Adriano de Aquino (Belo Horizonte MG 1946)
Pintor, videomaker.
Desde 1949, reside no Rio de Janeiro. Inicia-se como autodidata em pintura, em 1961. Entre 1963 e 1964, freqüenta o ateliê de gravura da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, como aluno livre. Recebe bolsa de estudo do governo francês, por sua participação na mostra 12 Desenhistas do Rio, e viaja para Paris, onde permanece entre 1973 e 1976. Retornando ao Brasil, participa, entre outras, da exposição Geometria Sensível, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1978. Posteriormente, ocupa os cargos de coordenador de artes visuais da Fundação de Arte do Estado do Rio de Janeiro - Funarj, entre 1982 e 1986; de superintendente dos museus da Secretaria de Estado da Cultura do Rio de Janeiro, entre 1990 e 1994; e de secretário de Estado da Cultura do Rio de Janeiro, entre 1999 e 2001.
Comentário Crítico
No início da carreira, Aquino identifica-se com algumas propostas do neoconcretismo brasileiro e explora, em suas obras, as possibilidades da cor e do plano. No início dos anos 1970, emprega uma paleta restrita, constituída principalmente de preto e cinza. Posteriormente, passa a utilizar tonalidades mais variadas e intensas, explorando vibrações cromáticas obtidas por meio de pinceladas mais livres. No fim da década de 1980, seus trabalhos passam a conter figuras geométricas. Em sua obra, verificam-se fases marcadas por tons predominantes, como azul-violeta ou vermelho. Por meio das cores, que sugerem sentimentos ou estados psíquicos, o artista procura associar a expressividade ao rigor da geometria.
Críticas
"Adriano de Aquino situa sua pesquisa, como pintor construtivo que é, entre a imagem e seu suporte material, mas ao mesmo tempo discute o espaço onde apresenta o resultado de sua pesquisa. Mas, suprema ironia, o que temos no final do percurso é novamente a pintura. É a vitória da pintura sobre o pintor, da emoção, ainda que contida, sobre a razão, da intuição sobre a lógica, da ironia sobre a ironia. Tendo vivido três anos na França, Adriano de Aquino mantém suas distâncias em relação aos movimentos construtivos ali nascidos (Suporte/Superfície, Pintura Analítica, Pintura/Pintura), mostrando-se mais afinado com certas propostas do neoconcretismo brasileiro. Um olhar apressado, que se satisfaz com rótulos, verá, nos seus quadros, apenas mais um artista construtivo, que manipula burocraticamente cores e formas primárias, confundindo sutileza com desleixo. E, no entanto, sua pintura é quase didática, na apresentação das questões que ela pretende colocar. Uma exposição de motivos: cor e não-cor, espaço e contra-espaço, fundo e superfície. Como se Aquino estivesse ao mesmo tempo decompondo Mondrian em seus elementos formadores e fazendo a crítica do neoplasticismo".
Frederico Morais
MORAIS, Frederico. Arte brasileira do modernismo à contemporaneidade vista através do acervo da Sul América. Frederico Morais. Rio de Janeiro, Sul América, 1985.
"Sua pintura emergiu do neoconcretismo e posiciona-se contra o ilusionismo. Em seus trabalhos dos anos 70 assumia uma postura mais radical quanto ao uso da cor (preto e cinza neutros) e ao tratamento da superfície. Nessa época também dedicou-se à arte conceitual. Em 1979 começou a usar cores em tonalidades mais intensas e a trabalhar campos cromáticos pela sobreposição de camadas em gestos mais livres, obtendo maior vibração de luz e superfícies texturadas. Em seus últimos trabalhos, além de estudos de tensão da cor, insere figuras geométricas onde confronta a vibração da cor em contensão e em expansão".
Maria Isabel Branco Ribeiro
EM BUSCA da essência: elementos de redução na arte brasileira. São Paulo: Fundação Bienal, 1987. (XIX Bienal Internacional de São Paulo, 1987).
Exposições Individuais
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1978 - Boston (Estados Unidos) - Individual, na Obelisk Galerie
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Klabin
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Arte-Espaço
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
1988 - Rio de Janeiro RJ - Adriano de Aquino: Série Negra, na Montesanti Galeria
1988 - São Paulo SP - Adriano de Aquino: Série Negra, na Montesanti Galeria
1990 - Rio de Janeiro RJ - Seis Vezes Seis, Vermelho, na Galeria 110 Arte Contemporânea
1992 - Rio de Janeiro RJ - Adriano de Aquino: pinturas recentes, no CCBB
1995 - Rio de Janeiro RJ - Pinturas Recentes, na Casa França-Brasil
1996 - São Paulo SP - Adriano de Aquino: Pinturas, na Valu Oria Galeria de Arte
1997 - Rio de Janeiro RJ - Pinturas de Adriano de Aquino, na Galeria GB Arte
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Legendadas, na Galeria Paulo Fernandes
1999 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Palácio Gustavo Capanema
Exposições Coletivas
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP
1965 - São Paulo SP - Propostas 65, na Faap
1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, na UFMG
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ
1973 - Rio de Janeiro RJ - 12 Desenhistas do Rio, na Galeria Maison de France
1975 - Ardeche (França) - Arte Contemporânea das Américas
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual en Ibero America
1977 - Rio de Janeiro RJ - Identification of Artist - a book, na EAV/Parque Lage
1978 - Rio de Janeiro RJ - 3º Arte Agora: América Latina, geometria sensível, no MAM/RJ
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Panorama da Nova Pintura Latino-Americana
1980 - Rio de Janeiro RJ - Outra Pintura, na Livraria Noa Noa
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - Rio de Janeiro RJ - 3 x 4 Grandes Formatos, na Galeria do Centro Empresarial Rio
1983 - Rio de Janeiro RJ - À Flor da Pele: pintura e prazer, na Galeria do Centro Empresarial Rio
1984 - Rio de Janeiro RJ - Viva a Pintura, na Petite Galerie
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1985 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construção: 21 artistas contemporâneos, na Galeria do Centro Empresarial Rio
1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie
1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Niterói RJ - A Ordem em Questão, na Galeria de Artes UFF
1986 - Rio de Janeiro RJ - Território Ocupado, na EAV/Parque Lage
1987 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Carioca de Arte, na Estação Carioca do Metrô
1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ
1990 - São Paulo SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, na Itaugaleria
1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna - RJ, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Adriano de Aquino e Mauro Kleiman, na Funarte
2002 - Niterói RJ - A Recente Coleção do MAC, no MAC/Niterói
Fonte: Itaú Cultural