Biografia
Candido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui, no interior do estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebe apenas a instrução primária e desde criança manifesta sua vocação artística. Começa a desenhar em 1909, e pouco depois (1912 ca.) participa da restauração da Igreja de seu povoado natal. Sua vida como pintor – penso que sempre o foi desde seu nascimento – começou em 1918 quando foi para o Rio de Janeiro e iniciou seu aprendizado no Liceu de Artes e Ofícios. Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes, com Rodolfo Amoedo, Batista da Costa, Lucílio Albuquerque e Carlos Chambelland.
1922-1928: Desde 1922, Portinari concorria sempre aos “Salões” com retratos de seus amigos, que inicialmente passaram inobservados, até que o retrato de Paulo Mazuchelli lhe rendeu alguns prêmios. Naquele 1928 Portinari, com o retrato do poeta Olegário Mariano[4], ganhou o prêmio de Viagem ao Estrangeiro; partiu para Paris e visitou – 1929-1930 – visitando também a Inglaterra, a Itália e a Espanha, percorrendo museus e galerias. Declarou antes de sua partida: “entendo que a estadia na Europa não deve ser aproveitada pelo pintor para uma produção intensa e quase nada meditada, como têm feito alguns colegas. Considero-o um prêmio de observação. O que vou fazer é observar, pesquisar, tirar da obra dos grandes artistas – do passado nos museus, ou do presente nas galerias – os elementos que melhor se prestem à afirmação de uma personalidade. Procurarei encontrar o caminho definitivo de minha arte fazendo estudos e nunca quadros grandes... .”
Importante: conheceu e casou-se com Maria Martinelli (1912-2006) que se dedicou a todos os aspectos materiais relativos às necessidades do casal, transformando-se, por vontade própria, em marchand e administradora. Sabe-se que sempre reuniu material sobre o marido, arquivando recortes de jornais, revistas, cartas e fotos que se tornaram a base do acervo documental e da pesquisa do “Projeto Portinari”.
Morro do Rio; Coleção MOMA, ost, 280x130, 1933
Volta ao Brasil no início de 1931, volta com novas tendências e com a ideia dominante de fazer uma pintura brasileira, se aproximando mais de poetas e intelectuais modernistas de São Paulo. Vê-se que o pintor descobriu o Brasil – a exemplo de Oswald de Andrade (1925, ca.) – em Paris. Expõe no Pavilhão Brasil da Feira Mundial em Nova York e o MOMA adquire a tela "Morro do Rio[5]" (Figura 2). A obra é comprada e incluída no acervo do Museu, que organiza em 1940, uma exposição exclusiva do artista brasileiro em Nova York, quase como consequência do sucesso da obra “Café” na Exposição Internacional de Pittsburg (1935) que projetou e inseriu seu nome no cenário internacional da arte e que, por iniciativa do Ministro Gustavo Capanema, foi adquirida pelo MNBA-RJ. Portinari já era o artista capaz de utilizar o academicismo de sua formação, fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista moderna.
Painel de Portinari na Igreja de São Francisco de Assis
1937-1945: Vivíamos um período que insistentemente Gustavo Capanema – Ministro da Educação e Saúde Pública – queria dar visibilidade às propostas “modernas” que circulavam nos ambientes intelectuais da capital federal durante o Estado Novo, materializada através da construção de um “moderno” edifício para o MEC – Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, et allis – e importante na vida de Portinari que compôs afrescos mostrando nosso “Ciclo Econômico” além dos cartões para os azulejos que revestem as paredes externas do edifício, que foram fabricados pela Osirarte, em São Paulo (1943, ca.). Em 1944, um acontecimento maior com a realização mural e azulejos sobre a vida de São Francisco para a Capela do Complexo da Pampulha em Belo Horizonte – leia-se Oscar Niemeyer – que completaria com a “Via Sacra” em 1945[6].
Uma digressão que mostra uma quase concomitante amoralidade no uso da arte pelos regimes totalitários. A exemplo do que havia acontecido na Itália de Mussolini com “Il Ritorno all’Ordine” e o “Grupo Pesaro” aproveitado por Margherita Sarfatti, também Portinari não foi um "pintor oficial", nem a sua arte “engajada”. Tanto no contexto do nacionalista Estado Novo (1937-1945) bem como no então Fascismo Italiano as imagens daqueles artistas foram utilizadas pelo Regime da mesma maneira que a obra portinariana, tão somente, porque possuíam uma linguagem e uma imagística conveniente. Na Itália o movimento representava “um retorno à ordem” após longo período de tumultos socializantes, e no Brasil, o “Ciclo Econômico” representava uma “brasilidade” pronta para uma nova etapa de grande desenvolvimento[7]. Em ambos os casos não foi possível combinar arte e política.
A descoberta da terra, 1941. Pintura mural de Portinari executado para a Fundação hispânica no edifício da Biblioteca do Congresso, Washington, DC
1947-1954: Participante da intelectualidade brasileira numa época de notável mudança na atitude estética e na cultura do País e influenciado pelos problemas da nossa realidade nacional é levado à militância política e como consequência exilou-se no Uruguai. Em 1951 já o vemos de volta ao Brasil figurando com relevância na Iª. Bienal de São Paulo, em uma sala particular. Apareceram, porém os primeiros problemas de saúde; o mais grave em 1954 caracterizado como uma grave intoxicação pelo chumbo presente nas tintas que usava.
1952-1956: Criou os dois painéis “Guerra e Paz” (14 x 10 m cada um) encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. As duas obras foram criadas com o apoio de cerca de 180 estudos iniciais que duraram a maior parte dos quatro anos do projeto. A execução final demorou 9 meses.
Na concepção do diretor do Projeto Portinari, João Cândido... “essa obra-síntese constitui o trabalho maior de toda a vida do pintor. O mais universal, o mais profundo, também, em seu majestoso diálogo entre o trágico e o lírico, entre a fúria e a ternura, entre o drama e a poesia.”
Na avaliação do artista Enrico Bianco, “Guerra e Paz são as duas grandes páginas da emocionante comunicação que o filósofo/pintor entrega à humanidade.”
1960-1962: Depois de viver os últimos anos sem grandes pinturas, Portinari sofreu diversas recaídas da doença. Sua última exposição individual em vida aconteceu em julho de 1961, na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro. Desobedecendo a ordens médicas, Portinari continua a pintar para uma grande exposição em Milão. No começo do ano de 1962 sua saúde se deteriora muito e nos primeiros dias de fevereiro ele é internado e morre na manhã do dia 06 de fevereiro.
2012: A propósito dos restauros dos painéis de “Guerra e Paz”: “Esta não é apenas uma exposição de arte. Esta é uma grande mensagem ética e humanista e que se dirige ao principal problema que o mundo vive hoje em dia: a questão da violência, da não cidadania, da injustiça social. Esta é a grande mensagem de toda a vida de Portinari e que ficou sintetizada nesses trabalhos finais que ele deixou” – João Candido Portinari.
Obras Comentadas
Este desenho (O pé e o machado) a carvão sobre papel kraft de Portinari é, no mínimo, curioso.
Trata-se, de acordo com o Catálogo Raisonée do artista, de um dos "desenhos para transporte" para a pintura mural "Pau-Brasil"; que foi realizada em 1938, para o "Grande Salão de Audiências do Ministério da Educação".
Por ser um "desenho de transporte" está admiravelmente acabado. De que se tratava afinal? Após a concepção do tema e do desenho e obtida sua aprovação por parte do comitente, o artista, em geral, apresentava um desenho detalhado do projeto final. O "desenho de transporte" ou o "desenho guia" era então reproduzido em tamanho natural sobre papel grosso ou ainda cartão. Este tinha seus contornos furados ou marcados com carvão para que, quando justaposto à parede já previamente preparada – com o reboque ainda úmido – o desenho pudesse ser facilmente transferido. O tal contorno transferido era rapidamente repassado formando assim o contorno final da figura. As cores eram aplicadas em seguida e somente a prática indicava ao artista que tonalidade adquiririam quando secas. Qualquer correção necessária significava a destruição do trabalho que havia sido feito, daí ser condição "sine qua non" a extrema habilidade e firmeza no traço, por parte do artista.
Neste pequeno fragmento se percebe um desenhista que conhece a fundo o corpo humano e sua interpretação através do desenho onde, a enorme riqueza técnica e a expressão transmitida através da forma importam tanto ou mais que a cor. Na verdade, trata-se de um fragmento de um desenho de cerca de 280x250 cm onde os personagens eram distorcidos, alongados e transfeitos para transmitir-nos o efeito dramático, suas proporções heroicas sem a necessidade de pontuar as diferenciações dos tipos étnicos que retratava.
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2006.
Três amigas no morro[8]
C. T. Portinari (Brodósqui,1903 – Rio de Janeiro,1962)
Óleo sobre tela
100 x 82 cm, 1938
"Arte brasileira só haverá quando os nossos artistas abandonarem completamente as tradições inúteis e se entregarem com toda alma, à interpretação sincera do nosso meio"
Candido Portinari
Jornal "A Manhã"; Junho, 1926.
O quadro em questão é um perfeito exemplo da série marrom também chamada "brodosquiana", fase que se inicia em 1933 - 1934 e paulatinamente vai sendo transformada até 1940; sem sobressaltos ou cisões bruscas; aliás, como de costume em toda a obra "portinaresca".
Considerando-se o mítico prestígio do artista e a imensa difusão iconográfica de sua obra, permito-me indicar que a obra aqui apresentada é representativa de um período em que obras muito conhecidas e prestigiadas foram produzidas; tais como, "O Circo", "O Futebol" e "O Morro"; esta última, hoje pertencente à coleção do MOMA-NYC.
A obra nos apresenta uma superfície dominante de tons marrom, terra e roxo, matizada com alguma luz que ilumina as três figuras femininas de porte conspícuo, caracterizadas pelo abandono das proporções e pelo alongamento das silhuetas que lhes dá um claro endereço "neoclássico", que deve ser percebido como a recuperação da tradição pictórica enunciada por Jean Cocteau que para tal cunhou o termo "rappel à l’ordre". Pinceladas espontâneas bem substituem os humildes abrigos do morro e, efeitos claro-escuro emoldurando o tema principal nos fazem sentir a paisagem e nos transmite uma sensação de quietude que contrasta com a severidade do horizonte.
A fatura pictórica dessa obra faz parte de uma fase geralmente aceita como a ruptura de Portinari para com o academismo, que também trás no seu âmago a representação da presença humana a qual se torna uma constante na obra do pintor.
Não creio que faltem obras para enriquecer a bibliografia sobre Candido Portinari; os grandes teóricos, críticos e estudiosos de arte já escreveram sobre a abrangência de sua obra ou escolheram um recorte específico.
Felizmente o debate não está encerrado. Portinari vive!
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2004.
Obras de Candido Portinari
Considerando-se que sua produção pode chegar a cerca de 5.000 obras, temos a oportunidade de ver neste recorte de 30 trabalhos a óleo, desenhos a crayon e grafite, gravuras sobre metal e litogravuras; uma amostragem significativa das obras do grande artista que através dos gigantescos murais sobre a evolução econômica do Brasil, no atual Palácio Capanema[9], mostra um momento dos mais significativos em sua carreira, apesar de infinitamente menos conhecidos que os painéis de “Guerra e Paz” da ONU[10]. Edifício originalmente concebido para ser a sede do MEC, testa a utilização da arquitetura funcionalista de “matriz corbuseana” no país, além de introduzir novos elementos. Foi construído (1936-1945) em um momento em que o Estado aspirava passar uma sensação de modernidade, de avanço intelectual, o que se refletiu tanto no projeto do edifício quanto no contexto histórico em que se insere.
Falar de um dos artistas mais prestigiados do Brasil após os monumentos literários escritos por Antonio Bento (de Araujo Lima)[11] e Antonio Carlos Callado[12] é, no minimo, tautológico uma vez que esses autores já examinaram, aclararam, estudaram e observaram minuciosamente todas as suas preocupações sociais com o homem e com seu comportamento. “Candinho” as retratava sob sua ótica severa aproveitando parte da arte moderna européia (1928-1931) que pode ver, analisar e incorporar parcialmente à sua linguagem (leia-se, Escola de Paris e Retorno a Ordem), conquistando grandes admiradores no seu próprio país e no exterior. Conforme havia prometido, na Europa estudou e pesquisou muito e pintou muito pouco, sem dúvida uma forma inteligente de não submissão a um novo colonialismo patrocinado pelo Enba.
Com visão conspectiva distinguimos uma obra com primazia figurativa moderna relacionada em maior ou menor gráu com o cubismo e surrealismo. Estamos falando de “modernismo” cujo mérito foi a desconstrução dos sistemas estéticos da arte tradicional... .
Aquietem seus ânimos, respirem fundo e procurem a essência no retrato de uma menina negra a qual, a exemplo da maioria dos outros desenhos, logramos completá-los pela percepção, uma vez que involuntariamente nos fixamos no extraordinário poder de sua expressão facial.
Que dizer da densidade, do peso dos corpos, o volume dos músculos e a força concentrada nos pés ou nas mãos, das formas escultóricas robustas como o que vemos nos “cortadores de cana”.
Mesmo quando examinamos “o coelho” (lote nº ...) percebemos nele volume e “estado de alerta” tão bem representados por um único olho e pelas orelhas estiradas (lote nº ...).
Já no “Frevo” com suas figuras não ancoradas à terra, são evidentes as deformações do pés e mãos dos que dançam simbolizando seu trabalho manual e agrário.
É a permanente marca do gênio!
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2012.
Críticas
Portinari marcou, com seus Retirantes, seus Meninos de Brodowski, seus quadros de lavradores o abismo que ainda existe entre a natureza brasileira, entre o País brutalmente grandioso que nos surge à mente quando dizemos, como se disséssemos palavra mágica, “Obrasil”, e a vidinha que montou no Brasil o homem imitador da Europa e dos Estados Unidos. Sua pintura daqueles tempos é um protesto contra essa falta de intimidade que existe entre nós e aquilo que se chama realidade brasileira. É um clamor contra o fato de ainda estarmos tão superpostos à paisagem e não vitoriosamente fincados nela, como estão os pés dos pretos, dos caboclos, dos tapuias, dos cafusos, dos curibocas e dos imigrantes.
Antonio Callado - Escritor
In: Callado, Antonio. Retrato de Portinari. MAM-RJ, 1956.
Da última vez que vi Portinari, seus olhos estavam rasos d'água. Se não me engano, foi no Castelo; eu ia em busca de uma condução e ele vinha com sua Maria. Foi muito pouco o que dissemos. Estava magro; abraçou-me profundamente e disse: Imagine, não posso pintar mais, estou proibido pelo médico. Era a hora da tarde em que as coisas são iluminadas de través e os olhos azuis de Portinari com as lágrimas que não queriam descer me apareceram como se contassem também sobre sua obra imortal. Maria não deixou muito tempo para conversa; ele não deveria comover-se. Tive vontade de sair atrás dele e dizer: Você já nos deu tanto. Você já nos deu a obra mais grandiosa que um pintor pode oferecer à sua terra, já nos acumulou de uma riqueza que vai varar os tempos, por isso, pode descansar sem preocupação por não estar mais pintando. Eles já estavam longe e as palavras morreram no meu pensamento.
Só depois da morte de Portinari que eu estive na ONU e vi, no deslumbramento do apogeu de sua arte, o painel Guerra e Paz. Cada figura me apareceu facetada: astro ou pedra preciosa, com luz própria e eu tive vontade de dizer àquela gente toda que passeava pelo saguão, homens e mulheres vindos de todas as partes do mundo: Vejam vocês aí está nossa glória, aí está o painel de nosso maior pintor. Eu também nasci no Brasil como ele, Portinari…
Dinah Silveira de Queiroz
In: Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ);
Museu de Arte de São Paulo (São Paulo, SP).
Portinari Desenhista. RJ, 1977.
Candido Portinari nos engrandeceu com sua obra de pintor. Foi um dos homens mais importantes do nosso tempo, pois de suas mãos nasceram a cor e a poesia, o drama e a esperança de nossa gente. Com seus pincéis, ele tocou fundo em nossa realidade. A terra e o povo brasileiros — camponeses, retirantes, crianças, santos e artistas de circo, os animais e a paisagem — são a matéria com que trabalhou e construiu sua obra imorredoura.
Jorge Amado - Escritor
In: Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ);
Museu de Arte de São Paulo (São Paulo, SP).
Portinari Desenhista. RJ, 1977.
Nestes dias de desorientação, de funambulismos e de anemia, o exemplo da arte poderosa de Candido Portinari, tão rica de significado, de matéria e de sólida técnica, chega a nós como um bom vento vivificante, a demonstrar-nos que a grande veia latina não se exauriu, mas, ao contrário, enriquecida de novos temas, continua viva, também pelo mérito de um filho de emigrantes que ainda acredita que a pintura seja um ofício sério, árduo e útil aos homens.
Eugenio Luraghi
Poeta, Escritor e Crítico de Arte
In: Palazzo Reale (Milão, ITA). Mostra di Candido Portinari. Eugenio Luraghi et al. Milão, Itália, 1963.
Diante destes choros, destes cavalos-marinhos, que falam ao mais profundo de minh'alma, me sinto em estado de absoluta inibição crítica. Tudo que posso fazer é admirar...
Manuel Bandeira - Escritor
In: A inauguração das telas de Portinari na nova sede da Rádio Tupi.
A Manhã, Rio de Janeiro, RJ, 1942.
"A partir de Café, o humano, compreendido em termos sociais e históricos, torna-se a tônica da arte de Portinari, voltada para a captação da realidade natural e psicológica, para uma expressividade, ora serena e grave, ora desesperada e excessiva. A nova problemática encaminha-o, a exemplo dos mexicanos, para o muralismo, em que procura magnificar sua busca duma imagística nacional, alicerçada no trabalho e em suas raízes rurais. (...) Após 1947, a arte de Portinari conhece uma nova modificação. São postas de lado, ao mesmo tempo, a dramaticidade expressiva e a preocupação social. (...) Os novos temas de Portinari são sobretudo históricos - A Primeira Missa no Brasil, Tiradentes (...). A viagem a Israel parece conferir uma nova dimensão à arte de Portinari. (...) Ao mesmo tempo em que se deixa seduzir pela cor, Portinari começa a fazer experiências com a abstração geométrica, influenciado pelo cubismo cristalino do francês Jacques Villon, pintor que admirava há algum tempo. (...) A busca dum rigor geométrico aliado a uma paleta clara e sonora não mascara, entretanto, o esvaziamento que a pintura de Portinari vem sofrendo nos últimos anos de sua atividade artística".
Annateresa Fabris
Portinari, pintor social. Dissertação (Mestrado em Artes Plásticas)
ECA/USP, São Paulo, 1977.
"(...) Quando começou a abordar esta temática (retirantes) não havia ainda preocupações sociais marcantes na obra de Portinari. Aparecem apenas famílias acampadas nos arredores de seu povoado. (...) Também não tinham a designação de retirantes. Algumas dessas composições possuem inegável beleza plástica (...) Começaram a ser produzidos a partir de 1935. (...) Somente mais tarde a série dos retirantes assumiria uma feição acentuadamente social na carreira do mestre brasileiro. Não apenas em virtude da Grande Guerra iniciada em 1939, como em face do apelo aos recursos de expressão que caracterizariam em seguida a parte mais notável de sua obra. Esta fase social culmina com a grande tela Retirantes e com a composição O Morto na Rede, pertencentes ao acervo do Masp. (...) Os retirantes pintados nos últimos anos da vida do artista já não eram apenas quadros sociais. Tornaram-se igualmente soluções de problemas formais. (...) De qualquer modo, em suas três fases distintas, Os Retirantes de Portinari permanecerão como alguns dos trabalhos mais significativos e pungentes da arte brasileira de todos os tempos".
Antônio Bento
Portinari. Rio de Janeiro: Leo Christiano, 1980. p.169.
"O mundo de Portinari: à medida que, atraídos por ele, nós nos movemos nele através do pensamento, cheios de assombro - de medo talvez - mas aceitando seus elementos macabros com a mesma naturalidade com que nosso inconsciente acolhe os mais fantásticos sonhos que nos perturbam na hora do sono, vamos chegando, aos poucos, à percepção de que não estamos diante de um mundo apenas imaginário e sim diante da recriação intensificada e fantástica do mundo que Portinari conhece, o de sua terra natal, o Brasil. Disto seus quadros são a prova. Neles vemos a paisagem, pisamos o chão; vemos seus trabalhadores e sua pobreza - não descritos com aflição, descritos. E descritos com amor. Não amor pela miséria e o trabalho incessante e sim amor por mulher, homem, criança - que, ricos ou pobres, são para ele objeto de amor. Ele os pinta com plena aceitação. 'Bem-aventurados os humildes' é o que parece dizer, do fundo do coração. E sem as condições em que vivem em sua terra brasileira nada tem, pelo que vemos, de invejável herança, a vida que levam, pela bondade que deles se exala, vale a pena ser vivida. Trabalham; casam-se e sustentam família; seus filhos brincam. E não existem, no tesouro das artes, quadros mais eloquentes do que esses, que pintam a felicidade de crianças que brincam".
Rockwell Kent
CALLADO, Antonio. Candido Portinari.
In: CANDIDO Portinari. São Paulo: Finambrás, 1997. P. 11-19.
"(...) Não se pode dizer, no entanto, que tenha havido uma estética oficial, se compreendermos por tal um estilo que o Poder adota como seu e o impõe. Não se pode, portanto, afirmar que Portinari tenha sido um pintor oficial (...). Houve foi uma recuperação por parte do Poder da tática adotada pelo movimento modernista, onde o governo utilizará o apoio a Portinari como exemplo do seu mecenato. Mas se não houve uma arte oficial, não significa que o estilo de Portinari não pudesse também ser assimilado pela ideologia do Poder. No que se refere ao aspecto temático, se a orientação de Portinari não correspondia a um patriotismo evidente e épico, como talvez fosse o desejo do governo, não significa que não pudesse ser recuperado. A dignidade que o artista confere ao trabalhador, o destaque que dá ao personagem popular, enfim, todos aqueles assuntos que ele abordou não podiam ser negados por um poder para quem a questão social (mesmo que dentro de uma ótica populista) constituía uma das bases de sua política. Mas se a pintura de Portinari pôde ser recuperada, foi principalmente porque a sua concepção formal era conciliável com a estratificação simbólica de uma ideologia conservadora. (...)"
Carlos Zilio
In, A querela do Brasil: a questão da identidade da arte brasileira: a obra de Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari/1922-1945.
2ª. edição, Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1997. p.112.
"Candido Portinari começa a ganhar ressonância na cena artística carioca entre 1928 e 1931, período que sucede a eclosão mais violenta do modernismo no Brasil, período que começa a perceber as vanguardas históricas como parte do legado da história da arte ocidental, e não mais como paradigma absoluto para os novos artistas. Iniciada após o refluxo das vanguardas, a obra de Portinari dialogou com inúmeras tradições visuais da arte europeia, desde aquelas do Primeiro Renascimento, até a obra de seu contemporâneo Pablo Picasso. Através de sua espantosa capacidade em absorver as mais diversas maneiras, Portinari trafegou com indisfarçável facilidade por esquemas formais criados por Botticelli, Picasso, Pisanello, De Chirico, Holbein, Paul Delvaux... Portinari produziu suas obras experimentando procedimentos pictóricos de artistas antigos e contemporâneos, sempre acrescentando a cada um desses 'experimentos' soluções de forte cunho pessoal, que ainda aguardam um entendimento mais profundo.
(...) De volta ao Brasil, já sem os traços acadêmicos, mas também sem o radicalismo dos artistas vanguardistas, Portinari acabou sendo eleito pelos protagonistas do movimento modernista local (Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e outros); como principal motor para a constituição de uma arte moderna no Brasil: uma arte que tentava distanciar-se das convenções da Academia, mas atenta para não se 'perder' na abstração ou em outros 'excessos' vanguardistas".
Tadeu Chiarelli
In: Arte internacional brasileira. São Paulo: Lemos, 1999. p. 175-181.
Depoimentos
"Arte brasileira só haverá quando os nossos artistas abandonarem completamente as tradições inúteis e se entregarem com toda alma, à interpretação sincera do nosso meio"
Candido Portinari
Entrevista publicada originalmente no jornal A Manhã em junho de 1926.
In BALBI, Marilia. Portinari: o pintor do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2003. p. 26.
"Não pretendo entender de política. Minhas convicções, que são fundas, cheguei a elas por força da minha infância pobre, de minha vida de trabalho e luta, e porque sou um artista. Tenho pena dos que sofrem, e gostaria de ajudar a remediar a injustiça social existente. Qualquer artista consciente sente o mesmo".
Candido Portinari
Depoimento feito ao Poeta Vinícius de Moraes e publicado postumamente, em março de 1962.
In BALBI, Marilia. Portinari: o pintor do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2003. p.12.
"Vim conhecer aqui o Palaninho, depois de ter visitado tantos museus, tantos castelos e tanta gente civilizada. Aí no Brasil, eu nunca pensei no Palaninho. Daqui fiquei vendo melhor a minha terra - fiquei vendo Brodósqui como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada. Vou pintar o Palaninho, vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor. Quando voltar vou ver se consigo fazer a minha terra. Eu uso sapato de verniz, calça larga e colarinho, mas no fundo eu ando vestido como o Palaninho".
Candido Portinari
Trecho de carta enviada de sua viagem a Paris para Rosalita Candido Mendes.
In BALBI, Marilia. Portinari: o pintor do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2003. p. 28.
Portinari; seus pensamentos, suas frases
"Saí correndo, tive tempo ainda de apanhar o trem em movimento. A última imagem que me ficou gravada na memória foi a de meu pai, levantara-se para se despedir, ainda posso vê-lo... não teve tempo de me dizer nada"...
Falando sobre sua mudança para o Rio de Janeiro.
"O alvo da minha pintura é o sentimento. Para mim, a técnica é meramente um meio. Porém um meio indispensável"
Em declaração que escandalizou seus mestres acadêmicos da ENBA.
"A viagem à Europa para um moço que observa é útil. Temos tempo de recuar. Temos coragem de voltar ao ponto de partida. Eu sou moço"
Sobre os valores que aprendeu com os anos que vivem em Paris.
"Estou com os que acham que não há arte neutra. Mesmo sem nenhuma intenção do pintor, o quadro indica sempre um sentido social"
Começando a flertar com o socialismo.
"Quanto à pintura moderna, tende ela francamente para a pintura mural. Com isso, bem entendido, não quero afirmar que o quadro de cavalete perca o seu valor, pois a maneira de realizar não importa"
Explicando sua mudança para os afrescos.
"E a causa disso tudo é ainda o governo, que se obstina a não ter, como no México se observa, interesse direto pelas coisas da arte"
Em reclamação contra a falta de apoio do governo para exposições e mostras.
"Aos homens honestos, aos brasileiros sinceros, aos patriotas de fato é que falo, para que analisem tal assunto com frieza"
Depois de completar a série de telas "Retirantes".
"Estão me impedindo de viver"
Comentando as ordens médicas que o proibiam de continuar pintando para não agravar sua intoxicação
"E por assim haver disposto o essencial, deixando o resto aos doutores de Bizâncio, bruscamente se cala e voa para nunca-mais a mão infinita, a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari"
Carlos Drummond de Andrade, no poema "A Mão", dedicado ao amigo na ocasião de sua morte.
Entrevistas
João Candido Portinari – Projeto Portinari / Agência FAPESP: 03/11/2010 / Por Fábio de Castro
Pesquisador das áreas de engenharia de telecomunicações e de matemática, João Candido Portinari deixou a carreira acadêmica de lado há 35 anos, quando decidiu se dedicar integralmente a um projeto grandioso: localizar, digitalizar e catalogar as mais de 5 mil obras de seu pai, Candido Portinari (1903-1962), um dos principais artistas brasileiros.
O Projeto Portinari conseguiu disponibilizar em forma digital praticamente toda a obra do artista. De acordo com João Candido, a iniciativa é uma forma de corrigir uma consequência perversa da importância e do reconhecimento da obra de seu pai: com a maior parte de seus quadros dispersa em coleções privadas de todo o mundo, o pintor que dedicou sua vida a retratar o povo tem sua obra inacessível ao público geral.
Depois de 20 anos de pesquisas, qualificadas por João Candido como “um verdadeiro trabalho de detetive”, toda a obra foi catalogada. Nos últimos 13 anos, o Projeto Portinari tem divulgado a obra do pintor por todo o Brasil, realizando exposições itinerantes em comunidades afastadas, com foco especial nas crianças.
O próximo passo do projeto será grandioso: trazer de volta ao Brasil, temporariamente, a obra Guerra e Paz: dois painéis de 14 metros de altura que foram concebidos especialmente para a sede das Nações Unidas, em Nova York.
Com a sede passando por uma grande reforma, o Projeto Portinari conseguiu a guarda dos dois painéis até 2013. A obra, concluída em 1956, foi a última de Portinari e causou sua morte. Durante os cinco anos em que trabalhou nos painéis de 140 metros quadrados, o pintor já estava intoxicado pelo chumbo das tintas a óleo. Ele morreria no início de 1962 em decorrência do envenenamento.
Considerada pelo próprio Portinari como sua melhor obra, os painéis de Guerra e Paz serão apresentados em dezembro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, cidade onde foram apresentadas ao público brasileiro por uma única vez antes de serem embarcados para os Estados Unidos, há 53 anos. Em seguida, serão submetidos a uma restauração que poderá ser acompanhada pelo público, em processo que levará alguns meses. Após o restauro, passarão por diversas cidades, acompanhados de 120 estudos preparatórios executados por Portinari entre 1952 e 1956.
No dia 21 de outubro uma exposição com reproduções das 25 obras de Portinari que ilustram o Relatório de Atividades FAPESP 2009 foi inaugurada na sede da Fundação, em São Paulo. Na ocasião, João Candido concedeu à Agência FAPESP a seguinte entrevista:
O Projeto Portinari fez a digitalização de praticamente todas as obras de seu pai. Quais foram as dificuldades encontradas para realizar o levantamento de uma obra tão extensa?
De fato é uma obra extensa. Conseguimos catalogar mais de 5 mil obras. Esse número correspondia à estimativa que tínhamos, antes de iniciar o trabalho, de que ele teria produzido um trabalho a cada três dias, em média, durante cerca de 40 anos, incluindo os grandes painéis e murais que levavam vários meses ou anos para ser realizados. Quando começamos o levantamento, a situação era dramática, pois o paradeiro da maioria das obras era desconhecido, não havia nenhum museu, nenhum catálogo e os livros sobre sua vida e obra estavam esgotados.. Foi um trabalho de detetive que consumiu muitos anos, porque se trata de uma obra dispersa não só em coleções privadas do Brasil, mas em vários países. Encontramos obras nas Américas, na Finlândia, na antiga Tchecoslováquia, no Canadá, na África do Sul, em Israel, no Haiti e em muitos outros países.
Quanto tempo levou esse processo?
Essa fase de atividade de rastreamento, localização, catalogação e digitalização consumiu inteiramente os primeiros 20 anos do projeto. Foi uma aventura que só teve sucesso graças à solidariedade da sociedade brasileira. Esse trabalho imenso não se restringiu apenas ao levantamento das obras, conseguimos também reunir mais de 30 mil documentos.
Qual é a natureza dessa documentação?
Todo tipo de documento, incluindo 9 mil cartas que Portinari trocou com intelectuais e artistas de sua época, como Mario de Andrade, Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Luís Carlos Prestes, Heitor Villa-Lobos, Cecília Meirelles, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade e muitos outros. É um tesouro extraordinário. Além disso, temos 12 mil recortes de periódicos que vão de 1920 até os dias de hoje. Além de compilar esse material, também produzimos novos documentos. Fizemos um programa de história oral que, ao longo de anos, entrevistou 74 contemporâneos de Portinari. Disso resultaram 130 horas gravadas em vídeo, que não se restringem a comentar sobre Portinari ou arte, mas também abordam preocupações estéticas, culturais, sociais e políticas daquela geração. Tudo isso está consubstanciado em um site, onde qualquer um pode encontrar toda a documentação.
O Projeto Portinari tem uma sede física ou se concentra no universo virtual?
Nossa sede fica na PUC-RJ, no Rio de Janeiro, mas você tem razão em dizer que se trata de algo primordialmente virtual. O projeto poderia estar em qualquer lugar, pois não temos nenhuma obra original, apenas reunimos os conteúdos e a pesquisa sobre o artista. Projetamos criar, no futuro, um Museu Portinari, no qual o público pudesse ter contato, em um só lugar, com toda a obra do artista. Faríamos isso com reproduções impressas em alta definição. Avaliamos que reunir reproduções de alta qualidade das 5 mil obras sairia mais barato do que fazer um museu com apenas dez obras originais. Foi o que a FAPESP fez com a exposição de reproduções atualmente em sua sede.
Podemos dizer que, em relação ao tamanho de sua obra, Portinari é pouco conhecido?
Sim, essa foi uma das principais motivações para o projeto e é também o que nos inspira o sonho de um dia ter um Museu Portinari. Meu pai dizia que sua obra era dedicada ao povo, mas o destino dela foi vítima de uma ironia perversa: hoje, o povo não tem acesso à sua obra, que está dispersa em coleções privadas e museus em várias partes do planeta. Isso motivou o questionamento de Antonio Callado: “segregado em coleções particulares, em salas de bancos, Candinho vai se tornando invisível. Vai continuar desmembrado o nosso maior pintor, como o Tiradentes que pintou?”.
Com a conclusão da catalogação e digitalização das obras, o Projeto Portinari cumpriu sua missão?
Não, pelo contrário, consideramos que o verdadeiro trabalho começou a partir do momento em que tivemos todos os conteúdos levantados, catalogados, cruzados entre si e pesquisados minuciosamente. Desde então, passamos a desenvolver uma série de ações. A mais importante delas é o trabalho com crianças, realizado nos últimos 13 anos: o Brasil de Portinari.
Como é desenvolvido esse trabalho?
Percorremos escolas, centros culturais e prefeituras em todos os estados brasileiros. Visitamos também hospitais, populações ribeirinhas e presídios. Mas a prioridade é apresentar o trabalho às crianças. Realizamos, por exemplo, uma excursão no Pantanal recebendo crianças para uma exposição em um barco. Em 2009, fizemos uma parceria com a Marinha e percorremos o Amazonas e seus afluentes, ficando 19 dias no rio Purus. Nos navios, moradores de povoados muito precários têm contato com a obra de Portinari e recebem assistência médica e odontológica, tiram documentos, entre outras atividades.
Como é a reação das crianças?
Às vezes as crianças têm uma percepção visual bem mais aguçada que a dos adultos. Eles se envolvem muito e entendem imediatamente o que diz o pintor. O resultado tem sido de um sucesso extraordinário. Procuramos incentivar a criança a uma reflexão crítica sobre a realidade do mundo. A ideia é colocá-los em contato com a obra de Portinari e sua poderosa mensagem de não-violência, de fraternidade, de solidariedade, de compaixão e de respeito pelo sagrado da vida. Nada disso seria possível com uma obra que não tivesse a força do trabalho de Portinari.
Podemos dizer que a força do trabalho de Portinari vem da preocupação com a questão social?
Sim e isso é muito interessante. O trabalho do meu pai foi caracterizado por um experimentalismo incessante – a ponto de críticos dizerem que em sua obra há uma dezena de pintores diferentes. Mas a temática é sempre a mesma: a profunda preocupação social. Ele foi mudando o estilo e a forma de expressão. Dava importância à técnica, dizia que sem ela é impossível expressar o que vai na alma, mas destacava que seu tema era o homem. Está presente invariavelmente em sua obra esse desejo profundo de solidariedade e de compaixão.
O excluído é o personagem central da obra do pintor?
O excluído é um personagem absolutamente central. Ele vivia em uma região cafeeira do interior paulista que era passagem de retirantes que vinham do Nordeste. Isso impressionou de forma indelével as retinas daquele menino que presenciou a tragédia das famílias que viajavam em condições desumanas. Essa experiência despertou nele, de forma muito precoce, um sentimento de solidariedade incondicional com o excluído. Eu diria que esse sentimento solidário – e de revolta e denúncia contra a violência e as injustiças – é uma das características mais fundamentais para compreender Portinari. Esse foco na exclusão encontraria sua síntese máxima em sua última obra, os monumentais painéis Guerra e Paz. Ali, o excluído é a espécie humana inteira, submetida ao flagelo da guerra e excluída da paz.
Quais são os outros temas importantes em Portinari?
A partir desse eixo da preocupação com a exclusão social, a temática dele é muito abrangente, abordando questões universais e trazendo também um grande retrato do Brasil. Algo que pouca gente sabe, por exemplo, é que Portinari foi um dos maiores pintores sacros do mundo. É extraordinário como pintou tantas vezes o Cristo e as cenas bíblicas. Uma produção sacra que levou Alceu Amoroso Lima – grande pensador católico – a levantar um intrigante paradoxo: como um pintor comunista como Portinari fazia a pintura sacra com tanto fervor.
Trata-se de fato de um paradoxo?
O próprio Amoroso Lima concluiu que não havia paradoxo quando foi a Brodowsky, cidade natal de Portinari, visitar sua casa. Conhecendo a mãe, a avó e as tias do pintor, compreendeu que se tratava de uma típica família matriarcal italiana, de católicas fervorosas. E percebeu que não havia contradição: Portinari era um homem de um misticismo ancestral e nunca abandonou isso. Ele se recusou a seguir as diretivas do Partido Comunista Russo, de que os pintores socialistas deviam seguir os cânones do realismo socialista. Luis Carlos Prestes, que era seu amigo, teve a grandeza de perceber essa dimensão e não fazer qualquer restrição ao meu pai no Partido Comunista.
Além da temática religiosa, o que é mais presente em sua obra?
Por tomar para si o partido do desfavorecido, Portinari se tornou um dos maiores pintores de negros das Américas. Isso foi dito por Assis Chateaubriand, que escreveu um texto sobre a presença da África na obra de meu pai: “Portinari é o maior e mais fantástico pintor de negros que ainda viu a espécie humana. Ele sente a África com sua magia, os seus mistérios, a sua volúpia, como nenhum outro artista do pincel”. A infância também é um tema recorrente. A infância está em sua obra poética, lírica. Porque é uma infância do interior do Brasil, que, apesar de ser pobre é passada sob as estrelas, no mato, brincando na rua, com animais. Isso está na obra dele de forma riquíssima, impregnada de poesia. Outro elemento é o trabalho. O trabalhador é um tema que percorre toda a sua trajetória. Tudo isso foi abordado de uma forma que apresenta sempre uma dialética entre o drama e a poesia, entre a fúria e a ternura e entre o trágico e o lírico. Em qualquer ponto da trajetória de Portinari veremos essa dialética.
O senhor é pesquisador do ramo de engenharia de telecomunicações. Como foi sua carreira acadêmica? Ainda atua na área?
Estudei matemática na França e lá prestei concurso para escolas de engenharia e me formei em telecomunicações. Fiz o doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), ainda na área de engenharia elétrica, mas já com meu interesse todo voltado, novamente, para matemática. Terminando o doutoramento, depois de dez anos fora do Brasil, em 1966 fui convidado pela PUC do Rio de Janeiro para ajudar a criar seu Departamento de Matemática. Eu tinha 28 anos. No ano seguinte fui diretor do departamento e fiquei 13 anos totalmente absorvido na pesquisa, ensino e administração. Em 1979 concebemos o Projeto Portinari. Rapidamente vi que seria impossível conciliar as duas atividades, porque o projeto ia se desdobrando e, infelizmente, tive que abrir mão da matemática.
Guerra e Paz no Brasil – Entrevista com João Cândido Portinari
Entrevista com o Fala Cultura
Há 54 anos, a mais poderosa obra de Cândido Portinari – os painéis Guerra e Paz – deixavam o Brasil a caminho de seu lar definitivo: a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.
Agora, pela primeira vez em mais de meio século, o povo – primeiro do Brasil, e depois, do mundo – poderá ver pessoalmente toda força humana, e a grande mensagem de esperança e paz pintada sobre os grandes painéis. Graças ao trabalho do Projeto Portinari, a obra fará uma turnê por diversas cidades, até o ano de 2013, quando será devolvida à ONU.
Guerra e Paz são dois painéis de aproximadamente 14 por 10 metros cada, pintados a óleo sobre madeira compensada naval. Enquanto um representa todos os males e horrores da guerra, o segundo representa uma visão éterea e esperançosa dos tempos de paz, criando um expressivo contraste.
A obra foi encomendada pelo governo brasileiro, para presentear a ONU, e receberam quatro anos de dedicação de Cândido Portinari – que trabalhou incessantemente para concluí-las, apesar de já saber que estava sendo envenenado pelas toxinas presentes em suas tintas.
Infelizmente, Portinari não pôde presenciar a inauguração dos painéis em Nova York – devido ao seu envolvimento com o Partido Comunista, ele foi impedido de entrar nos EUA, que vivia o período da Guerra Fria.
Por questões de segurança, o saguão do edifício da ONU, onde os painéis foram instalados, é um ambiente bastante inacessível ao público. Contudo, agora, com o anúncio de uma grande reforma do edifício das Nações Unidas, surgiu uma oportunidade inédita de expor os painéis em outros países.
Em 2010, Guerra e Paz finalmente chegou às terras brasileiras. Então, permaneceram expostas no Teatro Municipal do Rio de Janeiro – o que remeteu à cerimônia realizada antes da partida dos painéis para Nova York, em 1956, no mesmo teatro. Em 12 dias, a exposição atraiu mais de 44 mil visitantes.
A partir de amanhã (7), será a vez de São Paulo conhecer a grandiosa obra. O local escolhido é o Salão dos Atos, no Memorial da América Latina. Além dos painéis – que serão expostos pela primeira vez após sua restauração – o público poderá desfrutar de 100 estudos preparatórios originais para a realização da obra. A exposição permanecerá aberta até 21 de abril.
Para marcar esse momento marcante nas artes visuais do nosso país, conversamos com exclusividade com João Cândido Portinari, filho de Cândido Portinari e diretor do Projeto Portinari. Confira:
Imagino que o processo de trazer Guerra e Paz para o Brasil deve ter sido bastante complicado, tanto pelas dimensões da obra quanto pelas negociações envolvidas. Nos conte um pouco de como foi todo esse trabalho.
Bom, o processo todo começou há dez anos, em 2002. Estávamos preparando as comemorações do Centenário de Portinari, que seria no ano seguinte [2003], e surgiu essa ideia de expor os estudos preparatórios junto com os painéis, lá na sede das Nações Unidas.
Acontece que os atentados terroristas contra o World Trade Center estavam muito recentes, foram apenas no ano anterior, e as normas de segurança estavam mais rígidas. Então percebemos que seria inviável realizar a exposição naquele espaço.
Em 2007, voltei a Nova York para entregar o livro sobre Guerra e Paz para cada um dos delegados da ONU. Essas era uma forma de tirar os painéis do “armário”, trazê-los à luz novamente.
Trazê-los à tona?
Exatamente. Os painéis vivem um paradoxo. Eles são “invisíveis”, inacessíveis ao público.
Você sabe que tradicionalmente, são os brasileiros que abrem as sessões da ONU, com um discurso. Pesquisei, li cada um desses discursos, e nenhum citava Guerra e Paz. Foi só em 2007, que o presidente Lula encerrou seu discurso nas Nações Unidas com uma citação à obra.
“Ao entrar neste prédio, os delegados podem ver uma obra de arte presenteada pelo Brasil às Nações Unidas há 50 anos. Trata-se dos murais ‘Guerra’ e ‘Paz’, pintados pelo grande artista Cândido Portinari (…) A mensagem do artista é singela, mas poderosa: transformar aflições em esperança, guerra em paz, é a essência da missão das Nações Unidas. O Brasil continuará a trabalhar para que essa expectativa tão elevada se torne realidade.” (Luís Inácio Lula da Silva, em discurso na ONU, em 2007)
Guerra e Paz prova que Portinari não trabalha com o abstrato, a obra traz uma mensagem ética muito forte, que continua atual, talvez até mais válida do que nunca.
E quando surgiu a ideia de trazer os painéis para o Brasil?
Quando fui à ONU em 2007, para entregar os livros aos delegados, eu soube da reforma no edifício, que seria de 2009 a 2013. Assim que voltei ao Brasil, percebi que aquela seria uma oportunidade única de conseguirmos a guarda dos painéis durante o período da reforma.
Entramos em contato com o governo, e o ministro Celso Amorim fez uma solicitação oficial à ONU. É claro que, para conseguirmos a guarda de Guerra e Paz, eles fizeram muitas exigências, como a restauração dos painéis e um seguro. Nesse processo, foi essencial o apoio do governo, e principalmente o empenho do vice presidente José de Alencar.
Conseguimos cumprir todas as exigências, e, em 22 de dezembro de 2010, fizemos uma cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Essa cerimônia me lembrou muito a cerimônia inaugural de 1956, a que estive presente, que também foi no Theatro Municipal e contou com a presença do presidente Juscelino Kubitchek.
Depois da breve exposição no Teatro Municipal, que atraiu mais de 44 mil visitantes, a obra seguiu para restauro em ateliê aberto, também no Rio de Janeiro. Agora, em São Paulo, será a primeira vez que ela será exposta junto dos estudos preparatórios.
E quanto ao Projeto Portinari? É um assunto recorrente a dificuldade enfrentada para manter os legados dos artistas brasileiros – e, nesse cenário, o Projeto Portinari é um exemplo de sucesso. Qual é o segredo, na sua opinião?
Já estamos há 33 anos trabalhando no Projeto, e é uma luta mantê-lo de pé. O apoio à cultura no Brasil ainda é complicado. Mas já conseguimos grandes conquistas: por exemplo, catalogamos 5.200 obras e 30.000 documentos relacionados a Portinari, e disponibilizamos uma grande parte desse material no site do Projeto Portinari, aberto, gratuito e que é muito consultado.
“Guerra e Paz traz uma mensagem ética muito forte, que continua atual, talvez até mais válida do que nunca.”Acho que um fator que ajudou muito na continuidade do Projeto é a própria solidariedade natural do brasileiro. Sempre encontramos muito apoio, tanto para trazer o Guerra e Paz quanto em outros, o que foi essencial.
Outro fator determinante é que o Projeto Portinari foi nascido e criado na universidade. Curiosamente, muitos projetos passam ao largo da universidade. Mas essa proximidade com o ambiente universitário permitem uma constante inovação, estamos sempre em contato com todas as novidades, inclusive de ciência e tecnologia que podem ser aplicadas ao nosso projeto.
Só para encerrar nossa entrevista, existe algum recado que você gostaria de deixar aos nossos leitores paulistanos, do que eles podem esperar da exposição que começa amanhã?
Que eles não deixem de ir, porque ela está muito emocionante. Certamente, sairão da exposição carregando essa mensagem de humanidade, e com uma visão mais ampla.
Um momento histórico e único
Junto de auxiliares, Portinari pinta os painéis "Guerra" e "Paz", no galpão da TV Tupi, no Rio de Janeiro, em 1955.
Globo Comunicação e Participações S.A.
“Os painéis Guerra e Paz representam sem dúvida o melhor trabalho que eu já fiz. Dedico-os à humanidade”.
Candido Portinari.
A frase, dita pelo artista brasileiro Candido Portinari (1903-1962), tenta explicar a grandiosidade dos painéis que estão em exposição no Memorial da América Latina, em São Paulo, até dia 20 de maio de 2012. Cada um dos murais tem 14 metros de altura por 10 metros de largura e pesam mais de 1 tonelada, mas a grandiosidade das obras não pode ser medida apenas pelo tamanho dos painéis e sim pela tocante mensagem de paz que destina ao mundo.
“Esta não é apenas uma exposição de arte. Esta é uma grande mensagem ética e humanista e que se dirige ao principal problema que o mundo vive hoje em dia: a questão da violência, da não cidadania, da injustiça social. Esta é a grande mensagem de toda a vida de Portinari e que ficou sintetizada nesses trabalhos finais que ele deixou”, disse João Candido Portinari.
João Candido, filho do artista, é o responsável pela realização do projeto, que trouxe as obras para o Brasil.
Terminadas em 1956, as obras permanecem atuais. As expressões de sofrimento das mães no painel que mostra A Guerra, por exemplo, podem ser comparadas a fotos de mães que sofreram recentemente no conflito na Síria. Segundo João Candido, essa comparação foi feita por um professor de Uberlândia (MG) que visitou a exposição e lhe mandou, por e-mail, uma fotomontagem comparando a mãe síria à pintura de Portinari.
“Ela estava numa posição de desespero absolutamente idêntica a de uma mulher que estava no painel da Guerra”, falou João Candido.
Todo o trabalho que resultou em Guerra e Paz foi produzido por Candido Portinari entre os anos de 1952 e 1956. O trabalho foi encomendado pelo governo brasileiro para presentear a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, onde os painéis foram instalados no hall de entrada, com acesso restrito ao público.
Uma grande reforma no edifício da sede da ONU, que teve início em 2010, deu a inédita oportunidade de trazer esses painéis ao Brasil. A primeira etapa da exposição ocorreu no Rio de Janeiro, em dezembro de 2010, reunindo mais de 44 mil visitantes. Em São Paulo, mais de 150 mil pessoas já visitaram Guerra e Paz. Até 2014, as obras ficarão em exposição pelo mundo, até que voltem em definitivo para a sede da ONU. Os imensos painéis só puderam ser transportados porque Guerra e Paz consiste numa espécie de quebra-cabeça, composta por 28 placas de madeira compensada naval. No Brasil, as obras passaram por um processo de restauração, realizado entre fevereiro e maio de 2011 no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro.
Com Guerra e Paz também estão sendo expostos 100 estudos preparatórios, além de documentos históricos como cartas, recortes de jornais e fotografias que contam, em detalhes, a criação dos painéis.
João Candido tinha apenas 13 anos quando o pai deu início às obras.
“Eu vi um ato de heroísmo. É claro que naquela época eu não tinha condições para perceber isso. Eu só via um homem que pintava de manhã até de noite, em condições extremamente árduas. Ele trabalhava num galpão que era um antigo estúdio de televisão, emprestado pela Rádio Tupi, sem janelas, com teto de zinco e que chegava à temperatura de 45 graus Celsius. Ele tomava limonada o tempo todo para tentar sobreviver”, lembra.
Segundo João Candido, o pai levou quatro anos fazendo os estudos para as obras e as pintou em apenas nove meses.
Guerra e Paz foram os dois últimos e maiores painéis criados por Portinari. Enquanto fazia o estudo preparatório para os dois painéis, os médicos o aconselharam a parar de pintar por causa do processo de envenenamento pelas tintas. Portinari rejeitou o conselho médico.
“Foi fatal. Havia aquela proibição médica, que ele não respeitou. Mas ele não podia deixar de passar a maior mensagem da vida dele, a de paz”, disse o filho.
Em 6 de fevereiro de 1962, Portinari morreu em consequência do envenenamento pelo chumbo presente nas tintas que usava.
O gigantismo das obras impressiona o público. A professora aposentada Nilsa Papaleo visitou a exposição na última sexta-feira (11).
“Fico encantada em ver como uma pessoa pode fazer uma arte desse tamanho. Fiquei espantada [em saber] como transportaram, já que é um painel imenso. E aí me explicaram que é como um quebra-cabeça, todo dividido, que eles desmontam. É muito bonito, impactante”, disse ela, à Agência Brasil. Para ela, as obras apresentam a sociedade em que vivemos. “E continua do mesmo jeito”.
O médico Luiz Martinelli já tinha visto a obra na ONU.
“Mas ver aqui é diferente. Estamos em casa. No nosso país é diferente. É mais gostoso”, disse. “Particularmente eu gosto mais de A Paz. Eu sou da paz”, brincou. “Em A Guerra, vemos as pessoas sofrendo. É uma imagem mais chocante. A paz sempre é mais bonita”.
Após receber a dica de um professor, que contou que a obra era da ONU, o estudante Pablo de Lima Almeida decidiu ir à exposição com um grupo de amigos. À Agência Brasil, contou ter gostado mais do painel que retrata a paz. “É mais bonito”, disse ele.
Já a aposentada Cristina Figueiredo, que sempre gostou de arte, decidiu visitar a exposição antes que ela terminasse. O impacto das obras, segundo ela, é grandioso.
“Eu tinha visto Guernica, do Picasso, que também é impressionante. Mas este aqui tem o nosso colorido, o colorido brasileiro, o que para mim é muito importante”, falou, lembrando da atualidade da obra. “Li em algum lugar que ele (Portinari) retrata a guerra como uma coisa que sempre pertenceu à humanidade. Ele não retrata uma (única) guerra, como é o caso de Guernica, que aborda a Guerra Civil Espanhola. Ele retrata a guerra que sempre existiu na humanidade e que, infelizmente, continua existindo”, disse.
Essa grande mensagem do artista Candido Portinari ao mundo, os imensos painéis que formam a obra Guerra e Paz, deve permanecer no Brasil por um tempo maior do que o esperado. No Memorial da América Latina, em São Paulo, onde está exposta atualmente, a exposição foi prorrogada até o dia 20 de maio, com entrada franca. Depois, ela deve ter como destino a capital mineira, Belo Horizonte (MG), antes de atravessar o oceano, seguindo provavelmente para a Noruega e para a China.
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil - 13/05/2012 - 16h23. Edição: Fábio Massalli
Mais informações sobre a exposição podem ser encontradas em www.guerraepaz.org.br
Guerra e Paz, grande mensagem de Portinari ao mundo, ficou em exposição em SP até 20 de maio de 2012.
Características principais das obras de Candido Portinari
Retratou questões sociais do Brasil;
Utilizou alguns elementos artísticos da arte moderna europeia;
Suas obras de arte refletem influências do surrealismo, cubismo e da arte dos muralistas mexicanos;
Arte figurativa, valorizando as tradições da pintura.
Principais obras de Candido Portinari
Meio ambiente
Colhedores de café
Mestiço
Favelas
O Lavrador de Café
O sapateiro de Brodósqui
Meninos e piões
Lavadeiras
Grupos de meninas brincando
Menino com carneiro
Cena rural
A primeira missa no Brasil
São Francisco de Assis
Os Retirantes
Cronologia, Exposições e Prêmios
1910 ca. - Realiza os primeiros estudos numa escola rural de Brodósqui, São Paulo
1913 ca. - Inicia-se na pintura, auxiliando na decoração da igreja matriz de Brodósqui
1918/1962 - Fixa residência no Rio de Janeiro
1919 - Estuda no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro
1919/1928 - Estuda na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde cursa desenho figurado com Lucílio de Albuquerque (1885-1962) e pintura com Rodolfo Amoedo (1857-1941), Baptista da Costa (1865-1926). Nos últimos anos é aluno de Rodolfo Chambelland (1879-1967)
1929/1930 - Com o prêmio de viagem ao exterior, que recebe na 35ª Exposição Geral de Belas Artes, parte para Paris. Visita a Inglaterra, a Itália e a Espanha, percorrendo museus e galerias. Conhece os pintores Van Dongene e Othon Friesz
1936 - Executa o primeiro mural para o Monumento Rodoviário, na estrada Rio-São Paulo
1936/1938 - Ocupa a cadeira de pintura mural e de cavalete no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal, Rio de Janeiro, organizada por Anísio Teixeira. Entre seus alunos, destacam-se Burle Marx (1909-1994) e Edith Behring (1916-1996),
1938 - É convidado pelo ministro Gustavo Capanema (1902-1998) para pintar uma série de afrescos para o novo prédio do Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, projetado por Lucio Costa (1902-1998)
1939 - Executa três painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova York
1939 - Integra a Família Artística Paulista (FAP)
1940 - A Revista Acadêmica dedica-lhe número especial com reproduções de suas obras e depoimentos sobre o artista
1940 - A Universidade de Chicago publica o primeiro livro sobre o artista, Portinari: His Life and Art, com introdução do artista Rockwell Kent
1940/1959 - Ilustra os livros A Mulher Ausente, de Adalgisa Nery (1940); Maria Rosa, de Vera Kelsey (1942); Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Alienista, de Machado de Assis (1943 e 1948); A Selva, de Ferreira de Castro (1955); Menino de Engenho, de José Lins do Rego (1959); O Poder e a Glória, de Graham Greene (1959); Terre Promisse e Rose de Septembre, de Andre Maurois, e Antologia Poética, de Nicolas Guillén (1961), entre outros
1941 - Executa afrescos para a Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso Americano, Washington D.C.
1942/1943 - Pinta a Série Bíblica para a Rádio Tupi, São Paulo
1943 - Executa novos murais para o Ministério da Educação e desenha os azulejos para a decoração exterior do edifício
1944 - Realiza mural e azulejos sobre a vida de São Francisco para a Capela da Pampulha, Belo Horizonte. No ano seguinte, realiza Via Sacra para a mesma igreja
1944 - Cria 40 figurinos e cinco telões para o bailado Iara, da companhia Original Ballet Russe, cuja encenação é proibida pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)
1945 e 1947 - Candidata-se a deputado e a senador pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), mas não consegue se eleger
1946 - Recebe a Legião de Honra do governo francês
1947/1948 - Com a cassação do PCB, ao qual é filiado, pelo governo brasileiro, viaja para Montevidéu para fugir da perseguição aos comunistas
1948 - Pinta, em têmpera, o painel A Primeira Missa no Brasil, para o Banco Boavista do Rio de Janeiro
1949 - Pinta o mural Tiradentes
1950 - Recebe a medalha de ouro concedida pelo júri do Prêmio Internacional da Paz pelo painel Tiradentes (1949)
1952/1956 - Executa os painéis Guerra e Paz, para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York
1953 - Pinta uma série de telas para a igreja matriz da cidade de Batatais, São Paulo
1954 - Executa painel dedicado aos Fundadores do Estado de São Paulo para o jornal O Estado de S. Paulo
1954 - Realiza, para o Banco Português do Brasil no Rio de Janeiro, o painel Descobrimento do Brasil
1955 - Recebe a medalha de ouro concedida pelo International Fine Arts Council, Nova York, como o melhor pintor do ano
1956 - Viaja para Israel a convite da Associação dos Museus e do Centro Cultural Brasil-Israel. Desenha paisagens e pessoas das regiões que percorre, reunidos no álbum Israel, publicado pela Editora Abrahams e pelo industrial Eugênio Luraghi
1956 - Por ocasião da inauguração dos seus painéis na sede da ONU, recebe o Prêmio Guggenheim
1957 - Recebe menção honrosa no Concurso Internacional de Aquarela, do Hallmark Art Award, Nova York
1957 - Começa a escrever o livro de memórias Retalhos de Minha Vida de Infância
1958 - É convidado para receber a Estrela de Ouro, Bruxelas, Bélgica
1958 - Escreve um livro de poemas editado por José Olympio em 1964, com textos introdutórios de Antonio Callado (1917-1997) e Manuel Bandeira (1886-1968)
1959 - Pinta o mural Inconfidência Mineira para o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais S/A, Rio de Janeiro
1960 - Executa painéis para o Banco de Boston, São Paulo
1970 - A antiga residência do artista em Brodósqui é transformada no Museu Casa de Portinari
1974 - Lançamento em Genebra de quatro selos comemorativos que reproduzem detalhes dos painéis Guerra e Paz
1979 - João Candido, filho do pintor, implanta o Projeto Portinari, que reúne vasto acervo documental sobre a obra, vida e época do artista. O Projeto Portinari tem sede no Campus da PUC/RJ
2003 - Realização do espetáculo Porti-Nari: A Ópera, no Teatro do Sesc Ipiranga, São Paulo, em homenagem ao centenário do artista
Acervos
Acervo Banco Itaú S.A. - São Paulo SP
Acervo Itaúsa - Investimentos Itaú S.A. - São Paulo SP
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo - São Paulo SP
Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros - IEB/USP - São Paulo SP
Coleção Banco Central do Brasil - Brasília DF
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Fundação Memorial da América Latina - São Paulo SP
Igreja de São Francisco de Assis - Belo Horizonte MG
Library of Congress - Washington (Estados Unidos)
Museo Nacional de Bellas Artes - Buenos Aires (Argentina)
Museum of ModernArt - MoMA - Nova York (Estados Unidos)
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp - São Paulo SP
Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ
Organização das Nações Unidas - ONU - Nova York (Estados Unidos)
Palácio Gustavo Capanema - Rio de Janeiro RJ
Palácio do Itamaraty - Brasília DF
Exposições Individuais
1929 - Rio de Janeiro RJ - Candido Portinari: pintura, no Palace Hotel
1931 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palace Hotel
1932 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palace Hotel
1933 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palace Hotel
1934 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palace Hotel
1934 - São Paulo SP - Individual, na Rua Barão de Itapetininga, nº 6
1935 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palace Hotel
1936 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palace Hotel
1939 - Rio de Janeiro RJ - Candido Portinari: retrospectiva, no MNBA
1940 - Carolina do Norte (Estados Unidos) - National Art Week: Portinari, na University of North Carolina. Chapel Hill
1940 - Detroit (Estados Unidos) - Individual, no The Detroit Institute of Arts
1940 - Nova York (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, no Riverside Museum
1940 - Nova York (Estados Unidos) - Portinari of Brazil, no MoMA
1941 - Chapel Hill (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, na Person Hall Art Gallery
1941 - Denver (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, no Denver Art Museum
1941 - Grand Rapids (Estados Unidos) - Murals by Candido Portinari, na Grand Rapids Art Gallery
1941 - Indianápolis (Estados Unidos) - Murals by Candido Portinari, no John Herron Art Museum
1941 - Kansas City (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, na William Rockhill Nelson Gallery of Art
1941 - Minneapolis (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, na The Minneapolis Institute of Art
1941 - New Orleans (Estados Unidos) - Murals by Candido Portinari, no Isaac Delgado Museum of Art
1941 - Newport News (Estados Unidos) - Individual, no Hampton Woman's Club House
1941 - Pittsburg (Estados Unidos) - Murals by Candido Portinari, no Carneggie Institute
1941 - Saint Louis (Estados Unidos) - Murals by Candido Portinari, no Saint Louis Art Museum
1941 - San Francisco (Estados Unidos) - Murals by Candido Portinari, no Fine Arts Museums of San Francisco
1941 - Syracuse (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, no Museum of Fine Art
1941 - Terre Haute (Estados Unidos) - Candido Portinari's Exhibition, na Indiana State Teachers
1941 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Howard University Gallery of Art
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Pintura Candido Portinari, no MNBA
1944 - Washington (Estados Unidos) - Paintings by Candido Portinari of Brazil: first anniversary exhibition, na The Barnett Aden Gallery
1946 - Paris (França) - Candido Portinari: retrospectiva Museu Nacional de Arte de Paris
1946 - Paris (França) - Individual, na Galerie Charpentier
1947 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Salón Peuser
1947 - Montevidéu (Uruguai) - Exposición Portinari, no Salão da Comissão Nacional de Belas-Artes
1947 - Washington (Estados Unidos) - Portinari of Brazil, na Pan American Union Gallery
1948 - Buenos Aires (Argentina) - Óleos, Monotipos y Dibujos de Candido Portinari, na Sociedad Hebraica Argentina
1948 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, no Teatro Solis
1948 - São Paulo SP - Portinari: 1920-1948, no Masp
1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Mural Tiradentes de Candido Portinari, no MAM/RJ
1949 - São Paulo SP - Exposição do Mural Tiradentes de Candido Portinari, no MAM/SP
1952 - Rio de Janeiro RJ - Chegada de D. João VI à Bahia, no Automóvel Clube do Brasil
1953 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1954 - Salvador BA - Portinari: exposição comemorativa do cinqüentenário do pintor, na Galeria Oxumaré
1954 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1956 - Ein Harod (Israel) - Portinari: paintings and drawings 1940-1956, no Museum of Ein Harod
1956 - Haifa (Israel) - Portinari: paintings and drawings 1940-1956, no Museum of Modern Art
1956 - Jerusalém (Israel) - Candido Portinari: oil paitings and drawings 1940-1956, no The Bezalel National Art Museum
1956 - Jerusalém (Israel) - Portinari: paintings and drawings 1940-1956, no The Bezalel National Art Museum
1956 - Tel Aviv (Israel) - Portinari: paintings and drawings 1940-1956, no Tel Aviv Museum of Art
1957 - Colônia (Alemanha) - Individual, na Haus der Kulturinstitute
1957 - Munique (Alemanha) - Individual, na Haus der Kulturinstitute
1957 - Paris (França) - Individual, na Maison de La Pensée Française
1957 - Rio de Janeiro RJ - Guerra e Paz de Portinari: painéis para a ONU, no Theatro Municipal
1958 - Belo Horizonte MG - Israel: desenhos de Portinari, no MAP
1958 - Bolonha (Itália) - Israel: desenhos de Portinari, na Galleria del Librario
1958 - Lima (Peru) - Israel: desenhos de Portinari, no Instituto de Arte Contemporáneo
1958 - Porto Alegre RS - Exposição Portinari, no Margs
1958 - Rio de Janeiro RJ - Israel: desenhos de Portinari, no MAM/RJ
1958 - São Paulo SP - Israel: desenhos de Portinari, no MAM/SP
1959 - Buenos Aires (Argentina) - Israel: desenhos de Portinari, no Museo Nacional de Bellas Artes
1959 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Exposition Portinari, na Casa da Amizade com os Povos Estrangeiros
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Wildenstein Gallery
1960 - Bratislava (Tchecolosváquia, atual Eslováquia) - Individual, na Galerie Nacionale
1960 - Brno (Tchecolosváquia , atual República Tcheca) - Individual, na Kunsthaus
1960 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Candido Portinari: exposição fotográfica de 70 obras do pintor, na Casa da Amizade com os Povos Estrangeiros
1960 - Praga (Tchecolosváquia , atual República Tcheca) - Individual, na Galerie Manes
1960 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Portinari, na Galeria Bonino
1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1961 - São Paulo SP - Portinari: 58 desenhos, na Casa do Artista Plástico
Exposições Coletivas
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - menção honrosa
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de bronze e prêmio aquisição
1924 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão da Primavera, no Liceu de Artes e Ofícios
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1925 - Rio de Janeiro RJ - 32ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - pequena medalha de prata
1925 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Primavera, no Liceu de Artes e Ofícios
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de prata
1927 - Rio de Janeiro RJ - 34ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior
1928 - Rio de Janeiro RJ - 35ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1929 - Rosario (Argentina) - 11º Salão de Rosário, na Comisión Municipal de Bellas Artes
1930 - Paris (França) - Exposition d'Art Brésilien, no Foyer Brésilien
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte, na Enba
1933 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte, na Enba
1935 - Pittsburgh (Estados Unidos) - The 1935 International Exhibition of Painting, no Carnegie Institute - prêmio de 2ª menção honrosa pela tela Café
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - Cleveland (Estados Unidos) - The 1935 International Exhibition of Painting
1936 - Toledo (Estados Unidos) - European Section of the Thirty-Third Carnegie International Exhibition of Paintings, no The Toledo Museum of Art
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1939 - Nova York (Estados Unidos) - Art in Our Time, no MoMA
1939 - Nova York (Estados Unidos) - Pavilhão do Brasil, na Feira Mundial de Nova York
1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube
1940 - Nova York (Estados Unidos) - 2nd Latin America Exhibition of Fine Arts, no Riverside Museum
1940 - Nova York (Estados Unidos) - Exhibiton of Modern Paintings, Drawings and Primitive African Sculpture from the Collection of Helena Rubinstein, no The Mayflower Hotel
1940 - Washington (Estados Unidos) - Exhibiton of Modern Paintings, Drawings and Primitive African Sculpture from the Collection of Helena Rubinstein, no The Mayflower Hotel on the Park
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1942 - Milwaukee (Estados Unidos) - Festival of Latin American Art, no Milwaukee Art Center
1943 - São Paulo SP - Exposição Anti-Eixo, na Galeria Prestes Maia
1943 - Londres (Inglaterra) - Exposição de Arte Brasileira, na Burlington House
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Palácio Itamaraty. Museu Histórico e Diplomático
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana
1944 - Buenos Aires (Argentina) - Portinari e De Chirico, na Galeria Comte
1944 - Chicago (Estados Unidos) - Art of the United Nations, no The Art Institute of Chicago
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Art
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museu
1944 - Nova York (Estados Unidos) - Art in Progress, no MoMA
1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Salones Nacionales de Exposición
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Manchester Art Gallery
1945 - Montevidéu (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura
1945 - Rio de Janeiro RJ - Artistas Plásticos do Partido Comunista Brasileiro, na Casa do Estudante
1945 - Santiago (Chile) - 20 Artistas Brasileños, na Universidad de Santiago do Chile
1946 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Beneficência, no IAB/RJ
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1950 - Bahia - Um Século de Pintura Brasileira: 1850-1950
1950 - Paraíba - Um Século de Pintura Brasileira: 1850-1950
1950 - Pernambuco - Um Século de Pintura Brasileira: 1850-1950
1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - Varsóvia (Polônia) - Exposição sobre a Luta dos Povos pela Paz
1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza
1955 - Porto Alegre RS - Arte Brasileira Contemporânea, no Margs
1955 - San Francisco (Estados Unidos) - Art in the 20th Century, no Fine Arts Museums of San Francisco
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Nacional de Bellas Artes
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Nova York (Estados Unidos) - Guggenheim International Award: 1956, no The Solomon R. Guggenheim Museum
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1958 - Bruxelas (Bélgica) - 50 Anos de Arte Moderna, no Palais des Beaux-Arts
1958 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal Internacional do México - Prêmio Ciudad de Mexico
1958 - Nova York (Estados Unidos) - Paintings and Sculpture and Folk Art from Thirty-Nine Member Countries of the United Nations, no The Festival Galleries
1958 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Obras e Projetos da Nova Capital, no Ministério da Educação e do Desporto
1959 - Amsterdã (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Barcelona (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Basiléia (Suíça) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Londres (Reino Unido) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Exposição Internacional de Arte Sacra
1959 - Milão (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Roma (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Inaugural, na Galeria Bonino
1960 - São Paulo SP - Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
Exposições Póstumas
1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP
1963 - Brodósqui SP - Homenagem a Portinari, na Casa Paroquial da igreja do Largo Candido Portinari
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1963 - Milão (Itália) - Mostra di Candido Portinari, no Pallazzo Reale
1963 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Resumo de Arte JB, no Jornal do Brasil
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana
1964 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Pequeno Tamanho, na Galeria Bonino
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Belo Horizonte MG - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte
1966 - Curitiba PR - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Porto Alegre RS - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul
1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - Cem Obras-Primas de Portinari, no Masp
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1974 - Genebra (Suíça) - Portinari: l'art aux nations unies, no Palais des Nations
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira: figuras e movimentos, na Galeria Arte Global
1979 - São Paulo SP - Portinari: estudos para os painéis do Ministério da Educação no Rio de Janeiro, no MAC/USP
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão Nacional de Artes Pláticas, no MNBA
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1980 - Santiago (Chile) - 20 Pintores Brasileños, na Academia Chilena de Bellas Artes
1980 - São Paulo SP - Cem Obras-Primas de Portinari, no Masp
1981 - Macéio AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Portinari: gravador, na Galeria Gravura Brasileira
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Olinda PE - 2ª Exposição da Coleção oo Rodrigues de Artes Plásticas, no MAC/Olinda
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - Portinari Desenhista, 2, na Ralph Camargo Consultoria de Arte
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Salvador BA - Retrospectiva, no MAM/BA
1984 - São Paulo SP - Candido Portinari: acervo Ralph Camargo, no Espaço Plano
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - Rio de Janeiro RJ - Retrato do Colecionador na sua Coleção, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco: sala especial do 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, na Galeria Rodrigo Mello Franco de Andrade
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Brasileira na Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP -18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1986 - Curitiba PR - 7ª Acervo do Museu Nacional da Gravura - Casa da Gravura, no Museu Guido Viaro
1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, no The Bronx Museum of the Arts
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, no El Paso Museum of Art
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no San Diego Museum of Art
1989 - San Juan (Puerto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Instituto de Cultura Puertorriqueña
1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo do Banco Itaú, no Itaugaleria
1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date
1990 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Candido Portinari: retrospectiva
1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte
1991 - São Paulo SP - Candido Portinari: desenhos, na Casa das Rosas
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento, no CCBB
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Dan Galeria
1992 - São Paulo SP - A Formação do olhar modernista, no MAC/USP
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Candido Portinari : exposição comemorativa 90 anos de nascimento, no Jockey Club
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - Gravuras Latino-Americanas: seis mestres, na Galeria do Memorial
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, na Casa de Cultura
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ
1996 - Fortaleza (Ceará) - Candido Portinari; desenhos e pinturas, na Galeria Multiarte
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Individual, na A Hebraica
1996 - São Paulo SP - Imagens do Brasil: painéis para "O Cruzeiro" na Coleção do Banco Central, no MAM/SP
1996 - São Paulo SP - Portinari Leitor, no MAM/SP
1996 - São Paulo SP - Portinari: painel e desenhos, no Banco Sudameris
1997 - São Paulo SP - Mestres do Expressionismo no Brasil, no Masp
1997 - São Paulo SP - Retrospectiva Portinari: drama e poesia, no Museu de Arte de São Paulo
1998 - Belo Horizonte MG - Candido Portinari : desenhos, no Instituto Moreira Salles. Centro Cultural
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1998 - Ribeirão Preto SP - Retrospectiva Portinari, na Galeria de Arte Sesc
1998 - Rio de Janeiro RJ - A Coleção Constantini no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - A Coleção Constantini no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles
1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho
1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin : matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
1999 - Campinas SP - Interior de Portinari, no MACC
1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no Margs
1999 - Ribeirão Preto SP - Interior de Portinari, no Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Guita e José Mindlin, no Espaço Cultural dos Correios
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Literatura Brasileira e Gravura, na ABL
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap. Salão Cultural
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural
1999 - São Paulo SP - Obras Sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Caxias do Sul RS - Mostra Itinerante do Acervo do Margs
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Passo Fundo RS - Mostra Itinerante do Acervo do Margs
2000 - Pelotas RS - Mostra Itinerante do Acervo do Margs
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - Santa Maria RS - Mostra Itinerante do Acervo do Margs
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Belo Horizonte MG - Modernismo em Minas: ícones referenciais, no Itaú Cultural
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - Penápolis SP - Modernismo em Minas: ícones referenciais, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - Coleções do Moderno: Hecilda e Sergio Fadel na Chácara do Céu, nos Museus Castro Maya. Museu da Chácara do Céu
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2001 - São Paulo SP - Coleção Aldo Franco, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Individual, na Pinakotheke
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Imagem e Identidade: um olhar sobre a história na coleção do Museu de Belas Artes, no Instituto Cultural Banco Santos
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Ipatinga MG - Arte Brasileira no Acervo do MAP, no Centro Cultural Usiminas - Ipatinga
2003 - Ribeirão Preto SP - Anos 20: A Modernidade Emergente, no Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - D. Quixote - Portinari, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - Novecento Sudamericano: relações artísticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uruguai, na Pinacoteca do Estado de São Paulo
2003 - São Paulo SP - Portinari 100 Anos: alegorias do Brasil, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - Portinari: o homem brasileiro, na Pinacoteca do Estado
2003 - São Paulo SP - Retratos, no MAB/Faap
2004 - Brasília DF - O Olhar Modernista de JK, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2004 - Londres (Reino Unido) - Visões de uma Infância Brasileira, na Embaixada do Brasil na Inglaterra
2004 - Rio de Janeiro RJ - A Face Icônica da Arte Brasileira, no MAM/RJ
2004 - Rio de Janeiro RJ - O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Portinari na BM&F: o trabalho como tema, no Espaço Cultural BM&F
2005 - São Paulo SP - Faces de Mário, no IEB/USP
2005 - São Paulo SP - O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho, no MAM/SP
2005 - São Paulo SP - 100 Anos da Pinacoteca: a formação de um acervo, na Galeria de Arte do Sesi
2005 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz-de-conta à vertigem, no Itaú Cultural
2005 - São Paulo SP - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, na Galeria de Arte do Sesi
2005 - São Paulo SP - Candido Portinari Série Bíblica, no Museu de Arte de São Paulo
2005 - Curitiba PR - Odorico Tavares: a minha casa baiana - sonhos e desejos de um colecionador, no Museu Oscar Niemeyer
2005 - Fortaleza CE - Arte Brasileira: nas coleções públicas e privadas do Ceará, no Espaço Cultural Unifor
2005 - Ribeirão Preto SP - O Retrato: Possibilidades, no Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi
2005 - Rio de Janeiro RJ - Obras-primas da Arte Brasileira, no Centro de Exposições do Rio Design Barra
2006 - São Paulo SP - A Osirarte, na Caixa Cultural
2006 - São Paulo SP - Portinari do Masp no Shopping Morumbi, no Espaço Arte MorumbiShopping
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no Museu de Arte de São Paulo
2006 - São Paulo SP - O Olhar Modernista de JK, no MAB-FAAP
2006 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte, na A Hebraica
2006 - São Paulo SP - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, na Pinacoteca do Estado
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, no Museu de Arte Moderna
2006 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno Brasileiro 1917-1950, no Museu de Arte Moderna
2006 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, no Museu de Arte Moderna
2007 - São Paulo SP - Brasil, Várias Vezes Moderno, no Espaço Arte MorumbiShopping
2007 - Belo Horizonte MG - Binária: acervo e coleções, no Museu de Arte da Pampulha
2007 - Curitiba PR - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, no Museu Oscar Niemeyer
2007 - Curitiba PR - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, no Museu Oscar Niemeyer
2007 - Porto Alegre RS - Candido Portinari, na Galeria IMS - Unibanco Arteplex
2007 - Rio de Janeiro RJ - Candido Portinari: desenhos, no Instituto Moreira Salles
2007 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, no MAC-Niterói
2007 - Salvador BA - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, no Museu de Arte Moderna da Bahia
2008 - São Paulo SP - Acervo BM&FBOVESPA, no Espaço Cultural BM&FBovespa
2008 - São Paulo SP - Brasil Brasileiro, no Centro Cultural Banco do Brasil
2008 - São Paulo SP - Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade na Coleção Itaú Moderno, no Museu de Arte de São Paulo
2008 - São Paulo SP - MAM 60, na Oca
2008 - Porto Alegre RS - Acervo do Margs - Expressividade na Arte Brasileira, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider
2009 - São Paulo SP - Arte na França 1860-1960: o Realismo, no Museu de Arte de São Paulo
2009 - São Paulo SP - Modernos de Sempre, na Dan Galeria
2009 - São Paulo SP - Olhar da Crítica: Arte Premiada da ABCA e o Acervo Artístico dos Palácios, no Palácio dos Bandeirantes
2009 - São Paulo SP - Tesouros da Coleção Roberto Marinho, no Espaço Cultural BM&FBovespa
2009 - Rio de Janeiro RJ - Brasil Brasileiro, no Centro Cultural Banco do Brasil
2009 - São Paulo SP - Séries Bíblicas e Retirantes, no Museu de Arte de São Paulo
2009 - São Paulo SP - Sob Um Céu Tropical, na James Lisboa Escritório de Arte
2009 - Curitiba PR - Portinari na Coleção Castro Maya, no Museu Oscar Niemeyer
2010 - São Paulo SP - Brasilidade e Modernismo, na Dan Galeria
2010 - São Paulo SP - Memórias Reveladas, no Museu de Arte Brasileira
2010 - Ribeirão Preto SP - Animal, na Galeria de Arte Marcelo Guarnieri
2010 - Rio de Janeiro RJ - Genealogias do Contemporâneo, no Museu de Arte Moderna
2010 - São Paulo SP - 6ª Sp-arte, na Fundação Bienal
2010 - São Paulo SP - Portinari em Israel, no Centro da Cultura Judaica
2010 - São Paulo SP - Portinari na Coleção Castro Maia, na Pinacoteca do Estado
2011 - São Paulo SP - 7ª Sp-arte, na Fundação Bienal
2011 - São Paulo SP - Arte no Brasil: Uma História na Pinacoteca de São Paulo, na Pinacoteca do Estado
2011 - São Paulo SP - Recortes de Coleções, na Galeria Ricardo Camargo
2011 - Belo Horizonte MG - 1911-2011 - Arte Brasileira e Depois, na Coleção Itaú, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
2011 - Nova Lima MG - Tarsila e o Brasil dos Modernistas, na Casa Fiat de Cultura
2011 - São Paulo SP - No Ateliê de Portinari, no Museu de Arte Moderna
2012 - Belém PA - Seringal, no Espaço Cultural Banco da Amazônia
2012 - Brasília DF - Retratos da Brasilidade, no Congresso Nacional
2012 - Recife PE - Odorico Tavares : Sonhos e Desejos de um Colecionador, no Instituto Ricardo Brennand
2013 - Campinas SP - 100 anos de Arte Paulista no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Galeria de Arte da CPFL Cultura
Listagem parcial das Homenagens, títulos e prêmios
1940 – Chicago (Estados Unidos) – A Universidade de Chicago publica o primeiro livro sobre o pintor, Portinari: His Life and Art, com introdução do artista Rockwell Kent
1946 – Paris (França) – Legião de Honra, concedida pelo governo francês
1950 – Varsóvia (Polônia) – Medalha de Ouro, pelo painel Tiradentes (1949), concedida pelo júri do Prêmio Internacional da Paz.
1955 – Nova Iorque (Estados Unidos) – Medalha de Ouro, como melhor pintor do ano, concedida pelo International Fine Arts Council.
1956 – Nova Iorque (Estados Unidos) – Prêmio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos painéis Guerra e Paz na sede da ONU de Nova York.
Bibliografia
Filho, Mário – A infância de Portinari, Edições Bloch, Rio de Janeiro - 1889.
Moreira, Marcos – A vida dos grandes brasileiros - Editora Três - 2010.
Drummond de Andrade, Carlos - Estive em casa de Candinho. In: Confissões de Minas. In: Poesia e prosa: volume único. 8ª ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 1354-1356. (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira).
Andrade, Mário de. Portinari, amico mio: cartas de Mário de Andrade a Candido Portinari- Org., introd., notas Annateresa Fabris. Campinas, SP: Mercado de Letras, Ed. Autores Assoc.; Rio de Janeiro: Projeto Portinari, 1995. 160 p. (Coleção Arte: Ensaios e Documentos).
Bento, Antonio. Portinari- Apres. Afonso Arinos; pref. Jayme de Barros. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Léo Christiano, 2003, 396 p. Il
Fabris, Annateresa. Candido Portinari- São Paulo, SP: Edusp, 1996. 191 p. il. (Artistas Brasileiros, 4.)
Kent, Rockwell - Portinari: his life and art. apres. Josias Leão. Chicago, IL: Chicago Univ., 1940, 116 p. il.
Luraghi, Eugenio - Disegni di Portinari, Turim, ITA, 1955, 188 p. il.
Luraghi, Eugenio -Israel: disegni di Portinari. pref. Arie Aroch. Rio de Janeiro, RJ:
Guanabara Koogan; New York: H. N. Abrams, 1957, 148 p. il.
Portinari, Antônio. Portinari menino- Apres. Antonio Callado. Rio de Janeiro, RJ: J. Olympio, 1980. 172 p. il.
Portinari, Candido. Sentido social del arte. [Buenos Aires]: Centro Estudiantes de Bellas Artes, 1947, 38 p. il. (Cuadernillos de Cultura).
Portinari, Candido. Poemas de Candido Portinari- Pref. Manuel Bandeira. Rio de Janeiro, RJ: J. Olympio, 1964. 105 p. il.
Livro das Virtudes para Crianças
[1] Araujo Lima, Antonio Bento; “Portinari”; Léo Christiano Editorial Ltda.; RdJ, 2003.
[2] Callado, Antônio Carlos; “Retrato de Portinari”; MAM-RJ; Deptº de Imprensa Oficial; RdJ, 1956.
[3] www.portinari.org.br
[4] Olegário Mariano Carneiro da Cunha (1889-1958) foi um poeta, político e diplomata brasileiro, filho de José Mariano Carneiro da Cunha e de sua esposa, Olegária da Costa Gama, heróis pernambucanos da Abolição e da República. Foi inspetor do ensino secundário e censor de teatro. Sua carreira política começou em 1918 (representante do Brasil na Missão Melo Franco, como secretário de embaixada na Bolívia). Foi deputado; foi ministro plenipotenciário nos Centenários de Portugal, em 1940, delegado da Academia Brasileira de Letras na Conferência Inter-Acadêmica de Lisboa para o Acordo Ortográfico de 1945; embaixador do Brasil em Portugal entre 1953 e 1954.
Estreou na vida literária aos 22 anos com o volume “Angelus”, em 1911. Segundo os biógrafos da Academia Brasileira de Letras, da qual foi membro, a partir de 1926, “sua poesia lírica é simples, correntia, de fundo romântico, pertinente à fase do sincretismo parnasiano-simbolista de transição para o Modernismo. Ficou conhecido como o "poeta das cigarras", por causa de um de seus temas prediletos.
Freqüentador da roda literária de Olavo Bilac, Guimarães Passos, Coelho Neto, Martins Fontes; em 1938, em concurso promovido pela revista “Fon-Fon”, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros em substituição a Alberto de Oliveira, detentor do título depois da morte de Olavo Bilac, o primeiro a obtê-lo e prestigioso autor de “Via Láctea”. Nas revistas Careta e Para Todos, escrevia sob o pseudônimo de João da Avenida, uma seção de crônicas mundanas em versos humorísticos.
De sua suma importância vale lembrar Manuel Bandeira: “Em última instância, melhor que bater pé na questão da matrícula do poeta (expressão de Manuel Bandeira) nesta ou naquela escola é reconhecer, com Júlio Dantas (e com todos os outros comentaristas), que Olegário “é, acima de tudo, um poeta de forte e relevante personalidade”. Sua cantiga foi breve e faiscante como a das cigarras que tão bem cantou. Não foi um navegador de águas profundas, nem era esse o seu desígnio. Foi, entretanto, mestre e mago nas águas cristalinas, correntes e cantantes de um lirismo arrebatador.”
Vide: www.academia.org.br http://www.antoniomiranda.com.br/ensaios/cinquentanos_da_morte_da_cigarra.html.
[5] Importante: De 13 a 19 de novembro, 2006; crianças da “Oficina” produziram o painel "Intervenção no morro de Portinari" em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra. A idéia partiu do fato da pintura mostrar o contraste socioeconômico entre a cidade e a favela daquela época . Sabe-se que a situação social pouco mudou... .
[6] A igreja permaneceu durante 14 anos proibida ao culto. Para o arcebispo Dom Antônio dos Santos Cabral, a igrejinha era apenas um galpão. De nenhuma valia era a existência da Via Sacra – 14 painéis de Candido Portinari, considerada uma de suas obras mais significativas. Os painéis figurativos externos também são de Candido Portinari, ficando a cargo de Paulo Werneck o painel abstrato. Os jardins são assinados por Burle Marx.
[7] Ver “Portinari e o Mecenato Capanema”; Maria de Fátima Fontes Piazza, Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em História Cultural. Florianópolis, SC, 2003.
[8] Esta obra acha-se reproduzida na página 95 do livro "Candido Portinari" editado pela FINAMBRAS/PROJETO PORTINARI em homenagem aos 50 anos do MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO Assis Chateaubriand (MASP) – Buenos Aires; em setembro de 1997.
[9] Gustavo Capanema Filho (1900-1985.) foi um intelectual e político brasileiro de longa carreira. Bisneto do engenheiro e físico Guilherme Schüch, barão de Capanema (1824-1908), que instalou em 1855 a primeira linha telegráfica do Brasil, e que a dirigiu por mais de trinta anos.
[10] Graças aos esforços de João Portinari, filho do pintor, em dezembro de 2010, os dois painéis retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
[11] Araujo Lima, Antonio Bento; “Portinari”; Léo Christiano Editorial Ltda.; RdJ, 2003.
[12] Callado, Antônio Carlos; “Retrato de Portinari”; Jorge Zahar Editor Ltda.; RdJ, 2003.
[13] Informações utilizadas para as exposições individuais, coletivas e póstumas foram retiradas do site www.itaucultural.org.br