Adrian Henri Vital Van Emelen
Lovaina, 10 de outubro de 1868 — São Paulo, 27 de julho de 1943.
Escultor e pintor belga que se radicou no Brasil em 1920.
Adrien Henri Van Emelen era filho de Léon Van Emelen (Bekkevoort, 1829 - Lovaina, 1900). Escultor de estátuas de santos como as encontradas na Igreja Sint-Jan-de-Doperkerk em Tongeren, Bélgica ou de personalidades públicas como as três estátuas colocadas nos nichos da Prefeitura de Lovaina.
Adrien Henri estudou com Constantin Meunier em Lovaina. Projetou principalmente figuras de terracota e medalhões de retratos. Seu irmão Jacques já vivia no Mosteiro de São Bento em São Paulo. Em 1920, ele acompanhou provavelmente seu segundo irmão Leo que era padre, para visitar a capital paulista.
Com mais de cinquenta anos, deixou sua terra natal e veio fixar-se em São Paulo. Essa mudança deveu-se aos insistentes convites de dois homens que gosavam de grande prestígio na época. O primeiro foi dom Miguel Kruse, abade do Mosteiro de São Bento e o segundo, o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, nesse tempo operoso diretor do Museu Paulista, atualmente incorporado à Universidade de São Paulo e popularmente conhecido como Museu do Ipiranga. Ambos, empenhados em dotar as instituições que dirigiam de obras de arte para valorizá-las, estavam à procura de artistas de reconhecida competência.
No Mosteiro de São Bento
No Mosteiro de São Bento, Van Emelen somente deixou esculturas. São de sua lavra as figuras dos doze apóstolos, com dois metros e meio de altura, posicionadas na nave central da igreja beneditina. Cabe-lhe, ainda, como autor, a Pietà, colocada numa das capelas laterais e mais as imagens de Sant'Ana e de Santa Gertrudes
Na Igreja de São José do Ipiranga
Consta que são de sua autoria as pinturas sacras, em afresco, da Igreja de São José do Ipiranga.
Na Bolsa do Café de Santos
Van Emelen esculpiu as quatro estátuas, a Indústria, o Comércio, a Lavoura e a Navegação que ornam a torre de 40 metros da Bolsa do Café de Santos inaugurada em 1922.
No Museu Paulista
Para o Museu Paulista, Van Emelen esculpiu as estátuas dos bandeirantes Manuel Preto e Francisco de Brito Peixoto, respectivamente desbravadores e povoadores das futuras províncias do Paraná e Rio Grande do Sul. São de autoria do nosso biografado várias pinturas de caráter histórico como a Cena do porto de Santos(1826) e Tropeiros à beira da estrada (1930), esta colocada no salão destinado à iconografia paulista de antanho. Em pesquisa realizada no próprio Museu, verificou-se que lá se acham ainda os seguinte quadros pintados a óleo: Centenário de Porto Feliz (sem data), Rancho na estrada de Sorocaba (1930),Caboclos do Sertão do Tietê (1930) e Velhas Arcadas (sem data).
Na Pinacoteca do Estado
O nome de Van Emelen também aparece no acervo da Pinacoteca do Estado, rico museu paulistano, localizado no bairro da Luz, famoso pela sua extensa coleção de pintura e escultura de artistas brasileiros ou que aqui viveram.
O catálogo editado em 1955 registra como pertencentes àquela instituição dois quadros: Academia de Direito e Paisagem. Este último, segundo o citado catálogo, havia sido enviado por empréstimo, a fim de decoração, ao Palácio dos Campos Elísios, nessa época sede do governo paulista. Entretanto, no catálogo posterior, datado de 1988, não há registro da Paisagem. Apenas o primeiro dos trabalhos acima citados continua no acervo (tombo n° 1376). Pode-se conjecturar que a citada obra tenha sido perdida ou seriamente avariada. Esse fato aconteceu com alguma frequência em relação aos quadros da Pinacoteca que, na época, foram requisitados para decorar salas de outras repartições do governo do Estado. Para evitar maiores perdas, as obras alocadas por comodato fora da Pinacoteca, foram todas recolhidas e hoje se encontram no acervo da instituição.
Fonte: Wikipedia