Auguste-Marie Taunay (Paris, França 1768 - Rio de Janeiro RJ 1824)
Escultor, professor.
É aluno do escultor Jean Guillaume Moitte (1746 - 1810), em Paris, entre 1769 e 1785. Em 1792, recebe o Prêmio de Roma, mas não viaja para a capital italiana por causa da conturbada situação política francesa. É admitido como escultor extranumerário na Manufatura Nacional de Sèvres, França, entre 1802 e 1807. Participa do Salão de Paris, em várias edições entre 1808 e 1814. Em Paris, é contratado para executar a decoração da escadaria do Palácio do Louvre e do Arco do Triunfo do Carroussel, em 1807. Vem ao Brasil, em 1816, com o irmão Nicolas Antoine Taunay (1755 - 1830), integrando a Missão Artística Francesa. Nomeado professor da cadeira de escultura na Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, no Rio de Janeiro, não chega a exercer o cargo. Em 1818, em colaboração com o pintor francês Debret (1768 - 1848) e o arquiteto Grandjean de Montigny (1776 - 1850), realiza a ornamentação do largo do Paço para as festas comemorativas da aclamação de dom João VI (1767 - 1826). Por volta de 1820, com outros integrantes da Missão Artística Francesa, abre cursos livres e tem como alunos José Jorge Duarte, Xisto Antônio Pires, Manuel Ferreira Lagos, Cândido Mateus Farias, João José da Silva Monteiro e José da Silva Santos.
Comentário Crítico
Auguste-Marie Taunay é aluno de Jean Guillaume Moitte (1746 - 1810), na França, na Escola de Belas Artes de Paris. Atua na Manufatura Nacional de Sèvres, tendo vários de seus trabalhos reproduzidos em porcelana. Entre os trabalhos realizados pelo artista nesse período destaca-se a decoração da grande escadaria do Palácio do Louvre e do Arco do Triunfo do Carroussel, para o qual executa a escultura Couraceiro, 1807. Taunay realiza também uma famosa estátua de Napoleão, com os braços cruzados sobre o peito, e o busto de mármore do major de cavalaria Jean-Baptiste Muiron, obra que se encontra no Museu de Versalhes.
Em 1816, acompanhando o irmão Nicolas Antoine Taunay (1755 - 1830), como membro da Missão Artística Francesa, o escultor vem ao Brasil. Um dos primeiros trabalhos que realiza, juntamente com Debret (1768 - 1848) e Grandjean de Montigny (1776 - 1850), é a ornamentação para as festas comemorativas da aclamação de d. João VI (1767 - 1826), no Rio de Janeiro, em 1818, para as quais executa a figura de Minerva Protegendo com a Égide o Busto do Monarca.
Nomeado primeiro professor da cadeira de estatuária da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, o artista não chega a exercer o cargo. Entretanto, abre um curso livre de escultura, no qual orienta diversos alunos. No Brasil, realiza poucos trabalhos, com destaque para o busto em gesso de Luís de Camões, s.d., do acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB, no Rio de Janeiro.
Críticas
"O desenho alegórico da Revolução Constitucionalista de 1821 na Bahia (Museu Imperial, Petrópolis), feito por Auguste Taunay, e, um pouco menos, o seu busto de Camões (Instituto Histórico, Rio) nos mostram o coeficiente vigoroso e tradicional do Neoclassicismo em um artista que trabalhara nos relevos do Arco do Carrousel, em Paris. Esse rigor bastante típico no linearismo do desenho, ligado como em tantos outros artistas europeus ao grafismo de sarcófagos romanos e vasos etruscos e gregos, não chocava os que encomendavam, apreciavam ou adquiriam as suas obras".
Mário Barata
BARATA, Mário. Significação da Missão Francesa de 1816. In: ZANINI, Walter (Org). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 1, p. 386-387.
Exposições Coletivas
1808 - Paris (França) - Salão de Paris
1810 - Paris (França) - Salão de Paris
1812 - Paris (França) - Salão de Paris
1814 - Paris (França) - Salão de Paris
Exposições Póstumas
1940/1960 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Missão Artística Francesa de 1816, no MNBA
1990 - Rio de Janeiro RJ - Missão Artística Francesa e Pintores Viajantes: França - Brasil no século XIX, na Fundação Casa França-Brasil
Fonte: Itaú Cultural